Um vento cálido e úmido era soprado através da porta - aberta - que dava acesso a varanda. Balançando com suavidade as brancas cortinas com bordados florais na pontas, do apartamento, que a própria Hazel havia escolhido em uma lojinha nova no quarteirão ao lado.
Uma gargalhada descontraída escapou de Frank, quando Leo comentou sobre a queda de um dos garçons do restaurante em que eles haviam jantado minutos atrás. E Hazel o estapeou no braço, o repreendendo, porém também sorria.
O trio estavam na sala, no sofá, haviam acabado de chegar de um restaurante, no centro da cidade. Frank e Hazel estavam sentados um ao lado do outro, separados por um vão não maior que uma almofada. O quadril de Leo preenchia o vazio entre os dois, já que o moreno estava deitado. Repousando a cabeça sobre o colo da mulher, que acariciava seus cabelos e suas pernas sobre as coxas de Frank, que vez ou outra esfregava as mãos sobre a sua coxa. Ele gostava daquilo do afago delicado em seus cabelos e da massagem bruta em suas coxas
Hazel inclinou seu corpo em direção a mesinha de centro, de formato retangular, onde jaziam três taças e uma garrafa de vinho. A mulher de cabelos encaracolados pegou a que ainda continha o líquido adocicado. E logo voltando a sentar-se ereta no estofado.
— qual é?! Foi engraçado. — o homem de cabelos cacheados se justificou, encarando os indomáveis olhos dourados de sua mulher. E correu em busca dos compreensíveis castanhos de Frank, em auxílio.
— foi mesmo. — Frank sorriu em sua direção, seu braço estava sobre os ombros de Hazel, acariciando o ombro da mulher. E com a outra mantinha segurando a coxa do Valdez.
— ele ficou todo sem jeito, coitado, tentando se equilibrar. — Hazel referia-se ao garçom do estabelecimento, que quando terminava de atender a mesa ao lado escorregou num guardanapo babado que o bebê da mesa havia jogado no chão. Isso foi motivo suficiente para Leo quase rolar de rir. A mulher sorriu minimamente de canto, na hora não achara tão engraçado como agora. — é você tem razão, foi engraçado, ele parecia um patinador amador.
Aquela comparação fora suficiente para o Valdez se desatar a rir descontroladamente. E como sempre contagiando os seus amados.
O romance, a paixão, seguido do amor começou na época da faculdade. Quando Frank cursava educação física, Leo engenharia mecânica e Hazel moda. Ele não se falavam, nem eram amigos, na verdade, mal se conheciam. Mas já haviam se esbarrado algumas vezes pelos corredores da instituição. Os três só foram se conhecer profundamente em uma festa de uma amiga em comum, Piper McLean. Após beberem e dançarem juntos em uma festa na casa da McLean. Rolou uma dupla atração, por parte de Frank e Leo a respeito de Hazel. A jovem mulher sugeriu um relacionamento aberto entre eles, os dois estranharam, claro! Mas, após algumas semanas, no fim aceitaram. E em um certo feriado, um dia frio de inverno quando os três estavam reunidos mais vez embaixo de um edredom. O trio resolveu entregar-se por inteiro aos desejos reprimidos, sem regalias. Até aquele momento Frank Zhang jamais cogitaria em beijar um cara ou tocara um, tampouco deixou que o tocasse. Somente pedido da garota que ele “disputava” com o Valdez. Ele o fez, e não se surpreendeu ao dizer que havia gostado, no dia seguinte. Leo não tivera uma reação tão diferente assim.
Naquela época, com os hormônios ainda vibrando a flor da pele. Eles não diriam que aquilo eles tinham, o poliamor que nutriam, perduraria por tanto tempo. Com o passar dos anos os laços só se solidificaram, apesar de algumas brigas, coisa normais de casais ainda mais composto por três pessoas distintas.
O jantar fora para comemorar os sete anos juntos que eles completavam naquela semana. E o aniversário atrasado de Frank. Que completara trinta e um anos no dia anterior. E infelizmente Leo e Hazel não puderam comemorar na data. Frank não ligou muito para isso, mas Leo e Frank fizeram questão levar o mais velho para jantar.
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Amores de uma vida
FanfictionApós um jantar que muitos julgariam romântico, pois era de fato, e algumas taças de vinho. O triângulo amoroso se entrega aos desejos carnais... Como bem costumam fazer.