Um Grande Tesouro

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Ártemis ficou surpresa ao ver a carroça em que Órion se aproximava, afinal, se ele retornou vivo devia ter matado a criatura

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Ártemis ficou surpresa ao ver a carroça em que Órion se aproximava, afinal, se ele retornou vivo devia ter matado a criatura.

"Que recompensa mesquinha para um feito tão importante" a deusa pensou, já imaginando se deveria presentear Lianor com uma nova calamidade. Mas quando Órion saltou do veículo clamando por ajuda, Ártemis logo se esqueceu disso. Deparou-se com o pobre lobo negro ferido, à beira da morte.

- Ajude-o, eu imploro.

- Como aconteceu?

- Ele saltou sobre o Leão de Lianor para salvar minha vida.

- Não devia tê-lo envolvido nisso, a missão era sua.

- Eu agora vejo isso, minha deusa. Não deixe Nychta pagar pelo meu erro. Salve-o e o oferecerei à você como prova de minha gratidão.

Ártemis estava desapontada com Órion e seu deslize. Sentia como se ele tivesse trapaceado, mas ela adorava lobos por serem exímios caçadores e a louvarem de noite com seus uivos.

Naquele momento, a pele de Ártemis se iluminou como nunca Órion vira, à medida que a lua parecia perder todo o seu brilho, apagando-se no céu. A deusa impôs as mãos sobre o lobo negro, que poucos instantes depois não apresentava mais ferida alguma.

- Ele vai ficar bem? - Órion perguntou acariciando o pelo de seu amigo.

- Vai sim. Ele só precisa descansar - a luz de Ártemis aos poucos diminuía, ao passo que a lua voltava a aparecer no céu estrelado - Venha comigo, Órion.

Caminharam por um momento em silêncio, deixando apenas os sons da natureza preencherem a noite com sua variedade, até que por fim Ártemis parou e virou-se para o mortal.

- A tarefa era sua. Apenas sua. Não devia ter envolvido mais ninguém nela.

- Me desculpe, Ártemis, mas eu achei que não faria diferença levar o lobo. Mas no fim das contas, fui eu quem matou o Leão de Lianor.

- Não me importa se o matou. Fico imaginando se o lobo não usou o próprio corpo como escudo para te defender.

Órion não respondeu.

- Estou tentada a ir embora e esquecer esses testes ridículos.

- Não, minha deusa. Por favor, me dê outra chance.

- Não vai gostar de ter outra chance. Acredite.

- Faço qualquer coisa para poder voltar a ver o seu rosto luminoso.

- Não sabe o que está dizendo - disse virando-se de lado, tentando disfarçar o rubor nas bochechas.

- Qualquer coisa.

Ártemis calou-se por um tempo, imaginando se devia continuar com aquilo, mesmo depois da clara derrota de Órion.

- Está bem. Mas considerando que seu segundo teste foi apenas meia vitória, vou deixar de lado o que tinha planejado para o terceiro teste e lhe dar algo mais difícil de se fazer - ela ergueu a mão à altura do peito, fazendo surgir à frente um caminho luminoso - Siga por essa trilha. Você chegará em um castelo em ruínas. Quero que seja cuidadoso ao adentrar, pois encontrará o seu pior inimigo lá dentro.

Mitologia Grega - Ártemis e Órion Onde histórias criam vida. Descubra agora