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Alguns dias já haviam se passado, Oscar estava me evitando ao máximo, eu e o Erick estávamos nos afastando cada vez mais, e a Ana ficava mais impaciente a cada dia que se passava. A Ana não suportava a ideia de ficar trancada em uma casa, e por mais que os amigos dela vinhessem aqui todo santo dia, não parecia ser o suficiente para ela. Ah, e também tem o Martin que não aparece com frequência aqui, mas eu não acho que seja por minha causa, e sim por causa do Oscar e da briga que os dois tiveram.
Eu estava na mesa da cozinha tomando meu café, enquanto via a Ana tentando fazer uns tacos que viu na internet. Ela parecia se atrapalhar toda, mas em nenhum momento me pediu ajuda, então fiquei lá vendo ela tentar cozinhar, ocuparia a mente dela.
Ana já havia terminado de fazer os tacos, chamou todos a mesa para experimentarmos, até mesmo o Oscar.
— Experimentem e me digam o que acharam. - ela diz animada.
Peguei um dos tacos, assim como o Cesar e o Oscar. Dei uma mordida, e... o taco estava com gosto de tudo, MENOS DE TACO, mas fiz uma cara de quem gostou
— Bom... E aí? - Ana pergunta.
— Tá bom. - Cesar diz forçando um sorrindo, o que me fez segurar meu riso.
— Tá horrível. - Oscar diz colando o taco de volta ao prato.
— Vocês dois fingiram gostar, quanta cara de pau, hein! - Ana diz com os olhos semicerrados olhando para mim e para o Cesar.
— Eu vou mostrar como se faz tacos de verdade, e é bom prestarem atenção porque não vou explicar nada. - Oscar diz pegando alguns ingredientes no armário. — Vê se você aprende também. - Oscar diz dando um tapinha na cabeça do Cesar.
Estava lá sentada vendo o Oscar tentando ensinar a Ana e o Cesar à fazer uns tacos, quando chega uma mensagem no meu celular.
Mensagem.
Número desconhecido: Vá até a sua casa, caso contrário, o seu abuelito morre.
Mensagem off.
Congelei na hora, tenho certeza que a palidez no meu rosto era bastante visível.
— Você está bem? - Cesar me pergunta, assim que me viu séria e pálida, o que fez o Oscar olhar para mim de imediato.
— Estou sim. - forço um sorriso.
Sai da cozinha e fui direto para fora, não queria que ninguém se preocupasse. Aquela mensagem foi a única coisa que soube do meu avô em uma semana. Já estava decidida em ir até a minha casa, não poderia perder a oportunidade de encontrar o meu abuelo.
— O que aconteceu? - Oscar pergunta, o que me fez ficar um pouco surpresa já que ele estava me evitando.
— Não foi nada. - digo bloqueando a tela do celular.
— Eu sei que aconteceu alguma coisa, deixa eu te ajudar.
— É que eu recebi uma mensagem. Alguém quer que eu vá até à minha casa, disse que é isso ou o abuelo morre. - digo mostrando a tela do meu celular para o Oscar com as minhas mãos visivelmente trêmulas.
— Eu vou com você. - Oscar diz decidido.
Meu celular vibra mais uma vez, eu olho e vejo mais uma mensagem do mesmo número desconhecido, a hora que eu deveria estar lá na minha casa, 17h era o que dizia na mensagem.
— Tudo bem, mas não conta nada para a Ana! eu não quero dar falsas esperanças para ela até ter certeza. - Falo olhando para Oscar o fazendo concordar.
Entramos novamente como se nada tivesse acontecido, mas notei que o Cesar nos olhava desconfiado, ao contrário da Ana que não percebeu nada.
(...)
Eu estava ao lado de fora fumando um pouco enquanto esperava o Oscar chegar, ele havia dito que iria resolver algo e que eu o esperasse, enquanto isso eu fumava um cigarro. A Ana estava na cozinha com os seus amigos.
— O que aconteceu hoje mais cedo? - Cesar pergunta descendo os degraus.
— Nada. Por que acha que aconteceu alguma coisa? - pergunto jogando o cigarro no chão e o apagando com a sola da minha bota.
— Por isso. - ele diz apontando com a cabeça para a minha perna que se mexia repetidamente, eu sempre fazia isso quando estava ansiosa. — E você fica olhando seu celular direto, como se estivesse esperando algo, então... alguma coisa tem.
— Verdade, mas isso não é assunto que você deva se preocupar. - digo o olhando.
— Minha nossa! Você parece muito com o meu irmão. - Cesar diz revirando os olhos.
— Porque acha isso? - pergunto curiosa enquanto o olhava.
— Ele tá sempre escondendo algo de mim e me tratando como uma criança, coisa que eu não sou mais. - Cesar diz frustrado.
— Talvez o Oscar tenha os seus motivos, e sim, você ainda é uma criança. Talvez uma que tenha passado por mais coisas e por isso sabe mais, mas você ainda é criança, Cesar. - digo enquanto via ele bufar.
Entendia a sua frustação, então decidi contar o que havia acontecido mais cedo, contei sobre a mensagem que recebi. Pedi para o Cesar não contar nada para a Ana e ele concordou. Apesar do Cesar ser uma criança, ele compreendia as coisas perfeitamente.
(...)
Já eram quase 17h, e o Oscar não tinha chegado ainda. Não poderia deixar de ir até o local que marcaram, eu estava sem moto e o carro do Oscar não estava lá, então pensei logo no Martin, peguei meu celular e liguei para ele, pedi que me levasse até a minha casa, ele me fez várias perguntas, mas prometi contar tudo quando ele chegasse aqui.
O Martin já tinha chegado, e antes de dar partida no carro, expliquei tudo que havia acontecido para ele. Saímos de lá o mais rápido possível para chegarmos na hora certa, não queria perder a chance de saber algo do abuelo.
Antes de sair, pedi para o Cesar avisar ao Oscar que eu já havia ido, caso ele aparecesse e perguntasse algo. Oscar tinha dito que iria comigo, mas não apareceu.Chegamos na minha casa, o que não demorou tanto, descemos do carro e fomos até a porta, a mesma estava destrancada, apenas encostada. Sabíamos do perigo que era aquela situação, por isso estávamos com as nossas armas. A casa estava vazia, subimos e fomos até o escritório do meu abuelo, alguém estava sentado na poltrona que era dele, e essa mesma pessoa nos olha assim que nós entramos.
— O que você está fazendo aqui? - pergunto sem entender muita coisa, eu estava apavorada por dentro, sem querer acreditar.
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Tão perigosa quanto você (Oscar Diaz)
Hayran KurguApós ser abandonada pela mãe, Dandara e a sua irmã mais nova foi acolhida pelo Sr. Lis Gonzáles, seu abuelo, um dos fundadores dos "Los Santos". Sempre afastada dos negócios da família, ela dava um jeito de se envolver. Após uma tragédia, descobre q...