LIMBO

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NURIEL HERONDALE

Magnus havia espalhado livros antigos e seu glimorio por todo tapete. Estávamos estudando seriamente a forma como os anjos disseram que podemos entrar no limbo, não queremos correr risco de nada der errado.

— Demônios viajam por dimensões, e o limbo é apenas uma dimensão de um portal. Por termos criados as barreiras de proteção  que se ligam na ilha Wrangel para impedir invasões demoníacas, Malekith pode não escapar usando sua forma de viajem, mas nada o impede de passar junto conosco — Magnus disse qual era sua preocupação. O demônio protetor do instrumento é algo que está martelando na nossa cabeça.

— Mas para entrarmos e sairmos teríamos que fazer um feitiço de ligação entre nós dois. Não teria como se Malekith não estaria ligado com a gente — tentei justificar de forma burra.

— Não, Nuriel. Ele é um demônio, não precisa estar ligado com a gente, apenas precisa de uma abertura. Malekith não irá nos dar o instrumento de graça. Mesmo que que ele nos dê sabendo que iremos destrui-lo para que ninguém faça o mal, ele vai querer sua liberdade — andou de um lado para o outro e me joguei sobre os livros.

Eu não achei que seria fácil, mas também que não seria tão complicado.
Raziel tem razão, a descida de um anjo não é fácil.

— Então nós vamos lutar com ele — dei de ombros e Magnus parou me encarando.

— Lutar com um demônio dentro de uma dimensão vazia onde ele terá mais vantagem? Nuriel, você é louca! — exclamou.

Com um impulso, me sentei o encarando.

— Não é qualquer feiticeiro, é Magnus Bane o filho do Príncipe mais forte do inferno. Não é qualquer caçadora de sombras, é Nuriel Herondale filha direta de um anjo. Nós vamos conseguir — encorajei.

— Gosto de frases de efeito, mas na prática não funciona assim.

Bufei revirando os olhos. Magnus também não é muito otimista, e isso está quase me fazendo desistir. Ainda sim, não posso falhar com meu pai e os outros anjos.

— Nuriel — Magnus se abaixou até mim — Precisamos da ajuda dos seus amigos. Teríamos mais vantagens com ajuda deles.

— Não, Magnus. Os anjos disseram que muitos não podem saber.

— Mas os anjos terão que entender que está difícil pra gente também. Você terá que acatar a ideia.

— Eu não vou acatar nada, vamos apenas nós dois e pronto. Não quero coloca-los em risco.

— Herondales, sempre teimosos — Magnus suspirou — Você está armada?

— Uma caçadora nunca anda desarmada — pisquei.

— Vou fazer o feitiço de ligação, quando voltarmos e se voltarmos, eu o desfaço.

Assenti e me levantei. Magnus segurou nas minhas mãos, as suas estavam frias como gelo, talvez nervosismo, mas nunca vi Magnus nervoso. Ele começou a recitar em uma língua demoníaca comum dos feiticeiros, e minhas veias começaram a queimar. A cabeça ardia como se houvesse fogo e soltei um grunhido de dor, minhas mãos e de Magnus estavam grudadas como imãs. Até ele parar e soltar nossas mãos.

— Você tem certeza que essa ligação não é muito pesada? — sussurrei tocando a cabeça.

— Tenho certeza que não — respondeu pegando uma enorme adaga ali e cortou sua mão. Na mesma hora, senti uma leve ardência na palma da minha mão — Se fosse uma ligação muito pesada, sua palma também teria machucado. Não se preocupe.

𝘼 𝘿𝙚𝙨𝙘𝙞𝙙𝙖 𝙙𝙤𝙨 𝘼𝙣𝙟𝙤𝙨 • 𝖇𝖔𝖔𝖐 2Onde histórias criam vida. Descubra agora