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Capítulo 7

Eu não tinha dormido direito na noite anterior só pensando no dia que teria que enfrentar hoje, não escrevi nada ontem do meu livro e minha agente até achou estranho já que eu estava muito empolgada e as vezes parava só pra descansar. Mas ontem minha cabeça ficou a mil depois que Mari me falou da ida de Rafaela até a academia, o que mais me dava medo é que aquela mulher pode ser pirracenta quando ela bem entender e isso pode acabar afetando Gizelly que já percebi que criou uma raiva da minha ex depois do que contei o que aconteceu e os motivos que levaram o nosso término. 

Rafaela no começo do nosso namoro era a pessoa mais carinhosa do mundo, fazia questão de me agradar sempre e só pra vocês terem ideia eu ganhava presentes todos os dias, desde buquê de flores à correntes de ouro. Já tínhamos completado 3 anos de namoro quando decidimos morar juntas e foi aí que os problemas começaram a acontecer, eu sempre chegava tarde das minhas reuniões com a editora e viajava pra São Paulo voltando no outro dia, no começo só foi algumas reclamações e eu até entendia pois éramos muito grudadas, mas a partir do momento que as perseguições começaram a acontecer minha paciência se esgotou e brigávamos todos os dias por isso, eu achava uma atitude muito infantil, enquanto ela dizia que só estava cuidando do que era dela por direito e foi aí que comecei a me questionar, nenhuma mulher é propriedade de ninguém independente do sexo que seu parceiro seja, fomos colocadas no mundo para sermos livres e não aprisionadas por relacionamentos tóxicos.

Uma vez cheguei na casa de Mariana com um roxo no braço, era literalmente os dedos da minha namorada ali. Tentei esconder com uma camisa de manga, mas Salvador estava fazendo um calor infernal como sempre faz, minha amiga foi pegar no meu braço pois já tinha reparado uma ponta roxa, quando ela levantou a manga da minha camisa minha amiga se revoltou de tamanha forma que se eu deixasse ela sair naquele estado com toda certeza ela mataria minha ex com as próprias mãos, mas eu não queria que nada acontecesse com Mari. Chorei naquele dia como uma criança e minha amiga disse que quando eu voltasse de São Paulo deveria dá um basta nisso, que seu não desse ela iria dá. Viajei pra São Paulo fiz o que tinha que fazer lá e voltei decidida a dá um ponto final no nosso relacionamento, mas a gota d'água foi eu chegar no nosso apartamento e ver um salto diferente ali perto da porta, ouvir vozes e alguns gemidos, assim que abrir a porta do nosso quarto lá estava ela com outra mulher transando na nossa cama.

Bati a porta com força na parede que ela veio ao chão, minha raiva era tão grande que eu poderia facilmente matar qualquer uma delas, Rafaela me olhou com os olhos arregalados e a mulher que estava embaixo dela se escondeu em baixo da coberta e aí que nossa pior e última briga aconteceu.

. . . .

- Não é nada disso que você está pensando. - ela disse assustada.

- Ah não é? Você em cima da nossa cama com outra não é nada demais? - falei estarrecida.

- Eu acho que vou embora. - a mulher disse já começando a se vestir.

- É melhor você ir mesmo, pois não quero ser presa por assassinato. - falei enfurecida.

A mulher passou do meu lado e não se atreveu a olhar pra mim, ouvir a porta do apartamento sendo fechada e era ali no quarto que a terceira guerra mundial começaria.

- Amor. - Rafaela disse terminando de se vestir.

- Você não tem mais esse direito de me chamar de amor depois do que vi aqui. - falei chegando perto dela.

- Eu posso te explicar. - ela disse segurando nos meus ombros, mas eu me afastei.

- QUE PORRA DE EXPLICAÇÃO VOCÊ QUER ME DÁ!!!! - exclamei aumentando minha voz.