Estava tão quentinho, a sensação de ser abraçada apertado em um dia frio. Rey bocejou antes de abrir os olhos, quando os fez, se assustou. Havia esquecido que não estava em casa. Ben ainda dormia, sereno, a respiração batendo calma contra o cabelo dela. Estava presa nele, enroscada nos braços grandes e fortes do mesmo. Como foram parar naquela posição? Kylo estava deitado em cima deles, aconchegado e confortável.
Com dificuldade e tentando não se mexer tanto, observou o horário no telefone. Dezoito horas, haviam dormido um bocado. Devagar, o rapaz despertou, olhando-a de cima. Os dois sorriram meio sem graça. A perna de Rey estava por cima dele, a camisa havia subido, o cabelo estava bagunçado. Um sentimento esquisito tomou conta de ambos.
— Acho que dormimos demais. — Falou constrangida enquanto se afastava. Ben bagunçou seu próprio cabelo, tentando joga-lo para trás.
— É... — Se sentou. Kylo reclamou quando fora retirado dali. — Como está se sentindo?
— Melhor. — Sorriu fraco. — Obrigada, de novo. — Ele apenas negou com a cabeça, como quem diz que não precisa de agradecimentos.
— Então... Você quer ir para casa?
Ela não queria, mas não ia se convidar para dormir ali. Além de que aquela situação toda já estava estranha o suficiente. Estava tão envergonhada que apenas afirmou com a cabeça. Sabia que mais cedo haviam falado sobre amizade, mas algo estava apitando dentro dela, algo sobre ficar deitada com ele daquela forma a fez sentir o estômago embrulhar.
Ficou descontente, mas deixou seus próprios sentimentos de lado e se levantou para calçar os sapatos. Nesse meio tempo, Kira bateu na porta do quarto.
— Estou entrando, mané, acho bom essas mãos estarem fora da calça. — Ele revirou os olhos. Rey se apressou em ajeitar a blusa no corpo, mas isso não impediu a adolescente de a encarar chocada. — Oi... Rey. — Sorriu de canto. — Essa blusa é do meu irmão?
De novo, as bochechas vermelhas apareceram.
— Oi... Eu...
— Não encha o saco dela, por favor. Ela estava descansando.
— Certo. — Observou então os pés da mais velha. — Garota, pegue leve com a sua dança.
Para completar o momento, Leia também apareceu atrás da filha, havia acabado de voltar da academia. Observou os três sem entender, mas acenou para a aluna.
— Rey, como está?
Ótimo... Nada estava tão ruim que não poderia piorar.
— Bem...
Rey queria se enfiar em um buraco e não sair pelos próximos vinte anos.
— Ok, eu vou levar ela para casa. — Ben interviu.
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𝐈𝐧𝐯𝐢𝐬𝐢𝐛𝐥𝐞 𝐒𝐭𝐫𝐢𝐧𝐠
RomansaRey sonha em ser dançarina de elite, para ela, a dança é muito mais do que apenas movimentos ritmados, é onde se encontra, é como sua casa, um porto seguro. Com uma história familiar complicada e uma irmã diabólica, que desde pequena compete em tudo...