'' Houve um tempo, eu me lembro
Em que eu não conhecia nenhuma dor
Quando eu acreditava no para sempre
E que tudo continuaria igual
Agora meu coração se sente como em dezembro
Quando alguém diz o seu nome
Porque eu não consigo criar coragem pra te ligar
Mas eu sei que um dia vou conseguir, sim
Todo mundo se machuca às vezes
Todo mundo se machuca algum dia
Mas vai ficar tudo bem
Vá e levante um copo e diga
Um brinde às pessoas que temos
Um brinde ao desejo de que você estivesse aqui, mas não está
Porque as bebidas trazem de volta todas as lembranças
De tudo que já passamos
Um brinde aos que estão aqui hoje
Um brinde para aqueles que perdemos pelo caminho
Porque as bebidas trazem de volta todas as lembranças
E as lembranças trazem, as lembranças trazem você de volta.''- Memories, Marron 5.
Meses depois...
A primavera quente do sul francês mostrava-se ter mais calor do que o esperado na opinião de Sara. Ela havia se acostumado com o calor morando no subúrbio do Rio de Janeiro e depois, no Jardim Botânico. Deve-se dizer que esse último, exigiu uma resistência há mais, por causa dos insetos e animais.
Subitamente, ela desejou muito, estar em um biquíni e com um grande pote de gelatto nas mãos, mas, por enquanto, se contentou com a vitamina de morango que bebia. Seu recente amigo, porém um fiel escudeiro, Peter, se remexeu na cadeira incomodado. Ele, com certeza, estava numa situação pior do que a dela, por ser britânico e passar o ano todo, em baixo de chuva e frio.
- Tempo está fresco, não?- Provocou, sugando com força a vitamina.
- Sim, igual ao inferno. Só você pra fazer trocar uma piscina por lanche no meio da rua. Tenho a sensação de que a qualquer momento, eu vou ser frito pelo calor que emana do asfalto.- Passou a mão pela testa.
- Ah, não se preocupe. Não vai ser eu que vou te devorar. Não gosto de carne mal passada.
Peter explodiu numa gargalhada alta, chamando a atenção dos passantes e das mesas próximas no café charmoso que estavam. Ele bateu com gosto na mesa repetidas vezes e de vez em quando, apontou na direção de sua amiga com o dedo riste. A mulher sentiu as bochechas queimarem com o show que o companheiro estava dando.
- Eu amo o senso de humor, Sara.- Disse secando os cantos olhos e dando pequenas risadas.- Seu ex era mais branco que eu. Você pode até não gostar, mas já experimentou.
- Humpf.-Revirou os olhos.
- Aliás, como vai ele e a sua família?
- Na última carta da Júlia...
- Você não acha que é muito obsoleto essa sua forma de comunicação?- Peter a interrompe, ganhando uma fuzilada e revirada de olhos, longa e dramática.
- Eu ainda não quero que eles saibam aonde estou e também converso com Júlia por mensagem ou ligação no barco todos os dias. Águas internacionais, esqueceu?- O moreno nega com a cabeça, lembrando dos seus enjoos diários, que tinha dentro do transporte.- Ela disse que todos vão muito bem. A faculdade está sendo ótima e o namoro com Simão anda às mil maravilhas. O irmão dela...
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Os segredos e os perigos que guardam no coração da floresta.
RomanceQuão tênue pode ser a linha entre atração e o desprezo? Sara Medeiros vê sua vida desmonorar na morte precoce de sua mãe. Sua única família. Fazendo com que ela tenha que sozinha enfrentar a vida e o mundo. Porém, isso se transforma quando um homem...