O início do fim

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"Tudo que resta agora, é sentar e chorar sozinha "

Ela caiu aos prantos quando ouviu aquelas palavras. Mal podia acreditar que sua vida inteira havia se resumido naquela mentira tão bem contada.

             "Lembranças on"

Ela vivia feliz com sua família em uma cidadezinha no interior de São Paulo. Seu pai a amava muito. Suas irmãs,apesar de terem suas intrigas,a considerava muito e a amava de forma indescritível.                                                           
Sua madrasta, por outro lado,vivia implicando com ela e sempre procurava um motivo para deixá -la aos nervos. Mas ela não se importava muito. Ela acreditava que aquela situação logo logo mudaria.       Como de fato mudou.                                             
Em um dia comum,Paulina (a madrasta)adoeceu sendo levada às pressas ao hospital.                                                                         
   Alguns dias se passaram,e a garota,querendo cumprir seu papel de boa filha,fez algumas compras e rumou para o hospital afim de visitar sua mãe.                       
 
-oi mãe-falou animada assim que adentrou o quarto. Reparando que seu pai e as irmãs também estavam ali.-eu trouxe bolo de cenoura com cobertura de chocolate.- sorriu- sei que é o seu favorito - terminou de falar enquanto remexia na sacola.                               
 -O que você está fazendo aqui?- E sem deixar espaço para respostas,Paulina continuou - Você não é bem vinda neste quarto e nem nesta família. Seu lugar não é aqui!                                 
 O susto foi tão grande que nem sequer conseguiu equilibrar a bandeja,que continha o bolo, em suas mãos.   
                     
 -Quando eu sair deste lugar,não quero vê -la em minha casa. Tão pouco perto das minhas filhas.                                                                                        De repente o sorriso radiante e feliz,da garota sumiu. E um sorriso nervoso e desentendido  contornou seus lábios. 

-Mas mãe,eu também sou sua filha!-falou tentando supor que aquilo era só uma brincadeirinha e que uma hora sua mãe sorriria e a abraçaria. Mas o rosto de Paulina continuou sério.                                                     

- Não!Eu não sou a sua mãe.- Isso ela já  sabia. Paulina havia a adotado quando era criança porque não podia engravidar mais. -Eu não te considero como minha filha. Já aturei isso tempo de mais.- Paulina parecia não sentir dor alguma ao proferir aquelas palavras,assim deixando claro,que aquela situação era mais que proposital.                               

   A garota não conseguiu nem pensar. Só permitiu que algumas lágrimas caíssem de seus olhos,rolando livremente por seu rosto.                                                                                      Limpou os vestígios de lágrimas com as costas da mão,ainda trêmula,levantou o rosto e permitiu que sua voz falha se arrastasse para fora da garganta :                    
 
- Fique tranquila. Eu não vou mais me aproximar de sua casa,tão pouco de sua família. - Assim que terminou de falar,forçou um sorriso para as pessoas que tanto amava,e se virou saindo dali.                                         

Ainda estava no corredor quando ouviu a voz do seu,querido pai,mas apertou o passo afim de evitar sofrer ainda mais. Só queria ficar sozinha para chorar o quanto quisesse.               
O táxi a  levou á casa da madrasta para que ela arrumasse suas coisas e assim que entrou no seu quarto,seu choro chegou de forma desesperadora e seus soluços faziam com que todo o seu corpo balançasse.

Se sentou no chão,sentindo o cansaço emocional se apossar completamente dela. Olhou para o mural pregado na parede ,vendo suas fotos junto à madrasta. Seu coração doeu tanto que seu corpo cambaleou sobre o tapete rosa.

Depois de um show muda tudoOnde histórias criam vida. Descubra agora