P. V. S/N
Já se passava da meia noite Bo-ra não havia retornado da casa de seus pais. Minha cabeça doía, não conseguia raciocinar, estava preocupada... Será que aconteceu algo? Por que ela não me atende?
Assim que minhas palpitações aceleram resolvo ligar para Jay, pois sentia a crise de pânico se aproximando.
◇
Ligação on
- Oppa! – Dito alto e aliviada assim que me atende.
- Oppa? – Pergunta uma voz masculina diferente da de Jay. – Não sabia que eram tão próximos!
- Gray? – Pergunto reconhecendo o timbre grave.
- Pode me chamar de Oppa também. – Fala com malícia.
- Preciso falar com Jay! – Dito séria.
- O Oppa está no banho... Pode falar comigo, eu dou o recado.
- Não, não é nada... Deixa quieto. Na verdade não sei porquê liguei. Não é algo que os envolvam. – Tento encerrar a ligação.
- Por favor! – Me impede. – Fale.
- Sei que não é problema de vocês, mas Bo-ra ainda não chegou em casa... – Começo a chorar. – Ela já saiu a horas da casa de seus pais e não chegou! Acho que aconteceu algo...
- Não se preocupe! – Diz em tom calmo. – Se troque, já vamos te buscar para procurar sua amiga!
Ligação off
◇
Em tempo recorde chegam em frente a pensão e logo entro no carro. Desta vez usaram o de Gray, era a primeira vez que o via em posição de motorista. Assim que visto o cinto, noto que não sentia mais a necessidade de meus casacos.
- Que expressão é esta? – Pergunta Jay, enquanto seu amigo da partida.
- Está estranhamente calor! – Analiso enquanto me livro do agasalho.
- Sua amiga está desaparecida e você está preocupada com a meteorologia? – Me julga.
- É que estamos no inverno e não é nada comum...
- Deveria estar me guiando! – Gray me interrompe. Ignorando o clima, começo a orientá-lo.
◇
- Faz mais de duas horas que estamos em círculos... – Gray intervém. – Aqui é o meio do nada! – Diz ao observar apenas uma estrada de terra.
Meu telefone vibra e assim que o desbloqueio vejo a mensagem de minha amiga, avisando que havia chego em casa, instantes antes do mesmo desligar por falta de bateria.
- Ela está em casa! – Aviso.
- Ótimo! – Jay diz com sarcasmo. – E nós? Como vamos voltar? – Grita me assustando. – O GPS sem sinal junto com nossos celulares e quase sem gasolina...
Minha garganta forma um nó e cerro os dentes, mas Gray me ampara, afagando meus cabelos, ao passar o braço para o banco de trás.
- Pensei que soubesse o caminho! – As palavras de decepção de Gray faz com que o nó se arrebente em um choro com soluço. – Não chore! Tem algo que você pode fazer...
◇
Voltar para casa não era uma opção viável dado o fato de não ter gasolina o suficiente. Só o que eu precisava fazer era pegar um quarto enquanto os garotos se esquivava para não serem reconhecidos.
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Olhando a Vida nos Olhos
RomanceQuando se está cansada de apenas sobreviver e resolve "olhar a vida nos olhos", a ansiosa S/n, se arrisca em uma nova forma de viver sua vida. Sem rumo ou um plano, por amor a dança e em busca de autoconhecimento; o destino faz com que ela esbarre...