𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐎

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St. Jhon 1475

– ¹Pater Noster, qui es in caelis, sanctificetur nomen tuum. – O velho padre fala em alto e bom som

– Pater Noster, qui es in caelis, sanctificetur nomen tuum. – As setenta e oito crianças repitam

– Adveniat regnum tuum. Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra. – Disse o padre.

– Adveniat regnum tuum. Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra. – Somente os garotos repetiram dessa vez.

– Panem nostrum quotidianum da nobis hodie, et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimittimus debitoribus nostris. – Um dos piores homens que aquelas crianças iriam conhecer falou

– Panem nostrum quotidianum da nobis hodie, et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimittimus debitoribus nostris. – Agora foi a vez das pequenas

– Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo. Amen. – Mordon declara sua última frase.

– Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo. Amen. – E todos na igreja repetem logo em seguida.

Aquela era a primeira vez no dia em que Lyanna orava o Pai Nosso, mas com certeza não seria a última. Todo santo dia as exatas sete em ponto ela estava na igreja de St. Jhon, bom ela e seus coleguinhas. Criança entre seis e quinze anos juntas no mesmo local para a mesma coisa. Orar.

[...]

Por conta das idades Lyanna e sua fileira foram as quintas a saírem. Do lado de fora da capela todos começavam se encaminhar para suas respectivas salas afinal ninguém queria receber um castigo.

Com seus cabelos castanhos claros a garota caminhava apressadamente para o segundo andar do prédio principal, precisava de ajuda urgentemente e estava indo falar com a Madre Lim. E depois de três lances de escadas e duas paradas de emergência Lya chega a seu destino. Mesmo que o medo estivesse presente em suas entranhas a pequena reúne toda a coragem que havia dentro de si própria, e bate na porta de madeira velha.

– Pode entrar – A voz da Madre é ouvida pela garotinha, que entra na sala toda envergonhada e desajeitada – Em que posso lhe ajudar senhorita Lyanna? – A mulher pergunta enquanto se senta na cadeira

– É... ma... madre estou com um problema – Um colorete nada suave se faz presente no rosto da morena – São... minhas regras.

– Há sim, é normal em sua idade. Pois me diga em que posso te ajudar? – Lim pergunta com tanta naturalidade que parece que aquilo já havia acontecido dezenas de vezes. O que é bem provável já que ela regia o convento a mais de uma década.

– O que eu... Como eu... O que acontece agora? – Por mais que tenha tido essa conversa mentalmente consigo mesma algumas vezes, a jovem não sabia o que perguntar naquele momento.

– Oh!? Mas é claro uma criancinha como você não sabe o que fazer, sente-se aqui – Madre Lim aponta para uma das cadeiras a sua frente – irei chamar a irmã Diana para lhe auxiliar nesse momento tão importante.

Apesar da ansiedade ter cessado por hora a pirralha não acreditava que continuaria assim por muito tempo.²

St. Jhon 1476

– Por favor ... Pare – Lyanna implorava mesmo sabendo que seus esforços eram em vão. As lágrimas escorriam pela face gorducha da mocinha.

– Você sabe o porquê de estar aqui não é Belmont? – A irmã perguntava com desdém. Lya soluça e meche a cabeça para cima e para baixo.

𝑪𝒂𝒔𝒕𝒍𝒆𝒗𝒂𝒏𝒊𝒂 ━━━━━ 𝐹𝐴𝑁𝐹𝐼𝐶Onde histórias criam vida. Descubra agora