Você e eu na França ✿ jikook

Capítulo 3 ✿ Flores cheiram como destino

Espero que estejam bem e se cuidando! E, por favor, leiam os capítulos ouvindo a playlist de "Você e eu na França", no spotify. O link da playlist tá na bio do meu perfil, aqui no wattpad. 

Escolhi as músicas da playlist com muito cuidado, e elas ajudam muito a entrar na história! Boa leitura <3

Park Jimin

As caixas de som da sala trouxeram os instrumentos da orquestra até os meus ouvidos. Respirei fundo antes de finalmente sair da pose inicial. 

Levei os braços esticados para cima, olhei-os e desci-os lentamente, até que as minhas mãos estivessem na altura do meu queixo. Em um movimento não tão rápido, comecei a mover os meus pés, caminhando para o lado. Abri os braços para a diagonal, deixei os meus dedos se conectarem, sem deixá-los se tocarem. Continuei enquanto eu movia os meus pés, tentando ao máximo não me desequilibrar durante. Deixei os braços se abrirem até que estivessem alinhados com os meus ombros. Logo, abri-os para lados opostos, um seguido do outro (como se estivesse prestes a me curvar em agradecimento no final de uma apresentação, mas não o fazendo). Dei piruetas até que estivesse no meio do palco novamente, e quando cheguei, parei com os pés em quinta posição e as mãos em frente ao corpo, girando a cabeça como se alongasse-a. Então, o som dos instrumentos começou a ficar mais tenso. A orquestra declarava medo. 

Os movimentos delicados e puros tornaram-se machucados. Dei dois largos e rápidos passos para o outro lado, parando de frente para uma das coxias do palco. Levantei uma das pernas para trás, aumentando cada vez mais a altitude, deixando-a sempre esticada. 

Os instrumentos musicais ficavam cada vez mais agonizantes. Hesitação, sofrimento, receio. 

Desci a perna e girei. Dei cinco voltas. Depois, efetuei um entrelacé¹. Mas, para a minha surpresa, não obtive sucesso no passo seguinte. 

Na hora de cair do salto, meu pé vacilou. O meu corpo quase caiu, e por sorte não torci o tornozelo.

Meu professor de dança, que me assistia atentamente, desligou o som. 

— Vá para casa. Você precisa descansar. — foi o que ele disse.

— Não — intervi. — Peço perdão pelo erro, Siwoo, eu realmente não sei o que aconteceu. Tenho certeza de que posso continuar praticando.

— Park Jimin, você sabe que é o melhor dançarino da Black Swan, não sabe? — indagou, e eu me silenciei. — Talvez o melhor até de Seul. Mas um bom dançarino precisa se manter saudável, e eu não estou dizendo que você precisa melhorar a alimentação, ou emagrecer, porque eu sei do seu histórico de dietas. Eu preciso que você descanse. Ensaiar, estudar e trabalhar vinte horas por dia só vai te fazer falhar, porque vai chegar um momento em que você não vai mais aguentar nem se levantar da cama, e vai perceber o quão desgastante é a sua vida. 

— Foi apenas um deslize — foram as únicas palavras que consegui pronunciar. 

— Bailarinos cometem deslizes, não é como se fosse um absurdo acontecer. O que eu estou dizendo, é que você faz muito e se cuida pouco. Nunca vi ninguém dar tudo de si no palco como você dá. Eu tenho orgulho de te ter como dançarino, por isso quero que esteja em perfeito estado. 

Engoli em seco, assentindo fracamente, sem vontade. Segui até as escadas do palco, desci e peguei a minha bolsa de ballet. Contragosto, deixei a Black Swan naquela tarde. E me senti insuficiente, mesmo que eu soubesse que voltaria no outro dia.

Quando cheguei em casa, ainda insatisfeito, caminhei apressado até a sala de dança. A mansão da adorada família Park poderia, muitas vezes, me beneficiar.