SEIS

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Amanheceu chuvoso, do lado de fora o vento fazia as árvores chacoalharem de um lado para o outro enquanto a fina garoa molhava tudo ao redor.
Fazia frio e foi sentindo essa sensação que Signe acabou acordando.
Tinha dormido muito bem, os pesadelos recorrentes haviam sumido pela primeira vez em dias.
Era um contraste gigantesco, afinal enquanto a noite anterior tinha sido atípica, constrangedora e assustadora, fazia muito tempo que não dormia tão bem.
Se levantou e ainda sentada na cama se despreguiçou longamente levantando seus dois braços para cima.
Tomou coragem e foi fazer suas higienes, tomou um banho rápido se vestiu e desceu.
Ainda nos degraus sentiu um cheirinho forte de café e involuntariamente foi sendo guiada até a cozinha de onde vinha o cheiro.
Chegando lá encontrou Aba e o doutor Wedel.
Os dois conversavam enquanto ambos tomavam café.

— Veja quem já está de pé Aba. — Sigurd a olhava dos pés a cabeça enquanto Aba mantinha os olhos fixos nos olhos dela.

— Parece que até aos sábados ela gosta de levantar cedo.

— Pelo jeito sim Aba. Doutora Sigurd, não sei se cheguei a dizer, mas aos sábados e domingos você não precisa trabalhar é folga. — Os dois sorriem juntos olhando para a doutora.

— Perai, hoje já é sábado? Nossa estou totalmente perdida no tempo. Meu Deus... Ando tão concentrada no trabalho que estou um pouco avoada ultimamente.
Mas gosto de levantar cedo todos os dias, se tornou um costume.
E quanto a folgar... Por mim eu trabalho aos sábados sem problema, até pq é aqui do lado, eu diria no seu quintal. — Ela dá um sorriso para o homem em seguida pegando um pouco de café e um pedaço de bolo de chocolate que estava na mesa.

— Deixarei a seu critério, mas caso mude de opinião estarei aqui para dar uma de guia turístico. — Sigurd sorri mais uma vez só que dessa vez com um olhar penetrante.

— Tá bem. Vou só dar uma olhada em algumas coisas e depois volto. Hoje farei meio período então.

— Sem problema Signe. Bom deixa ir até meus escritório pois tenho alguns papéis para revisar. Te vejo mais tarde e ótimo café Aba, como sempre estava Divino e se você não fosse comprometida casava com você.

— Para patrão... Assim você me deixa constrangida doutor Wedel. — Aba estava toda vermelha pois receberá um beijo antes dele sair na testa e soltava risadinhas pelo o que Wedel acabara de fazer.

— A senhora é casada Aba?

— Sou, por que não seria? Por causa da minha idade?

— Não, não, não... Não é isso... Me perdoe se pareci grosseira, mas só perguntei pois você passa a maior parte do tempo aqui, então pensei que pudesse ser.

— Vou para casa aos sábados e volto segunda bem cedo. O doutor Wedel me deu folga ontem e disse para eu emendar o fim de semana todo, mas eu fiz questão de vir hoje.
Coitado, sozinho ele fica todo enrolado e perdido por aqui.

— Entendo, verdade isso. — Signe concordava com a governanta, mas a realidade era que em sua cabeça ria das palavras de Aba, pois sabia bem o quanto "perdido e enrolado" Sigurd ficava na ausência dela, A secretaria que o diga.

— Devo muito a ele. O doutor Wedel é uma ótima pessoa.

— Eu acredito que sim. Aproveitando a deixa e não querendo ser indelicada, mas já sendo. Por que ele não casou? Quer dizer... Ele mora sozinho aqui nessa mansão é rico e bonito, difícil imaginar vivendo sozinho.

— Ele não é de expor sua vida pessoal comigo doutora Dahl. O que sei é o que vejo, ou seja, o mesmo que você.
Fora isso não me importa, ele me paga para ser a governanta da casa e é o que faço. Mas se a senhorita deseja saber se mulheres ficam atrás dele? Sim. Você mesma disse os predicados dele, então eu diria que é normal.

O JARDIM DE AKEROnde histórias criam vida. Descubra agora