Nature Love ( Romance Gay )

Capítulo 4: Sentimentos

Narrado por Luther:

    Acordei bem cedo, o sol ainda estava nascendo, sai da minha tenda e respirei o ar puro da manhã. Essa noite eu tive um sonho estranho, o sonho todo eu via uma pessoa mas não conseguia indentificar se era homem ou mulher, essa pessoa estava em uma praia, parecia se divertir com as ondas e em todo momento estendia o braço para mim como se estivesse me chamando, até que eu acordei.

    Nada desse sonho me fazia sentido, menos uma coisa, o cheiro da pessoa, como um lobisomem eu consigo sentir e memorizar um cheiro facilmente, mas eu não consigo entender porque senti o cheiro do Eliott, e como posso sentir um cheiro no sonho? Fiquei tão confuso e fui desabafar com meu amigo e conselheiro Oliver, apesar de ignorar ele quando está me dando sermão por não seguir seus conselhos.

    Depois de contar toda a história o Oliver me olha de uma maneira estranha, percebi que ele tinha pensado em alguma coisa mas estava com medo de dizer.

   - Fala logo.- disse chamando a atenção dele.

  - O que?

  - O que você tá pensando, eu sei que você já tem uma ideia do que está acontecendo, então fala

  - Se eu falar... Você não vai gostar e eu não tô afim de apanhar.

  - Relaxa, eu não vou te bater e te prender em uma jaula por uma semana, isso seria totalmente desnecessário. - minha ironia estava evidente.

  - Eeer... então eu lembrei que tenho que ajudar os lobos da alcatéia no treino... A conversa estava boa mas até mais.- disse indo em direção da porta.

  - Oliver! Volta.- ele voltou e me encarou com receio.- Pode falar.

  - Então... Eu acho que você e o Eliott de alguma forma estejam ligados sabe... tipo companheiros.

  - O quê!?? Companheiro!? Não é impossível?? Ele é um humano! - estava confuso e surpreso com isso.

  - Bem, não é totalmente impossível, afinal os humanos também tem almas então podem sim ser almas gêmeas.- Companheiro para os lobos, era como chamamos nossa alma gêmea, pessoas interligadas desde o nascimento pela deusa dos lobos, Luna ( deusa da lua ).

Flashback on:
    Luna foi uma bruxa muito poderosa nos tempos antigos, ela uma vez teve um encontro com um lobisomem e se apaixonou por aquela criatura, nos tempos antigos os lobisomens eram descontrolados e matavam até aqueles que amavam, porém Luna como uma bruxa poderosa controlou o seu amado e lhe deu o poder do auto controle, porém pouco tempo depois ele morreu por caçadores, Luna depois de fugir dos caçadores, jurou justiça pelo seu amado. A bruxa não era má, então nunca desejou vingança, mas desejou justiça, assim ela criou um feitiço poderoso em nome de seu amado, permitindo que todos os lobisomens pudessem ter auto controle e se transformarem quando quiserem. O preço para o auto controle era ter sua alma ligada a outra pessoa desde seu nascimento, não que fosse um preço muito caro pois as pessoas compartilhavam de um amor enorme. Em seu leito de morte a bruxa brilhava em uma luz branca azulada como uma deusa e seu espírito se direcionou para a Lua, desde então uivamos para lua cheia em seu respeito e agradecimento pela sua benção. Eram muitos raros os casos de lobisomens que eram interligados com humanos, quase impossível, mas existiam alguns casos.
Flashback off:

  - Não sei, eu nunca acreditei no amor, não depois que aquilo aconteceu com meus pais. - falei cabisbaixo, poderia mostrar meus sentimentos para o Oliver, era como um irmão para mim.

    - Eu sei Lu, só não desista do amor, ele não deixou de existir só porque existem pessoas más, o Eliott é uma pessoa maravilhosa, se aproxime dele e lhe dê uma chance, apesar dele não saber de nada que está acontecendo. Estou falando como seu amigo e seu braço direito, se permita ser feliz novamente meu irmão. - disse tentando me convencer.

