Há certas coisas que necessitamos de total instrução prévia. Por exemplo quando somos crianças e não fazemos a mínima ideia de como se alimentar. Quando já maiores e somos incapazes de andar pela cidade. Quando ainda mais crescidos e não sabemos como e onde encontrar o primeiro emprego.
Todas essas fases da vida, geralmente marcadas por mudanças e grandes transformações, são acompanhadas de auxílio e instruções de alguém que confiamos e se importa conosco.
Com isto, crescemos, desenvolvemos habilidades e aprendemos a distinguir, apreciar, absorver, sentir, entre outros.
Mas não é sempre assim.
Descobertas guiadas são as nossas primeiras experiências. Primordiais e únicas, que servem para motivação e exemplificação de tudo que tu podes conquistar.
Há também, por outro lado, uma personalidade própria sua e uma natureza única, especial e completamente singular. Não existe qualquer tolerância para que ela se expanda a outro ser. Você a sentirá pouco a pouco gritando, clamando por atenção, implorando para que a escute. E, então, você a ouve. Reflete por alguns minutos e a aceita.
Quando está atuando, sua natureza o fará pensar e sentir vontades que não houve uma pessoa sequer para lhe incentivar. Muitos poderão olhar e questionar "Mas onde aprendeu isso?" ou "Quem lhe serviu de exemplo, para que gostasse de tal coisa?" e não foi alguém. Não foi uma tarde de domingo com os amigos, não foi um almoço em família, não foi um romance ou uma inimizade. Foi sua natureza lhe chamando para se tornar o que nasceu para ser.
E aí surgem as tão inesperadas e belíssimas descobertas. Virão como furacão, destruindo tudo que te impuseram e obrigaram. Irão derrubar as falsas certezas, te colocar em dúvidas e questionamentos nunca antes abordados. Seus instintos estarão aguçados, a cabeça interessada em tantas informações ao mesmo tempo que o corpo parecerá incapaz de acompanhar.
As mãos formigando, trêmulas e à beira da locura por poder tocar os objetos de tanto desejo. Os olhos cobiçados lacrimejando enquanto materializam no escuro a conquista tão almejada.
Desejo pelo novo. Anseio pelo amanhã que nunca chega. Vontade de ser o primeiro, o único, o voraz, o último. Sentimento que te guia a questionar, procurar, entrar em ruelas e bares diversos. Quero ver, sentir, falar, pegar, tocar, transformar, bater, apanhar, sangrar, chorar, amar. Tantos verbos. Tantas ações. Tantas emoções.
Na vida, nos deparamos com momentos proporcionados pela experiência. Crescemos e nos formamos não com assistir, mas com estrelar. Se ficarmos parados na expectativa de que nos expliquem como tudo funciona, seremos meros reflexos confusos e pálidos, que nunca sentiram a vida, mas são capazes de descrevê-la. Papéis que, embora escritos em bela letra, não possuem textura, não transmitem mensagem. Seremos então frases ilegíveis e incoerentes. Insignificantes.
Por isso, a necessidade de atender o desejo por descobertas. Não sendo desenfreado e inconsequente, mas sim cauteloso e pensando no amanhã. Futurista, bem planejado, algumas vezes empolgado.
Fato é que, se você não fizer as suas próprias descobertas, nunca será capaz de encontrar sua verdadeira personalidade.
E o medo vem. A barriga fica gelada, visão escurece....pés? Onde estão meus pés? Como se anda? Oh não!
É como diria uma frase popular de autor desconhecido "se der medo, vai com medo mesmo".
Porque esse medo amanhã se tornará uma bela história pra contar. Uma memória reflexiva, dotada de bons significados e conquistas.
Descubra o mundo. Descubra a si mesmo.Não tenha medo de perguntar e colecionar momentos. Já tem gente pequena demais vivendo na Terra, seja grande.
Seja um peixe que aprendeu a voar.
Com amor, Nathi Tomaz♥️.
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Um peixe que aprendeu a voar
FantasyPalavras são deslumbrantes e transmitem significados, mas só chegam até onde você permitir. Uma conversa de quinze minutos pode ser mais duradoura que uma de dez horas. Isso não faz sentido logicamente, mas levando-se em conta transferências e senti...