...Quebra de tempo (uma semana)...
Me remexi levemente desconfortável na cadeira, estava desenhando mapas incessantemente desde às cinco da manhã. Cho estava pior que eu, cheio de olheiras e com cara de cansado.
Estendi minha mão para tocar seu braço musculoso. Ele rapidamente me olhou.
-escuta, descansa um pouquinho. Falei tentando soar convincente.
-Não precisa.
Estreitei os olhos ao puxar minha mão.
-Fiz algo? Estranhei perante a dureza em sua voz.
-Mariá, concentra. Não tem problema nenhum, só quero o máximo de informações possíveis.
-Kimball, eu não saio daqui até falar tudo o que sei. Estipulei um mês ao acaso de terminarmos antes. Mas se tu começar a te machucar eu não dou nenhum pio a mais.
Fiz bico e cruzei os braços. Estava quase toda melhor, só as costelas doíam um pouco. Principalmente pelo mau jeito que dormia, tentando não encostar muito em Cho.
-Me ameaçando pequena?
Ele se levantou e contornou a mesa, apoiou as mãos nos braços da minha cadeira e se aproximou perigosamente, me encarando com intensidade, Apesar de estar praticamente colada com ele, seu perfume me acalma e dou um sorrisinho de lado.
-E se eu estiver?
Foi a vez dele sorrir e se aproximar um pouco mais. Céus, não estou nem raciocinando direito.
-Aí você vai estar muito encrencada mocinha. Arrepiei com os sussurros na altura do meu ouvido. Sua respiração estava cada vez mais perto da minha pele sensível, Kimball estava tentando se controlar, aparentemente, mas a tensão sexual entre nós ficava cada vez mais forte.
O toque do celular dele nos tirou do transe e escutei um resmungo baixo. Sorri e me levantei, indo até a cozinha já com a cabeça no almoço.
Bunker de Kimball, San Francisco
11:11 p.m.
Kimball Cho
Não sei se agradeço ou reclamo quando o celular tocou, me afastei dela lentamente e murmurando alguns palavrões. Atendi:
-Cho.
-Bom dia, boa tarde Cho. Estou no FBI e aquele nosso combinado já saiu.
-Excelente Lisbon, me envia os dados todos por favor.
-Já estão na tua caixa principal do e-mail chefinho. Ela provocou com um tom irônico. Não pude deixar de rir.
-Uau, Kimball Cho rindo... Já sei que o motivo dessa alegria tem muitos nomes, sobrenomes e um cabelão.
-Quieta Lisbon! Falei fingindo seriedade. Ela não parava de rir.
-Ok, ok. Até mais.
-Até.
Abri os documentos provisórios que estavam sem fotos ainda. Ok, Valentina Ferraz é o nome falso, nacionalidade argentina e vários outros detalhes que Mariá vai ter que decorar. Imprimi os papéis e deixei do seu lado da mesa. Sorri ao ver os desenhos perfeitos de cômodos, todos com legendas e informações adicionais que ela vai se lembrando ao longo do nosso trabalho. Os post-it's cor de rosa estão lotados de senhas, códigos e suas possíveis variações. Estudo todo o conteúdo que ela fornece, e sei que dá até a sua última gota de concentração em todo esse serviço.
-Por que diabos esse sorrisinho bobo Kimball? Meus desenhos estão horríveis né, eu juro que me esforço.
A morena parou ao meu lado encarando tristemente as páginas.
-Como é? Me virei estupefato para encará-la nos olhos. Seus desenhos são perfeitos, nem com anos de investigação, câmeras e infiltrados conseguiríamos todas essas informações. Eu reconheço seu esforço, te admiro muito e gosto de trabalhar em parceria contigo... As palavras foram saindo sem nenhum controle, e quando me dei por conta do que tinha dito ela estava ruborizada e com um sorriso nos lábios. Meu Deus, como quero beijá-la... Pensei aturdido, focando apenas que Mariá é menor de idade, preciso aguentar mais 3 dias... Estou ficando claramente louco, maluco, pirado;
-Está tudo bem Kimball?
A forma que ela pronunciou meu nome, seu sotaque e a voz doce me tomam a razão. Alcanço a cintura de Mariá com uma mão e a puxo suavemente até nossos corpos estarem completamente colados. Não fujo de seu olhar, a qualquer sinal de medo vou soltá-la. Mas ao contrário, enxergo apenas desejo. Suas mãos sobem até minha nuca e deixo-a selar nossos lábios. Um gemido involuntário escapou de minha garganta ao sentir o choque de nossas línguas. Não quero soltá-la, mas precisamos de oxigênio. Caio na real assim que nos afastamos e olho para seus lábios rosados e convidativos. Que caralho, beijei uma testemunha menor de idade. Merda Kimball.
Suas mãos ainda não saíram dos meus cabelos, e ela começa a fazer um cafuné suave. Sou abraçado e preciso respirar fundo para me controlar.
-Calma Kimball, não é tão ruim quanto parece. Ela riu suavemente do meu suspiro exasperado. Passo meus braços em torno de sua cintura e me permito relaxar um pouco.
-Beijo tão mal assim?
-Não. Nem um pouco. Quer dizer, quem deve beijar mal aqui sou eu...
Ela se afastou ruborizada e eu quase reclamei pela distância.
-Por que diz isso pequena? Busquei seu olhar e ela sustentou.
-Foi meu primeiro beijo desejado Kimball...
Suspirei enquanto ela se aproximava novamente, cheia de malícia no olhar.
-Eu nunca tinha entrelaçado meus dedos nos cabelos de alguém. Mariá sussurra fazendo-o. Me mantive parado.
-Nem tocado os braços de outro homem dessa forma. Seus dedos causavam arrepios em minha pele e me esforcei para não agarrá-la.
-Muito menos mordiscado o pescoço - eu ofeguei, estava perdendo o controle - e em absoluto, não tinha beijado dessa forma.
Nos grudamos de uma forma que eu não achei que seria possível.
Bunker de Kimball, San Francisco
20:19 p.m.
Mariá de Alcântara
Passamos o dia entre 'pegas e largas' como dizia meu avô na estância. Estávamos nos encarando sobre as telas do notebook. Desviamos o olhar quando a tensão sexual ficava demais.
-Agora eu entendo o porquê das regras contra namoros entre agentes na CBI... escutei o murmúrio de Cho e me obriguei a retrucar.
-Ué... Não está me aguentando Kimball? Coloquei meu melhor sorriso safado no rosto e mordi os lábios. Estava me saindo bem nesse negócio de sedução...
-Não faz assim pequena... Ele encerrou o assunto e voltou ao trabalho. Fiz bico, frustrada.
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Rescue of The Future - The Mentalist
Fanfic"...Vesti minha melhor máscara de nojo na vã tentativa de tapar o medo. Ele parou na minha frente, e acho que vi um vislumbre de susto quando o encarei. Claro, estava muito pior que das outras vezes. Minhas longas mechas negras estavam emaranhadas e...