  - Tudo bem Oliver... Eu vou dar uma chance para o garoto, mas não agora, tenho que pensar antes.

    Oliver sorriu e deixou a tenda do amigo e se dirigiu para conversar com seus recrutas.

Narrado pelo autor:

    Na tenda, estava Luther chorando baixinho, com medo de que possam destruir seu coração igual o caçador fez quando ceifou a vida de seus pais. Mal sabe ele que Eliott será quem vai consertar seu coração e lhe fazer o lobisomem mais feliz do mundo, mas ainda vai ter uma história para desenrolar antes disso acontecer.

    Se passaram um mês desde o ataque a aldeia de Eliott, o garoto já havia conquistado o coração dos lobos da alcatéia e Luther percebeu isso. A relação de Luther e Eliott estava melhorando a cada dia, apesar de tudo que o lobisomem fez, o garoto humano ainda demonstrava se preocupar com o maior, o lobo via sinceridade em suas palavras e sentimentos, o que fez se apaixonar mais ainda pelo garoto.

   Talvez ele estivesse errado e Eliott não fosse destruir seu coração, e sim conserta-lo.

    O alfa saiu de sua tenda com uma coisa em mente: iria contar ao garoto toda a história de companheiros e dizer o que sentia. Estava quase chegando em sua tenda, mas quando ia abri-la, ele desistiu, ficou com medo do garoto se distanciar dele e ele queria aproveitar mais tempo com o mesmo. Apesar da ligação de alma que os dois possuíam, Luther respeitava a idéia de conquistar a pessoa antes de dizer que elas serão forçadas a ficar juntas para evitar morrerem. E com essa ideia em mente, decidiu conquistar o garoto com o tempo e fazê-lo se apaixonar naturalmente. Mal sabia o lobo, que o garoto já sentia o mesmo, mas reprimia seus sentimentos e fingia não se importar para evitar se magoar ou receber alguma reação preconceituosa do maior, apesar de Oliver ter lhe alertado sobre as relações homoafetivas na alcatéia serem algo natural e aceito normalmente.

    Luther saiu para uma caçada, precisava pensar, nenhuma forma melhor de pensar para um lobo do que sentir a brisa fria da noite em seus pelos enquanto corria e sentia a adrenalina de caçar um cervo adulto com sua alcatéia. Devem achar que ele era cruel por sentir prazer em caçar um animal, mas não era isso em si que lhe dava prazer, e sim a companhia da sua alcatéia que tinha ligação como se fosse uma família e a adrenalina de correr em uma floresta durante o brilho da lua cheia.

    Oliver estava muito atrás da alcatéia, ele tinha ouvido um barulho, porém o resto da alcatéia não ouviu. Ele seguiu em direção de onde tinha escutado, até que de repente ele cai em um buraco e quebra a perna, ele tentou sair mas caiu e bateu a cabeça, ficando desacordado.

    O caçador que montou a armadilha sorriu maquiavélico, pretendia torturar o lobo até que diga onde está o resto da alcatéia e diga quem é o alfa. O homem estava indo em direção da armadilha com sua besta pronta para qualquer sinal de perigo, até que de repente sentiu uma dor na sua cabeça e caiu desmaiado no chão.

    Mal sabia o caçador que estava sendo seguido desde que saiu de sua cidade para caçar lobos. O desconhecido usou um feitiço de levitação e tirou o lobo do buraco. O feiticeiro de identidade desconhecida seguiu em direção a uma caverna, direção essa que é oposta a alcatéia do lobo. Com delicadeza colocou o lobo no chão e usou um feitiço para curar sua pata, o prendeu em uma corrente para não fugir durante o sono do seu captor, e assim o feiticeiro dormiu.

   O alfa notou o sumiço do seu amigo quando chegou no acampamento e começou a gritar com seus subordinados, queria que encontrassem Oliver antes do próximo anoitecer para darem o próximo passo rumo ao ataque, foi o que lhes disse, porém ele esperaria a vida toda até que visse seu irmão de consideração perto de si novamente.