Chove

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Hoje chove
Como choveu todos esses dias.
De vez em quando
O sol espia, mas
As nuvens surgem e o encobrem.
Da mata, vem um ruído,
Os segredos parecem que a agitam,
Não sei se choram ou se comemoram,
Que chuva, água que não para,
Vem de roldão e encharca
O terreno, o viveiro e a alma.
Afoga-se nos pensamentos,
Ao som de uma sinfonia noturna
Que até encanta, tão rara ser ouvida.
Aqui não apenas a ouço, como a vejo,
Sobe morro acima, toda adensada,
Apenas a água escorre na descida.
Dos beirais, caem pingos
Moeda que tintinam ao tocar o chão,
Compõem uma orquestra,
Solidão, não.
O coração se volta para dentro,
Parece um encontro
Entre alma e pensamento.
Vem de tudo um pouco
Como o balanço do nosso caminho:
O hoje, o ontem e o que será do amanhã.
Enfim, o que vale é o momento,
O agora vivido, após lido,
É findo, não voltará.

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⏰ Última atualização: Nov 08, 2020 ⏰

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