PRÓLOGO

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Os bares de Dortmund estavam apilhados de pessoas vestidas em trajes amarelos e pretos com o escudo do time local estampado, bebendo suas cervejas alegremente, enquanto comemoravam mais uma vitória em sua caçada ao titulo nacional, que não vinha a anos. Era interessante como tudo naquela cidadezinha parecia ser voltada para o clube. Não havia lugar sem pelo menos uma lembrança do orgulho municipal, dos bares aos hospitais, a cidade da Renânia do norte respirava Borussia Dortmund. 

— Você está atrasada, Baasch! — A voz irritante da colega de trabalho a atingiu assim que passara pela porta do restaurante do hotel mais caro da cidade, que ao contrario dos bares simplórios que passara por, haviam pessoas bem vestidas em conversas contidas e bebendo vinhos caros. 

— Você deveria estar agradecida por eu ter vindo, Steffi. — Resmungou, retirando o casaco pesado de inverno que cobria o vestido preto na metade das coxas. 

— É meu aniversario, é o mínimo que você poderia fazer!

— Estou aqui, não estou? — A secretaria revirara os olhos para o mal humor cotidiano da advogada, a guiando para a mesa reservada a seus amigos mais próximos. Ela não sabia se poderia considerar Margot uma amiga próxima, sabia muito pouco sobre a vida da alemã, entretanto, havia tornado sua missão de vida fazer a loira se tornar mais acessível. Não tinha obtido sucesso até o momento, mas não era de desistir fácil de seus objetivos.  

Margot não gostava de eventos como aquele. Na verdade, não gostava de evento algum, mas eventos pequenos como aquele jantar eram íntimos de mais para seu gosto, em eventos grandes era fácil desviar a atenção de qualquer um, era mais fácil desviar das pessoas com alguma desculpa idiota. Pensara em centenas de desculpas diferentes para não comparecer a aquela solenidade, mas sabia que a ruiva nunca a perdoaria se o fizesse. Por mais que tentasse não sentir qualquer tipo de apego emocional a Steffi Appel, sabia que no fundo ela era o mais próximo que possuía de uma amizade. 

Adam, um dos seus mais jovens colegas de trabalho, falava quase sem parar sobre o jogo com Margot que fingia interesse enquanto entrava em sua terceira taça de vinho, podia sentir seus sentidos começaram a se inebriar, não era a mais forte para bebidas alcoólicas. No entando, Adam parara de falar de supetão e antes que a loira pudesse agradecer aos céus, vira quase todos no estabelimento de luxo virarem suas cabeças para a entrada.

La estava aquele que ela não imaginava quem ser, com cabelos tão loiros quanto o seu e belíssimos olhos azuis como o céu, escondido atrás de suas roupas escuras e pesadas, acompanhado de um rapaz que assim como ele possuia olhos muito claros, mas os cabelos estavam escondidos por uma touca amarela. Aquela maldita cor que a perseguia.

— Jannis! — Ouvira a aniversariante gritar. — Não acredito que você veio! — Ela continuou, colocando o tal de Jannis em uma abraço apertado. Apertado demais para somente amigos, Baasch pensara. — Sentem–se, chegaram a tempo para o bolo.

Margot fingira descrição quando o rapaz que ela ainda não sabia o nome sentara no lugar vazio ao seu lado, mas não conseguia evitar de o olhar de soslaio, não podia negar que era um belo homem, mas talvez fosse o vinho falando mais alto. Adam, no entando, parecia extasiado com a presença dele ali, a todo momento tentando chamar a atenção falhando miseravelmente.

— Desculpe, quem você é? — Margot o encarou, usando da coragem que ganhara com o alcool. — E por que todos parecem te olhar?

— Não sabe quem eu sou? — Seu tom não continha arrogância, apenas surpresa. — Você não é daqui é? — Ele sorriu, um dos lados de seus lábios se erguendo um pouquinho mais que o outro, quase de maneira voluptuosa, uma covinha se formando em uma de suas bochechas.

— Não sou, — Concordou. — e você não respondeu minhas perguntas. — Apoiou o queixo em uma das mãos.

— Sou Julian. Julian Brandt. — Estendeu a mão para a jovem mulher, que a chaqualhou.

— Margot Baasch.

— Um belo nome, Margot. — Ele comentou despretensioso. — E eu jogo no time da cidade.

— Ah! — Expressou como se naquele momento tudo fizesse sentido. — Temos uma estrela entre nós.

— Não sou uma estrela, apenas um simples jogador. — Ele deu de ombros. — E você? É modelo como a Steffi?

— A Steffi é modelo? — Perguntou confusa, bebericando seu vinho. — Sou advogada, trabalho no mesmo escritório que ela.

— Bem, ela e o Jannis estão sempre fazendo fotos. Já viu como o Instagram dela é movimentado? — Brandt deu um longo gole em sua vodca com gelo, a vendo assentir. — Acho que é o sonho dela, não fico perguntando as pessoas quais são seus objetivos de vida.

— Importante demais para se interessar pela vida dos outros, Julian? — Ela arqueou uma de suas sombrancelhas sugestiva.

— Não. Apenas não preciso saber dos planos de ninguém para o futuro, eu não falo sobre os meus. — Assenou com o copo para um garçom, pedindo outra bebida. — Me diga, por que eu deveria ter interesse por algo tão íntimo?

— É como se conhece as pessoas! — Baasch argumentou.

— Então, você não a conhece! Nem mesmo sabia sobre seu desejo de modelar, e está bem na cara. — Agradeceu o garçom que o entregara outro copo, percebendo que a mulher ao seu lado ser tomada por um silêncio desconfortável, era quase possível ouvir seu cérebro trabalhando. — Desculpe se fui rude, não era minha intenção te ofender.

— Não ofendeu. — Respondeu ainda pensativa. — Você quer sair daqui?

— Está convidando um estranho para sair? — Perguntou desconfiado. — Você devia tomar mais cuidado.

— Ah, mas não é para sair daqui de verdade! — Ela revirou olhos sorrindente, nem mesmo sabia o que está fazendo, jamais teria coragem de fazer algo parecido com aquilo. — Tem um bar do outro lado do hotel.

— E você quer ir lá? Certo, vamos. — Ele ameaçou levantar–se, chamando a atenção de alguns integrantes da mesa. — O que foi? — Perguntou ao ver que ela não o acompanhava.

— Não podemos sair juntos! Vai na frente. — O jogador riu nasalado da seriedade com que ela falara, como se eles estivessem fazendo algo extremamente proibido mas concordara, avisando ao irmão mais novo que precisava atender a uma ligação super importante. — Vou ao toalete, com licença.

Deixara o casaco pindurado no braço da cadeira que antes ocupava, levando consigo apenas a pequena bolsa Prada. Margot não sabia o porquê, mas algo em seu interior parecia ter se acendido quando seus olhos encontraram os do alemão, algo que ela não sentia a muito tempo. Desejo carnal, necessidade de contado humano como tiveram algumas horas mais tarde naquela noite.

Julian mal podia distinguir o que era água e vinho quando ambos descidiram que queriam gastar o resto de suas enérgias em uma daquelas suítes. Ignorando as ligações suplicantes de Jannis e de qualquer outra pessoa, mantendo sua atenção fixa a mulher de voz arrastada a sua frente que chamava por seu nome. Sem saber que sua vida nunca mais séria a mesma após uma única noite de prazer e imprudência.

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Olá, meus amores!

Voltei e melhorada, espero que gostem das mudanças e de como a história vai rolar daqui para frente.

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F. – XOXO

SERENDIPITY | JULIAN BRANDT Where stories live. Discover now