18- Nunca mais desacredite

2.6K 258 28
                                    

°•▪︎°•▪︎°•▪︎°•▪︎°•▪︎°•▪︎°•▪︎°•▪︎°•▪︎°•▪︎

Dan

Sai do quarto, acho que seria melhor a Ana ficar sozinha para pensar e processar tudo. Meu coração estava tão pesado, não sabia o que fazer naquele momento e nem o que se passava na cabeça da Ana, ela pode até parecer forte por fora, mas na verdade é frágil e sensível por dentro.

- Ela está bem? - Oscar pergunta vindo até mim.

- A Ana só precisa ficar só. - digo cabisbaixa.

- E você? Tá bem? - Oscar pergunta.

- Vou ficar, não se preocupe comigo. - digo firme.

Escutamos alguém bater na porta, era o Martin que havia chegado.

- Eu soube o que aconteceu, eu sinto muito. - ele diz me abraçando.

Seu abraço confortante me ajudou naquele momento, senti que poderia contar com ele. Oscar ficou ali nos olhando por alguns instante.

- Quero falar com você depois. - Oscar diz para Martin e em seguida sai da sala.

- O que ele quer com você? - pergunto ainda abraçada com Martin.

- Não deve ser nada, não se preocupe. - ele diz beijando minha cabeça.

Nos sentamos no sofá e começamos a conversar.

- Como você tá agora? - Martin me pergunta.

- Eu tô bem, só estou preocupada com a Ana. - digo deitando minha cabeça do seu ombro.

- Você não está bem, e como sempre, guarda tudo pra você. - ele diz me abraçando de lado. - Caso precise conversar, eu estarei aqui, tá? - ele diz segurando uma das minhas mãos.

- Tá bom. - digo o abraçando forte.

Ficamos lá em silêncio por um bom tempo.. aproveitando a companhia um do outro, já que eu não queria falar nada, e ele provavelmente não soube o que dizer.

- Vou ver a Ana. - digo levantando e indo até um dos quartos.

- Vou ver o que o assombrado quer. - Martin diz saindo.

Vou até o quarto em que a Ana estava, bati na porta, mas ela não me respondeu. Eu fiquei preocupada e abri a porta, ela estava em uma das camas dormindo, depois de ter chorado, deve ter pegado no sono. Eu a cobri com um lençol e sai do quarto.

Ao sair do quarto escuto o Oscar e o Martin gritando, vou até lá e pergunto o que estava acontecendo, ambos disseram que não era nada, mas eu sabia que tinha algo. É fácil perceber quando o Martin mente para mim, e o mesmo tinha ido embora, parecia com raiva, apesar de ter dado um sorriso.

(...)

Já estava todos dormindo, fiquei na cama deitada e ao meu lado só tinha a minha arma, meu corpo estava quieto, mas a minha mente estava agitada como nunca, não conseguia dormi de jeito nenhum, a preocupação estava presa em mim. Levanto e vou até a sala, sento no sofá e fico olhando para a janela, minha mente estava em outro lugar, comecei a pensar no meu abuelo, tentava entender como tudo isso aconteceu e o por que dele ter sumido.

Quando fui perceber, meus olhos já estavam inundados de lágrimas, eu chorava incontrolavelmente, toda a minha tristeza estava saindo naquele momento. Pelo menos eu consegui ser forte na frente de todos, não queria que me vissem abalada, isso só iria piorar as coisas. Fiquei assim por alguns minutos até sentir alguém se aproximar.

- Sabia que você não era forte o tempo todo. Na verdade ninguém é. - escuto uma voz grave soar até mim.

Sabia que era o Oscar. Ainda de costas, começo a secar as lágrimas que se atreveram a permanecer em meu rosto.

- Não me diga! o que mais sabe sobre mim? - pergunto me virando para ele após ter secado meu rosto tentando desviar o assunto.

- Sei que gosta de ficar só, para pensar com calma. - Oscar diz se aproximando. - Sei que sempre sai de casa com o pé direito e no caminho da faculdade para em uma cafeteria só pra comprar uma rosquinha. - ele diz sentando ao meu lado.

- É a melhor da cidade. - digo tentando sorrir enquanto segurava o choro.

- É, eu sei. - ele diz secando uma das lágrimas que desceram pelo meu rosto.

- Como sabe dessas coisas? - pergunto o encarando.

- Depois falamos disso, você precisa descansar. - ele diz me fazendo assentir.

Me deito ali mesmo no sofá, Oscar levanta e vai até o meu quarto e pega um lençol, me entregando em seguida.

- Vou te deixar descansar, até amanhã. - Oscar diz após me entregar o lençol e já sai em seguida.

- Oscar. - o chamo fazendo ele virar e olhar para mim. - Pode ficar mais um tempo aqui comigo? - digo implorando em pensamentos para que ele dissesse sim.

Oscar não diz nada, ele vem até mim e deita no sofá, o sofá não era tão pequeno, coube nós dois certinho. Deito em seu peito e então ele me abraça, seu toque era bom, aconchegante.

- Me desculpe por não ter acreditado em você no dia da minha festa. A Mônica me disse que ela que te beijou, então... - digo mas ele me interrompe.

- Tudo bem. - ele diz acariciando meu cabelo e depois segurando meu queixo, me fazendo olhar em seus olhos. - Mas nunca mais desacredite de mim, ainda mais quando eu tento falar a verdade várias vezes, chica. - ele diz sério mas logo sua feição muda e então ele me da um breve selinho.




Continuar?

Tão perigosa quanto você (Oscar Diaz)Onde histórias criam vida. Descubra agora