depois de cinco anos de promessa, VEIO
"Onde Jaemin e Rilary são um casal comum."
Janeiro - 2019
Eles tentaram fazê-la uma garota especial desde o dia em que ela nasceu. 09 de maio de 1998. Mas, o universo não queria que Rilary Santos Oliveira fosse uma pessoa especial aos olhos de ninguém. A tentativa de fazê-la diferente foi no nome de grafia errada. Hillary é um nome americano. Mas os pais nasceram em São Mateus, logo, não faziam ideia de como a grafia dos nomes americanos funcionava. Então Hillary virou Rilary.
O atípico parou por aí. Santos e Oliveira são um dos sobrenomes mais comuns do Brasil. O dia que ela nasceu foi extremamente comum. Dia nublado, com mormaço, uma terça-feira de outono, uma estação sem graça e que sequer faz diferença em São Paulo.
Sua aparência era comum: cabelos escuros, crespos, pele parda como a pele de mais de 50% da população brasileira. Faculdade de administração comum, em uma universidade comum paga por um Prouni conseguido por mil cotas comuns. Só que, ao contrário do que os olhos de outras pessoas comuns viam, Rilary não foi uma pessoa comum para a família de Na Jaemin.
Jaemin não era uma pessoa comum naquele país. Nasceu do outro lado do mundo, morava num bairro cheio de lojas e pessoas vestidas de fantasias de animes, cabelos coloridos e saias rodadas, faróis de sinalização personalizados e paisagens urbanas conceituais. Estudava T.I e vivia na linha da classe média quase abastada. Era filho único (ao contrário de Rilary que tinha 3 irmãos, dois mais novos e uma mais velha) e seus pais eram super conservadores. Não tinha religião (ao contrário de Rilary que era cristã QUASE praticante).
Pelo "comum" de Jaemin ser tão diferente do "comum" de Rilary, para ele a garota sempre foi diferente, quase impossível. Mas ela era um desafio que ele queria cumprir desde que colocou os olhos nela pela primeira vez. Independente da dificuldade ou do quão incomum fosse.
Pelo menos, até seus pais descobrirem.
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Era aniversário do Henzo e ela, como sempre, tinha se esquecido de comprar um presente para ele. Estava desempregada, sequer se lembrava de comprar o básico para ela mesma. Estava no metrô e resolveu descer uma estação depois da que ela sempre pegava, próxima à universidade. Lá se localizava o maior bairro asiático da sua cidade, então vendia tudo quanto é tipo de bugiganga. Desceu, sentindo a multidão espremendo-a e subiu as escadas rolantes pela esquerda, andando apressada.
Não conhecia muita coisa ali. Aquele lugar era sempre lotado. Mas, com certeza, acharia alguma coisa para o Henzo. Por fim, escolheu um daqueles shoppings populares de muitos andares até encontrar algum estande que vendesse brinquedos. Achou o estande de uma senhora simpática e de covinhas que lhe vendeu um kit de 4 carrinhos coloridos de plástico por 21,99 (o olho da cara).
Quando ela saiu, amarrou os cabelos em um coque meio torto e sentiu uma repentina sede. Não sede de água normal, mas de água com gás ou algum refrigerante. Então entrou na primeira loja de conveniências, com placas de letras estranhas que ela não distinguía de onde era, abriu a geladeira e pegou uma Fanta Uva e uma Água com gás Crystal. O caixa estava vazio, com um garoto loiro e asiático distraído com uma revistinha de desenhos japoneses (algo comum demais ali.) Quando ouviu o movimento de Rilary, tirou os olhos da revista e, sem interesse, passou os produtos pelo caixa.
"8 reais", ele falou, em um português surpreendentemente impecável.
Rilary, estabanada tirou algumas moedas e notas de dois, da bolsinha colorida e cafona que roubou da avó, e colocou nas mãos grandes e magras do rapaz. Ele abriu o caixa eletrônico, sem cerimônias.
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Night Ways [One Shots]
FanfictionAs vezes basta uma noite, para que os dias seguintes já não sejam mais os mesmos. Legenda: 💎 one shots levinhas 🍓 +14 🍓🍓 +16 🍓🍓🍓 +18 Conjunto de One Shots de K-pop e doramas.