Capítulo VI

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Katie abriu seus olhos castanhos de forma assustada, pois pensava que havia acordado tarde. Então, quando viu as horas em seu celular, confirmou o que havia pensado. Eram dez horas da manhã, portanto, estranhou que seu pai não havia aparecido para acordá-la, como costumava fazer às oito horas.

Então, Katie abriu o zíper de sua barraca e saiu. Após, foi para outra, cujo dono era seu pai, já que pensava que ele ainda pudesse estar dormindo. Porém, quando abriu o zíper da barraca, estava completamente vazia, com exceção de um saco de dormir azul desgastado. Portanto, recorreu a última pessoa que poderia estar ali, seu avô, entretanto, da mesma forma, ele não estava.

Com últimas esperanças, Katie foi para a floresta tentar chamar o Edson.

— EDSON! — Ela gritou, enquanto mantinha esperanças de que ele pudesse ouvi-la e aparecer. Esperou por cerca de dois minutos e nada. Ele não havia aparecido.

Por instinto, avançou mais na floresta, com expectativas de encontrar alguma coisa ou alguém que pudesse informá-la algo. Quando estava quase na metade do trajeto percorrido, avistou de longe uma casa, que parecia mais com uma cabana. Então, Katie correu até lá e viu que era uma construção de madeira branca, a qual estava desgastada pela ação do vento e da chuva. Ela olhou pela fresta da janela coberta por uma cortina, que havia encontrado, e viu que todos eles estavam lá, mas percebeu que Edson estava com as mãos acorrentadas por algemas suspensas no teto, enquanto seu avô estava sentado em uma cadeira de madeira e seu pai em pé, perto da outra janela, ao mesmo tempo que parecia achar divertida a situação.

— Katie! — Quando ela abriu a porta e entrou, Edson sussurrou, o que demonstrou sua fraqueza.

— Filha, vem cá. — Chamou o pai dela. Então, enquanto Katie ia até ele, constatava que tinha uma mesa de madeira no local. Em cima dela, havia um anel, que, quando olhou detalhadamente, percebeu que era do Edson.

— Não, pai! — Ela dizia de maneira eufórica, enquanto estendia seu braço e demonstrava com a mão, que era para ele parar, ou seja, que era para ele não abrir a cortina. Mesmo assim, o pai dela a abriu e Katie olhou para o corpo de Edson, que ficava com bolhas vermelhas, enquanto parecia arder, o que foi confirmado pela cara dele em dor.

— Isso é por você ter banido a minha filha da escola. — Disse o pai de Katie com raiva, após ter se aproximado de Edson e dado dois leves tapas na bochecha dele.

— Não, pai. Por favor, me ouça. — Katie insistiu para que ele pudesse ouvir o seu lado da história. Porém, como sempre, ele achava que se ela falasse algo seria para proteger alguém, então, não a ouvia.

— Ouça-a, — Disse Edson, quase gaguejando. — por favor. — Quando falou, o pai de Katie virou o rosto para ele.

— Não vou escutar, porque ela vai querer te proteger.

— N-não é ve-verdade! — Assim que se pronunciou, ouviu um riso estrondoso vindo do pai dela.

— Não me faça rir, Edson. — Ele pegou uma adaga do bolso traseiro de sua calça cargo e passou a ponta pela bochecha dele, portanto o sangue de Edson pingou no chão. Porém, a ferida se cicatrizava em um processo lento, já que o corte tinha sido profundo.

— Para, pai, por favor! — Katie disse a ele, enquanto chorava demasiadamente. — PARA! — Gritou com todas as suas forças, ao mesmo tempo que pegou a adaga da mão dele e a jogou no chão.

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