Capítulo Único

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okay, eu não quero colocar muita expectativa no coraçãozinho de vocês, mas essa, realmente, com todas as forças do mundo, é uma das oneshots que eu mais me orgulho por ter desenvolvido. Espero que gostem tanto quanto eu! <3 

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— Como será o modelo da vez? — Era a dúvida que mais alarmava os alunos da faculdade de Artes naquela sexta-feira. As especulações passavam de corpos esbeltos, musculosos e grandiosos à pequeninas e frágeis cinturas, ossos à mostra, pele manchada. Enchia o coração dos artistas de medo e entusiasmo o simples pensar de mais um desafio para suas mentes criativas e invictas. Ainda tentavam persuadir Eijirou Kirishima, estagiário do professor, diretor e docente principal do curso, mas o mesmo só sorria meigamente e respondia:

— Desculpe, brô, nem eu sei. O senhor Katsuki gosta de manter em sigilo até o último momento. — O que, certamente, era verdade. Somente de ouvir o nome do loiro carrancudo as espinhas dos estudantes se arrepiavam com o frio a lhes percorrer. Por mais que amassem o ensino e soubessem que era o melhor, talvez, de toda a região, os garotos sentiam medo do olhar de esmo e da aura sombria que acompanhava o tão talentoso e renomado artista, que pintava quadros perfeitos.

Em falar de suas pinturas, ainda era espalhado pelo colégio que Katsuki nunca usava a cor vermelha, e quando o fazia, era o sangue de seus alunos fracassados. Bobagem, na opinião de Eiji, que, embora entendesse o medo dos alunos que conhecia há um mês e já era tão apegado, não acreditava que o homem transpirava tanta negatividade, ou ao menos, até aquele dia...

— MAS QUE PORRA! — Ouviram o bater da porta da sala ser acompanhado pelas impropriedades que o professor falava aos quatros ventos ao entrar. — Como assim você não sabe onde está a merda do seu marido, Togata? Amajiki deveria estar aqui, caralho! — Alguma resposta do outro lado da linha pareceu irritar o mais velho ferozmente, que fechou a cara em ódio enquanto desligava o celular.

— T-tudo bem, senhor Bakugou? — Eijirou se aproximou relutante, prendendo os grandes cabelos vermelhos em um rabo de cavalo alto e desengonçado. Sua camiseta, larga e comprida, era colorida de cores mescladas, sua calça preta larga, como se não fosse de seu tamanho, se arrastava nas crocs vermelhas que adornavam os pequenos pés do rapaz. Katsuki o encarou como se fosse estupidez do rapaz fazer tal pergunta, e talvez por isso, se negou a responder, trocando por olhar a vestimenta do rapaz e estalar a língua em reprovação.

— Boa tarde, Eijirou. Prepare a turma. — O homem falou, ainda o julgando mentalmente, antes de se sentar em sua mesa e começar a digitar no notebook, tablet e no celular furiosamente. O ruivo suspirou, coçando a nuca desajeitado antes de reunir os alunos. Se seu chefe não lhe diria nada, ao menos se esforçaria naquilo que fosse ordenado.

[...]

Bakugou Katsuki passou os dedos por meio do cabelo loiro, respirando fundo enquanto pedia ao universo paciência para não surtar. Já havia perdido a conta de quantas vezes ligara a Tamaki Amajiki, seu modelo daquela semana, e ficara no vazio. Havia passado cerca de semanas pesquisando corpos e magnitudes que o deixassem encantado e satisfeito o suficiente para levar até seus alunos. Veja bem, todos os corpos possuem sua magnitude, mas existem aqueles que, em suas mínimas linhas, há compassos para cantigas das mais belas e, em cada poro, um estabelecer de contato com o universo. Se alguém não despertasse isso em seu íntimo, não seria difícil o bastante para o crescimento de seus pupilos. Por tal coisa, ele estava colérico. Togata, marido de seu modelo, depois de muita insistência, atendeu e simplesmente disse não saber a localização de seu próprio esposo. Mas que inferno! Katsuki não sabia como escolher outra pessoa que despertasse tal síndrome artística em si em menos de uma hora.

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