-_Panic_-

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Pov/Robert Sheehan

01:00

Até onde eu tinha certeza, eu estava em meu quarto dormindo.
Só que eu rapidamente perdi toda a certeza que eu tinha.

Eu estava deitado, porém não conseguia abrir meus olhos, não conseguia respirar e minha voz não saia de jeito nenhum.
Tudo o que eu via era um breu.

Até que eu comecei a sentir algo andando pelo meu corpo.
Rastejando sobe minha pele.
E não demorou muito até eu começar a sentir um embrulho em meu estômago.

Estava tudo emaranhado, eu sentia ânsias e  sentia que meus órgãos internos estavam sendo devorados aos poucos.

Eu estava entrando em pânico, porque eu já não sabia o que eu deveria fazer.
Aquilo era uma tortura sufocante.
Por um momento eu comecei a imaginar que aquilo andando pelo meu corpo e me devorando por dentro aos poucos fossem...

Aranhas.

Mas, eu me recusava a imaginar isso, eu tinha fobia de aranhas.
E morrer sendo consumido aos poucos pelo seu maior medo, não é uma forma muito boa de se morrer.

Eu recusei essa idéia até eu começar a sentir algo subindo pela minha garganta e tentando sair pela minha boca.

Era algo peludo e tinha pernas longas, o gosto era desconfortante.

Senti minhas bochechas sendo molhadas pelas minhas lágrimas.
Eu comecei a implorar para que aquilo fosse apenas um sonho, ou melhor, um pesadelo.
Eu suplicava para que aquilo acabasse.

Enquanto eu chorava implorando pela minha vida, eu pude novamente enchergar aonde eu estava e o que eram aquelas coisas.

E finalmente eu pude parar de negar o óbvio.

Meu corpo estava sendo cercado por várias aranhas de tamanhos diferentes, pequenas, médias e até mesmo as mais grandes  com pernas maiores que o próprio corpo.

As batidas do meu coração começaram a falhar a partir do momento em que eu pude ter certeza de que aquilo em minha boca era muito pior do que as que circulava sobe minha pele.

Levei uma de minhas mãos até minha boca, abri minha boca suavemente e eu finalmente pude saber o que era aquilo.

Havia uma tarântula querendo sair pela minha boca.

Eu não estava em pânico interno só em saber que haviam aranhas andando pelo meu corpo. Mas, agora, saber que a maior e mais assustadora estava dentro de mim.

Era a gota d'água.

Abri minha boca para poder gritar, mas a única coisa que saio da minha boca foi a tarântula manchada de uma coisa vermelha, que se eu prestasse atenção direito, eu poderia ter certeza de que aquilo era meu sangue. Comecei a correr o mais rápido que eu pude para uma direção que eu não tinha certeza.

Eu não via nada em minha frente, apenas a imensidão do escuro agoniante.

Quando eu fui dar mais um passo para tentar fugir daquelas aberrações de 8 pernas, meu pé falhou no chão e eu caí.

The blackout in the dollhouse (Robert Sheehan+You)Onde histórias criam vida. Descubra agora