Volume 3 | Capítulo 2.4: Inverno

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Uma hora depois a execução aconteceu.

Farnese havia feito um buraco no gelo que cobria o rio. Os três culpados foram jogados neste buraco. Entretanto, eles não foram afundados completamente, mas só até o ponto em que a água alcançava os seus queixos. A senhorita ordenou que as bruxas recongelassem o rio. Então os corpos dos criminosos ficaram completamente presos na água gélida, com apenas suas cabeças para fora. Farnese se inclinou e os encarou, olho no olho.

"Dizem que neste rio se esconde um monstro ancestral. Se esforcem para aguentar."

Os rostos dos culpados ficaram mortalmente pálidos.

Os demônios que viviam dentro da água nadaram em direção aos homens. Era possível enxergar as sombras das bestas se mexendo por baixo da plataforma de gelo.

Os criminosos se curvaram e debateram, e ao mesmo tempo dos seus movimentos espalhafatosos, os monstros avançaram contra seus membros inferiores e começaram a rasgar.

— Por favor, poupe-nos.

— Pedimos perdão, oh grandiosa general! Eu te Imploro!

Pouco a pouco.

Debaixo da água gélida, as bestas comeram a carne dos homens, uma pequena bocada de cada vez. Os monstros rasgaram os pés dos criminosos com seus dentes, arrancaram a carne de seus quadris, e mastigaram os seus pulmões. Com o passar do tempo, os gritos enfraqueceram. O silêncio recobriu os arredores. Os milhares de soldados que estavam assistindo a execução ficaram em silêncio. Apenas as cabeças dos criminosos permaneceram acima do gelo, enquanto isso, abaixo da plataforma uma cor avermelhada havia se espalhado e tingido a água.

Farnese olhou para baixo, vendo o sangue se espalhando sob seus pés.

Então ela levantou as cabeças dos culpados. Já que seus corpos estavam completamente separados das cabeças, elas saíram do gelo com facilidade. Farnese examinou os rostos que foram congelados com uma expressão de dor, e murmurou como um crítico julgando o trabalho de um pintor de quinta categoria.

"Isto não é muito atraente. O formato das suas cabeças não é satisfatório."

Farnese jogou as cabeças para os capitães.

"Pendurem-nas."

As cabeças dos criminosos foram empaladas em estacas e foram colocadas em exposição no centro da vila. A palavra 'Estupradores' foi marcada em seus rostos com uma faca. Sangue escorria pelas marcas da lâmina. No meio da noite, o frio ficou tão severo que as gotas de sangue congelaram.

No dia seguinte, os soldados carregaram as cabeças empaladas e atravessaram a plataforma de gelo. Enquanto pisavam no gelo, os soldados olhavam para baixo de seus pés frequentemente. Parecia que o pensamento sobre as cabeças decapitadas ainda estava ocupando as suas mentes. Depois deste dia, não houve mais soldados indo contra os comandos militares.

Sem que as tropas soubessem, eu e a Lapis fizemos uma avaliação.

"Viu? Trinta pontos."

"Para esta serva isto pareceu vinte pontos."

Farnese escolheu apenas uma opção quanto ao medo da punição. Não houve qualquer precisão no castigo, e ele apenas foi completamente preenchido por pavor obscuro. Já que ele foi preenchido apenas com ambiguidade, a punição não tinha forma, e como não tinha forma, ela não consegue existir por si só.

A punição da Farnese não pôde chegar ao nível de verdadeiras medidas punitivas. Agora os oficiais apenas teriam medo de quem havia aplicado à punição, ou seja, a Farnese. Assim como uma criança teme seus pais. Seja uma pessoa de autoridade tentando gerenciar a política através do medo, ou um pai tentando mandar na sua criança pelo temor, as pessoas cometiam estes erros comumente. E não é nenhuma surpresa que um pai horrível também seja uma pessoa de autoridade terrível. Eu zombava dos indivíduos que tentavam comandar um país sendo que, para começar não conseguiam nem gerenciar a sua própria família apesar de utilizarem os métodos de Confúcio [] e Mêncio [].

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