⌖ 3 ⌖

233 90 29
                                    

— Ainda não acredito que ele fez isso comigo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— Ainda não acredito que ele fez isso comigo.

Encaro Hailey, filha de Armie Routh, até com um pouco de pena. Ela está sentada rigidamente na cadeira da sala de reuniões, com as mãos unidas em cima da mesa. O semblante está rígido, mas ainda consigo ver a decepção nos seus olhos.

Como eu imaginava, Armie tentou sair como vítima, dizendo que foi chantageado, que nunca quis apostar a empresa num jogo de azar, mas, por sorte, Hailey o conhece bem.

— O que aconteceu para você acabar ficando na presidência e não o Joshua?

— Acho que ele reconheceu que o Joshua é um idiota. Ele não tem visão, Ethan, é um zero à esquerda. Acredito que eles tiveram alguma discussão, mas o meu pai nunca quis falar sobre isso.

Balanço a cabeça, olhando de relance para o termo de compromisso que ela acabou de assinar, me tornando representante dela nesse caso.

— O meu primeiro conselho é algo que você já deveria ter feito: desligar o seu pai da empresa. Sinto informar, Hailey, mas ele sempre vai trazer esse tipo de problema. Armie fica com peso na consciência por algumas semanas, mas não tem vontade de melhorar. E não vai melhorar, acredite em mim.

— Eu sei. Deveria ter desconfiado que ele ter me dado a presidência não significaria que ele deixaria de ser o dono de tudo. — suspira pesadamente, esfregando a testa. — Você acha que podemos salvar a minha empresa? O imbecil do Joshua já apareceu lá essa semana querendo dar ordens até em mim.

— Se preocupe com o seu pai e eu cuido do resto. — me levanto, guardando os papéis dentro da pasta e abotoo o botão do paletó. — Não fale com ele sem a minha presença e não caia nas provocações dele, que não vão ser poucas.

Ela se levanta com o cenho franzido e apertamos as mãos. Ela está certa, deveria ter ficado com a presidência e a parte do pai das ações na empresa. Com ele tendo sessenta e cinco por cento de controle, é claro que ainda tem poder para fazer besteiras, como apostar um império tecnológico num jogo de pôquer.

Acompanho-a até o elevador e Ava logo está ao meu lado, acenando para Hailey enquanto as portas se fecham. Então, se vira para mim, muito séria.

— Preciso conversar com você.

— É muito urgente?

Ela concorda com a cabeça e vamos até a minha sala, em silêncio. Sirvo dois copos com uísque, porque a expressão de Ava não é das melhores.

— Quero processar a escola do Ben. — diz ao agarrar o copo com força, sem tirar os olhos dos meus.

Ergo as sobrancelhas, surpreso. Benjamin é o filho mais velho de Ava, e meu afilhado. Espero que ela diga mais alguma coisa, mas sou agraciado com o silêncio. Faço-a sentar no sofá, acompanhando-a.

— E você quer isso por quê...?

— São todos uns racistas do caralho.

Certo... esse é um assunto sério. Muito sério. Me endireito no sofá, girando o corpo na sua direção para observá-la melhor.

Me toca - Livro 2 (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora