Yellow Brick

Prólogo

Prólogo

Já eram nova horas e Stella se preparava para dormir.

Colocou seu simples pijama surrado com listras azuis, repartiu os cabelos e separou em duas mexas, prendendo-as com duas fitas.

Em seguida escovou seus dentes e se dirigiu para a cama. Como sempre sua mãe, Dorothy estava lá, sentada na beirada da cama.

Era engraçado. Dorothy contava histórias para a sua filha dormir, como qualquer outra mãe. Mas o que a diferenciava das outras, é que nunca carregava um livro. Estava tudo em sua memória.

Stella ouvia sempre a mesma história, mas por incrível que pareça, nunca se cansava dela. Sonhava em um dia poder conhecer Oz.

Então ela correu sorridente até a sua cama e se deitou, com a sua mãe cobrindo-a até o pescoço.

Dorothy olhava para a sua pequena filha. Era sorridente, brilhante, alegre e tão... colorida. Exatamente como era antes de crescer. Talvez aquilo fosse algo que só existisse em crianças.

Ela já estava cinzenta. Como sua casa. Como as plantações. Como o próprio Kansas.

Respirou fundo e olhou para a sua filha, com aqueles longos e ondulados cabelos castanhos escuros e sedosos. Olhos grandes e incrivelmente cinzentos (A única parte cinza da garotinha) que piscavam para ela com certa curiosidade.

Lábios carnudos e avermelhados, algumas sardas em baixo dos olhos e no nariz. Seu rosto tinha um formato em coração. Sua expressão passava tranquilidade e inocência.

– Então... O que quer ouvir hoje? - Sorriu Dorothy despertando de seus pensamentos rapidamente. Não deixaria a menina esperando. É claro que já sabia a resposta, mas sempre perguntava.

– A mesma de sempre, mamãe - A garota deu um sorriso amarelo e inocente.

– Muito bem.

Então Dorothy começou a contar suas aventuras por Oz. Sobre como havia caído com a casinha sobra a Bruxa malvada do Leste e conseguido os sapatinhos que eram sua passagem para voltar para casa desde o início. Sobre o beijo de Glinda, suas aventuras com o leão covarde, o espantalho e o homem de lata. Sobre como destruíram a Bruxa má do Oeste e sobre como Oz é uma farsa, fugindo assim que fosse ajuda-la.

– Puxa mamãe... Oz deve ser magnífico - Disse Stella coçando os olhinhos, e bocejando baixinho.

– Ah, e com certeza era minha filha - Dorothy sorriu de leve.

– Mas mamãe. Se o espantalho já tinha inteligência, o homem de lata um coração e o leão sua coragem... Por que o mágico de Oz precisou fazer tudo aquilo? - Ela franziu o cenho.

– Porque eles não sabiam que tinham. Oz apenas deu a eles um motivo para acreditar que tinham. - Disse Dorothy beijando a testa de sua filha - E você pode ser o que você quiser, basta acreditar.

– Assim como o espantalho, o homem de lata e o leão? - Disse a garota bocejando novamente enquanto Dorothy se levantava.

– Sim. Exatamente como eles - Assentiu Dorothy apagando a luz - Boa noite, Stella. Amanhã será um grande dia.