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Josie
As coisas estavam corridas no hospital, mas até que parecia tudo bem, a não ser pela Hope que não havia aparecido no plantão dela hoje, meu celular havia vibrado algumas vezes mais eu não havia conseguido pegar ele, terminei de fazer minha ronda e fui para sala de descanso e apanhei meu celular.
- Josie, eu gostaria apenas de agradecer sua amizade. E todo cuidado que teve comigo até aqui, sinto muito.
Foi a única mensagem que ela mandou, aquilo era estranho porque Hope me mandaria aquela mensagem tão esquisita do nada, deitei no colchão e fiquei apenas pensando na mensagem e eu tive uma pequena lembrança de uma conversa com ela.
" Quando eu morrer apenas quero dizer "sinto muito" é só o que eu queria ter a oportunidade de dizer".
Naquele mesmo minutomeu coração parou, eu levantei da cama em um salto, aí correndo dali e fui direto para o elevador. Apertei o botão inúmeras vezes em total desespero, olhei e ele estava no último andar. Esperei alguns segundos, mas aquele aperto no coração só aumentava.
- Dane se. - Praguejei e desci pelas escadas mesmo, eram muitos lances de escada, mas eu descia rápido. Fui pro estacionamento o mais rápido que eu pude, eu estava ofegante. Entrei em meu carro, e ao colocar a chave no contato o carro não ligava. - Droga qual é? - Tentei por inúmeras vezes dar a partida sem sucesso. A luz da bateria estava acessa, dei um soco no volante e sai do carro, peguei o celular afim de chamar um Uber e nada de encontrar alguém para corrida. Foi aí que vi Maya chegando de moto, sem pensar duas vezes fui até ela e assim que desceu da moto pulei na frente dela.
- Eu preciso da sua moto. - Ela me olhou e deu risada, sempre deixei claro o quanto eu odiava motos. - É sério, quero sua moto agora.
- Você sabe dirigir uma moto ? - Ela falou segurando a chave e eu puxei da mão dela e subi na moto.
- Ou você me dá o capacete ou eu vou sem.
- Onde é o fogo Josie ? - Ela perguntou um pouco preocupada.
- Eu juro que explico depois, mas agora só preciso sair daqui. - Falei e ela me deu o capacete e o coloquei e dei a partida imediatamente, eu nem me lembrava da última vez que subi em uma moto, mas eu não queria saber de mais nada a não ser chegar o mais rápido possível até a Hope, eu dirigia sem tomar o mínimo de cuidado, totalmente acima do limite de velocidade, eu cortava por entre os carros, e só sabia pedir a quem quer fosse que estivesse lá em cima que colocasse qualquer esperança na cabeça da Hope para que ela não fizesse nenhuma besteira.
Meu coração batia descompassado, minha respiração estava ofegante, faltava pouco para chegar a casa dela, eu só acelerava mais, eu nem olhava direito para saber a quanto eu estava andando. Finalmente cheguei a casa da Hope deixei a moto na frente da casa dela, tirei o capacete ali mesmo e entre, a porta estava totalmente aberta, e meu coração parecia que ia sair pelo peito.
- HOPE.... - entrei gritando e nada dela responder, e eu ficava cada vez mais nervosa, ouvi um barulho de agua e subi as escadas apressada, assi que pisei no andar de cima, molhei meus pés, tinha água pelo corredor todo. Naquele minuto minha espinha gelou, senti o ar me faltar. - Não ... Você não fez isso? - Eu estava com medo, dava passos temerosos ali, quando cheguei a porta do banheiro segurei a maçaneta alguns segundos, respirei fundo e abri a porta lentamente, assim que entrei senti o mundo parar. Hope estava de bruços na banheira e apenas uma de suas mãos estava para fora. Foi como sentir várias agulhas serem transpassadas em meu peito naquele minuto. Eu não conseguia mais respirar, eu travei. Quando recobrei minha consciência fui até ela e a puxei para fora da banheira, a deitei no chão e comecei a fazer a massagem cardíaca e nada dela reagir, a boca dela já estava roxa, seus dedos também, eu queria começar a chorar, masi eu não podia me deseaperar. - Hope você não pode me deixar, não pode, eu já perdi pessoas suficientes.- Continuei fazendo pressão e eu já estava começando a chorar, quando eu já não tinha mais forças em meus braços, eu dei um único golpe, um último golpe de desespero, e gritei, aquele grito era a dor vindo de dentro para fora, e naquele momento eu deixei as lágrimas virem e então ela respirou de forma pesada e começou a cuspir água, eu virei ela de lado, e assim que ela parou de tossir ajudei ela a se sentar e eu apenas abracei ela.
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Last Night - Hosie
RomanceTodos os dias são tão maravilhosos, mas logo apos o trovão vem a tempestade, e novamente fica difícil respirar, a inseguranca volta, a fé desaprece, e só se pode esperar por um milagre.