AURORA; philippe coutinho

twenty

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PHILIPPE

— Pior, acho que eu a amo. — Falo por impulso e vejo a Aurora morder o canto do seu lábio, antes de falar:

— E você está prendendo uma pessoa a um relacionamento sendo que você nem gosta dela? — Ela pergunta e eu desvio o olhar dela, me preparando para o esporro. — Eu não tenho nada a ver com isso, mas é meu dever como sua psicóloga de falar que você está sendo ridículo por fazer isso.

— Eu sei disso, Aurora.

— Se sabe, porque continua? — Molho os meus lábios com a língua e volto a brincar com a aliança, ainda sem olha-lá. — Deve ser bom chegar em casa e ter uma mulher que te ama esperando você né? Já que quem você ama, não deve te amar de volta, pois é o único motivo que eu vejo para alguém fazer isso.

— Uau, que balde de água fria. — Brinco e ela me olha feio.

— Olha Philippe, ninguém merece isso que você está fazendo com a Ainê. — Fala. — E ela pode ter mil problemas, mas espero que você não seja mais um.

— Aurora...

— Nosso tempo acabou. — Ela me interrompe e se levanta da cadeira. — Nos vemos amanhã, camisa onze.

Respiro fundo e me levanto da cadeira, indo até ela que está parada ao lado da porta.

— Aceita jantar comigo hoje? — Tomo coragem e pergunto, vendo ela franzir a testa e me olhar. — Igual fazíamos em Barcelona.

— Isso não é nada profissional. — Ela cruza os braços e me encara.

— Tudo bem não ser profissional cem por cento do tempo. — Falo e paro ao seu lado. — Te busco as 20:00, ok?

— Eu nem aceitei.

— Comida de graça, eu sei que você não seria louca de negar. — Abre um meio sorriso e eu dou um beijo na sua bochecha. — Nos vemos a noite.

Fecho a porta do seu escritório, e volto para o campo com um sorriso enorme no rosto.

[...]

AURORA

Prendo o brinco prateado na minha orelha e olho para o Neymar, que está sentado na minha cama.

— Eu sou muito trouxa por ter aceitado sair com ele? — Pergunto chamando a sua atenção e ele desliga o celular, me olhando em seguida.

— Talvez. — Fala e eu rio. — Porém, todo mundo é trouxa uma vez na vida.

— Devo ter sido umas cem vezes já. — Ele ri e eu me aproximo dele, apontando para o zíper do meu vestido e ele se senta na cama, fechando para mim. — E merda, ele tem namorada.

— Sinceramente, eu acho que ele esqueceu disso. — Dá um tapinha nas minhas costas e eu rio fraco. — Mas, continuo achando que a Ainê não merece chifre.

— Que chifre, mané? — Ele ri. — Eu acho ridículo essa atitude dele, e eu disse isso pra ele hoje na nossa consulta.