Assim que chegou em casa, Katie viu que o carro de seu pai estava estacionado do lado de fora da garagem, portanto presumiu que ele não tinha ido caçar. Ela estacionou o seu e saiu. Após, enquanto ia para a entrada, preparava-se para enfrentá-lo.
— Oi, pai. — Katie falava como se nada tivesse acontecido, ao mesmo tempo que fechava a porta. Andando mais a frente, viu que ele estava na mesa, perto da televisão, ao telefone e que sua expressão estava assustada.
— S-sim, tudo bem. — Gaguejava, que, como o diretor, imaginava que sua filha nunca faria uma coisa dessas. — Aham, tudo bem, irei falar com ela. — Então, colocou o telefone no gancho, o que fez um estalo. Por um milagre, não havia quebrado. Quando notou que Katie estava no vão da porta da sala, virou-se para ela, enquanto batia os dedos na mesa.
— E, então... — Disse irritado como ele nunca esteve. — Alguma coisa para dizer?
— Hã... Acho que você já sabe.
— Sim, sei que você foi banida da escola. Mas o diretor falou que seria melhor você me contar o motivo. — Então, o pai dela apontou para o sofá para mostrar que deveria se sentar. Katie engoliu em seco, pois sabia que, se cobrisse a verdade, não adiantaria, pois ele sabe quando ela está mentindo. Foi contra a sua vontade e se sentou no sofá, enquanto ele já estava sentado. — Então... — Ele dizia, ao mesmo tempo que a esperava falar. — Estou te ouvindo.
— Fui, hã... — Katie engoliu em seco mais uma vez e reuniu toda a coragem que tinha para poder falar. — Fui expulsa, porque eu refugiei um vampiro dentro da escola. — Portanto, falou correndo, à medida que atropelava as palavras. Porém, seu pai entendeu e fez uma expressão arregalada.
— Você o quê?! — Fez-lhe uma pergunta retórica, após levar um choque de realidade. — Ah, já sei quem foi. — Balançou o dedo indicador se auto confirmando. — Sabia que aquele cara era um vampiro. Foi o Edson, não foi? Ah, mas vou caçá-lo, aquele sujeito vai se arrepender de ter feito isso. Vou ligar para o seu avô. — Ele disse, já se levantando e se encaminhando para o telefone.
— Não, pai. Espere. — Katie também se levantou e o seguiu. — A culpa não foi dele, ele não fez nada. — Entretanto, já era tarde demais, ele havia discado o número e colocado o telefone na orelha, enquanto esperava ser atendido.
— Alô? Oi, pai. Você pode trazer os seus instrumentos de caça mais sofisticados que você tiver? — Dizia o pai dela, com Katie em expectativas. — Sim, vamos caçar um vampiro. — Ela balançou a cabeça, demonstrando que não concordava. — Ok, obrigado. — Colocou o telefone no lugar. — Apresse-se, arrume-se, vamos sair essa noite. Seu avô vai chegar daqui a meia hora.
— Mas pai...
— Sem "mas", ande. — Dizia ele, ao mesmo tempo que se dirigia para o porão a fim de pegar algumas coisas que imaginava serem úteis. Katie bufou e subiu as escadas correndo para ir ao seu quarto.
Abrindo a porta do cômodo, foi direto para a escrivaninha. Ela pegou um caderno antigo, que guardava, e arrancou uma de suas folhas para escrever para o Edson o motivo dela não estar ali essa noite. Então, pegou uma caneta e começou a escrever:
"Desculpe, Edson, não estarei aqui a essa noite. Meu pai descobriu o motivo de eu ter sido banida da escola e me obrigou a ir te caçar com ele. Eu vou para te ajudar a escapar, apesar de você, talvez, não precisar da minha ajuda."
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Caçadores de Sangue I
VampirosApós ter perdido sua mãe e ter se mudado para o Alasca, Katie Westwood se vê a enfrentar uma escola pelo seu segundo ano consecutivo. Mas não uma escola qualquer e, sim, uma onde os alunos são ensinados a caçar vampiros. Ao contrário do seu primeiro...