CAPÍTULO 12

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Estamos deitados em um lençol disposto na grama, em uma das pequenas colinas verdejantes do César Chávez Parque. À nossa frente podemos ver a baia de São Francisco e a famosa Golden Gate Bridge. O sol está escondido entre nuvens, o que não impende à paisagem de ser linda. Uma linda paisagem, mas nada comparada a Josephine, ela sim é linda.

Aliás, foi ideia dela vir aqui para fazermos um piquenique. E eu, prontamente, aceitei. Ela está deitada com a cabeça no meu peito, sua pequena mão descansando em cima do meu coração e eu estou acariciando seus cabelos que parecem fios de ouro, quando são iluminados pela luz do sol.

— O que você faria se soubesse que iria morrer amanhã? — Fala de repente.

— Não sei. Por quê? — Ela dá de ombros.

— Papo aleatório. — Dá um sorriso.

— Bom vejamos, na verdade, eu sei. — Beijar você. Quis desde a primeira vez que a vi.

— Rá! Sabia! O que é? — Pergunta com os olhos brilhando de expectativa.

— Bom... — Aproximo nossos rostos, nossas bocas a um sopro de distância. — Eu...

— Hero! Quanto tempo. — Uma voz feminina me interrompe, fazendo Jo pular sentada. Eu a acompanho.

Olho com nojo para a morena com roupa de ginastica e um corpo escultural. Quem essa vadia pensa que é para me interromper, para falar comigo?

— Saia. — Mando olhando-a com desprezo.

— O quê? Não se lembra de mim Hero? Eu sou...

— Eu não me importo com quem quer que você seja. Saia. Agora! Não me faça quebrar sua cara.

— Hero! — Dessa vez quem fala é Jo, horrorizada com minhas palavras.

— Não se intrometa Jo. — Digo rispidamente. — E você saia agora, ou esquecerei que é uma mulher. — Digo pausadamente para a puta na minha frente, deixando a ameaça no ar.

Levanto, encarando a morena. Seus lábios tremem de medo e ela foge rapidamente. Respirando fundo viro-me para Jo, com um sorriso no rosto.

— Onde estávamos? — Pergunto, mas não responde. — Jo aconteceu algo? — Ela começa a arrumar nossas coisas, sem responder ainda. — Meu anjo? — Seguro seu braço quando ela levanta e tenta passar por mim, alcançando algumas coisas no chão.

— Hero. — Suspira cansada. — Vamos embora. — Diz tentando soltar-se do meu aperto.

— Não! Ainda a pouco você estava conversando, rindo comigo e agora está assim. Olha, se foi por causa daquela vadia, ela não significa nada para mim. Eu nem mesmo lembro seu nome ou dela mesma.

— Não foi por causa dela. — Interrompe-me. — Quer dizer, foi. Mas não da forma que você pensa. — Arqueio uma sobrancelha. — Foi o modo que você a tratou Hero. Ela pode ser quem for, mas não merecia ser tratada dessa forma. Ninguém merece!

— Ela nos interrompeu Jo! E você sabia quando me conheceu que eu não tolero essas vadias. Nenhuma mulher é nada além de uma boceta para mim.

Droga!

Arrependo-me assim que as palavras saem da minha boca, ela me olha com olhos arregalados.

— O quê? Eu não acredito que ouvi isso. — Se solta dos meus braços e corre em direção ao carro. Praguejo baixinho.

— Jo! — Grito, mas ela não para. Recolho nossos pertences e a sigo. — Droga. Não foi isso que eu quis dizer! — Digo ao alcançá-la.

— Eu sei exatamente o que você quis dizer Hero. Eu sou só uma boceta. Você quer entrar em minhas calças? Bom, beije minha bunda. Ou melhor, não beije. — Corrige-se rapidamente, ao ver o duplo sentido do que falou. — Ah, você me entendeu. Não vai conseguir entrar em minhas calças, sou melhor que isso.

You Are Mine, Love { Livro 1 Adaptação Herophine}Onde histórias criam vida. Descubra agora