Biblioteca - NaruGaa

Parte I

As pessoas se perguntam sempre quando estão na infância como será ser adolescente, ou até mesmo adulto. Anseiam no fundo de seu peito para que cresçam rápido para concluir seus sonhos, seja ele desde voar, até ser bem-sucedido na profissão que almeja. O baque é grande quando está no fim da adolescência e descobre que a vida na verdade é uma grande canalha e está sempre querendo foder com você de todas as formas possíveis.

Naruto praguejou mais uma vez ao ter o chaveiro de sua mochila preso a algo desconhecido no momento em que passou pelos portões do colégio. Já estava atrasado para uma aula de teologia, que era importante. Naquele momento teve mais um choque de realidade da vida, afinal ele estava muito fodido. Estava no terceiro ano do ensino médio, e logo pegaria seu diploma. Mas logo depois voltaria para fazer o ensino técnico que seu colégio fornecia. Conhecido como quarto ano. Algo novo por ali e o deixava ansioso.

Pediu internamente para que seu professor já não tivesse começado a aula, pois não estava nem um pouco afim de pedir ajuda para as pessoas de sua sala. Capaz dele, que não estava ouvindo a explicação, saber mais do que aqueles que estavam presentes. Grunhiu um xingamento quando ao passar correndo pela sala de ensino técnico ouviu seu nome ser berrado. Parou com brusquidão já alguns passos de distância, olhando para a voz conhecida.

— Falou comigo, Sabaku? — soou lento e educado, apesar de estar bem apressado. Viu o rapaz mais velho, porém mais baixo se aproximar após fechar a porta da sala que acabou de sair.

— Eaí cara, eu estava te procurando, queria conversar sobre o trabalho das turmas, sou o responsável pela minha, e descobri pela coordenação que você é o responsável pela sua. — disse simpático, dando um sorriso deixando evidente um traço meia-lua que havia em seu rosto enquanto se aproximava.

O loiro suspirou derrotado e coçou a nuca se virando, dando total atenção ao garoto de cabelos castanhos.

— Tudo bem, estou à ouvidos.

— Que ótimo! — o viu sorrir de olhos fechados destacando as falhas genéticas nos dois lados de sua face, o que o deixava jovial.

Naruto apenas bufou, pelo jeito não seria dessa vez que estudaria teologia.

—

Naruto já estava exausto daquele dia, na verdade, desde que chegou na colégio aquele dia sua vida se resumia a ser chamado a qualquer momento para resolver qualquer problema que seria possível acontecer no trabalho interclasse. Pensava que a última coisa que faltava era algum aluno do ensino técnico vomitar em cima da tela marfim que estavam pintando durante um jogo de basquete enquanto amarrava o sapato. E isso aconteceu, terrivelmente específico. Mas ninguém imaginaria, que Marjory, a garota grávida, iria se sensibilizar com o cheiro do próprio namorado (que ironicamente estava suado por acabar de sair do jogo de basquete) e despejar todo seu almoço por cima de um trabalho de semanas. A vida era cruel demais para Naruto, que agora olhava atentamente para o professor, mas não ouvindo nada que ele dizia.

Suspirou audivelmente ao ter seu nome chamado pelo professor de história, sentiu uma cadeira ser colocada ao lado da sua. Observando a cabeleira negra do rapaz. Era Sasuke, um dos jogadores, mas, estranhamente o outro garoto inteligente da sala. Deu apenas um aceno de cabeça quando o outro sorriu ligeiro para si. Eram dupla afinal, não queria tirar notas ruins.

Acabou que ao fim da aula os dois garotos resolveram finalizar o trabalho na casa do Uchiha. Logo ambos adentraram no duplex moderno de sua família, Naruto observava atento os detalhes da casa, parecia estranhamente vazia. Ouviu Sasuke o chamar, o seguindo rapidamente.

— Não sei porque ainda dizem que doces deixam as pessoas agitadas, eu me sinto normal. — Exclamou Sasuke se jogando no tapete ao lado de Naruto, ambos já haviam terminado o trabalho a horas, assistiram alguns episódios de série e agora decidiram comer os doces que o irmão mais velho do Uchiha tinha guardado.

— Certamente, Itachi não esconderia se fosse um doce comum. — Naruto respondeu risonho.

— Você tá com uma cara de tapado. — o moreno mordeu o lábio para conter o riso.

— E você indiretamente me chapou. — Pontuou o Uzumaki se virando para ficar sob o outro, arqueando a sobrancelha.

— Indiretamente. — deu um sorriso sacana, afinal, eles mal desconfiavam que aquilo era maconha.

Naruto mal percebeu e já tinha os lábios atacados por Sasuke, correspondeu com gosto, era um beijo bom, quente.