Fragmento 14

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Por fim, concluo que a tristeza é a mesma, a que habita em mim, a que habita em você, a que habita em todo mundo. O que nos difere é justamente o que nos atrai: é o modo como lidamos com ela. Eu carrego no peito minha tristeza em tons pastéis, enquanto vejo um garoto na rua, carregando a sua em um amarelo berrante. Meu amor tem uma tristeza mais branda, quase como a minha, em tons mais claros. Vejo em cada alma o tom de seus traumas e a forma como eles se abrandam com o tempo. Acho que é isso: tristeza é sobre abrandar, sobre fazer seu coração bater ao som de Clair De Lune, ou qualquer outra sonata. Concluo, novamente, que tristeza não é sobre sentir, é sobre lidar e não deixar que se afirme no peito, compassar de forma que ela seja uma companheira e não uma vilã, é sobre saber tratar. Como você tem tratado sua tristeza ultimamente?

Toda Poesia Que Me Brota Do PeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora