Estava tudo indo bem. Não como o desejado. Nunca é como o desejado, isso só acontece em filmes. Estava indo de forma que eu conseguia suportar. Até ele chegar, segurando a mão da menina que eu gostava a anos, da menina que em uma fração de segundos na aula de física me olhou, foi bem rápido, mais eu sabia que ela tinha sorrido depois. Eu sabia.
[toca o sinal da última aula]
Ela continuava linda, mesmo depois de correr melhor que as outras meninas na aula de educação física. Seus cabelos castanhos um pouco oleosos. Eu sabia que estavam, pois observava ela todos os dias. Nesse dia em específico ela usava uma pulseira que eu nunca a vira usando, seu sapato esquerdo estava desamarrado e sua saia parecia um pouco amassada. Seu armário ficava ao lado do meu, talvez eu fosse apenas o "garoto estranho ao lado de seu armário", estava tudo bem eu ser ele, um dia isso mudaria. Mas agora eu não sou mais isso, agora eu sou ninguém. Eu não poderia nem mais ser o "garoto do armário", pois agora Ele era, o menino que mal ousara chegar e já estava segurando a mão dela. Ele não era o Garoto do armário, isso só eu um dia fui, ele era o Garoto dela. O único garoto que estava em sua brilhante mente , o único garoto ao qual ela dirigia os olhos. Mas tudo bem, isso um dia será passado, um ela será minha garota, nem que eu precise mata-lo para isso. Eu a terei.
[na rua voltando para casa]
Eu tinha a sensação que ele estava me seguindo, o desgraçado que segurava a mão da Millie mais cedo. Talvez fosse mais arriscado doq ele pensava em me seguir, talvez eu não fosse bom com palavras... Mas com o punho, esse eu poderia ter uma vantagem. Ele começou a aumentar o passo, ele olhava para mim, eu continuei andando no meu ritmo normal, mesmo de costas eu sabia que ele não retirou o olho de mim. Ele estava usando um tênis preto, cabelo bagunçado e uma jaqueta horrorosa azul e foi quando...
-Oi, você é da minha escola né? -Disse ele chegando e dando uma leve trombada em mim como forma de cumprimento, mais próximo doq eu queria.
- Provavelmente, eu não te vi lá, você é novo? - mentira, eu o havia analisado inteiro, da cabeça aos pés, segui ele todo o recreio, eu sabia que ele era novo, eu sabia que seu Instagram, o nome do seu cachorro e quem era sua irmã.
-Sim.- ele sabia que eu esperava uma explicação de porque ele chegou tão de repente- Na verdade eu nasci aqui e morei até meu seis anos, depois me mudei para Flórida, mas meu tio mora aqui, então eu vinha todas as férias de verão.- deve ser por isso q a Millie o conhecia
-Meu pai recebeu uma ótima proposta de emprego e voltamos- ele continou, fingi desinteresse, fingi que não queria saber, que não queria saber pq ele segurava sua mão mais cedo.
- Consegui encontrar todas suas aulas?- se tinha uma coisa que era bom, era me aliar com meus inimigos.
-Consegui, graças a Millie. Conhece?- na mosca!
- Só de vista. - mais uma mentira.
-Oq ela é sua? -minha boca foi mais rápida que minha mente.
- Nós somos grandes amigos, ela é vizinha dos meus tios- Grandes amigos, que grande merda. Eles não pareciam amigos de manhã, eu queria perguntar, eu queria falar q se ele chegasse perto dela de novo eu seria capaz de matá-lo
- Só?- foi oq saiu, de centenas de palavras, saiu apenas um "só".
-Por enquanto. - ele respondeu, ele não pensou, não hesitou, ele disse de uma forma tão simples, tão calculada, como se ele já tivesse pensado sobre isso antes, como se ele pensava nela, na MINHA garota.
- Eu fico por aqui- ele disse, na frente do meu prédio.
- Você mora aqui? - não era possível, porque aqui? A gente mora no Canadá, não pode ser tão pequeno.
-Me mudei ontem, por quê? - eu não conseguia responder, não queria responder. Eu queria sumir.
-Ei garoto, leva essas correspondências para sua mãe. - disse o porteiro, me dando três envelopes. Pelo menos ele já havia entendido, pelo menos eu não precisava responder.
-Como o mundo é pequeno! Vamos? - talvez eu não precisasse esperar ele encostar na Millie, talvez eu o matasse ali mesmo.
Dei um sorriso de canto de boca, fiz um cumprimento com a cabeça para o porteiro, e subi o elevador com com o meu novo vizinho, oito andares, só oito andares.
- Qual o seu?- ele olhou para mim falando do andar
-Oitavo
-Uau. - então ele apertou o oitavo andar, só o oitavo andar. Porque ele não apertava o seu andar?
[barulho do elevador chegando]
Eu desci, esperando que ele ficasse lá, que ele decidisse apertar o seu andar. Mas ele desceu. Só podia ser praga, ONZE ANDARES E ELE MORAVA NO MEU. Eu o olhei com um sorriso forçado, expressando surpresa.
-Foi ótimo ter te conhecido! Como eu posso te chamar? -Como ele era simpático! Que merda.
- Pode me chamar de Finn- ou de seu assasino se preferir
-Jack -ele estendeu a mão
Eu abri meu apartamento mais rápido que o normal e enquanto eu entrava, escutei de longe um: "te vejo amanhã".
Espero que eu morra hoje á noite.
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𝚒 𝚗𝚎𝚎𝚍 𝚝𝚘 𝚋𝚎 𝚊𝚕𝚘𝚗𝚎. [𝚜𝚒𝚕𝚕𝚒𝚎 𝚎 𝚏𝚊𝚌𝚔]
Romance-O que você acha que é amor? -perguntou ela passando a mão pelo seus cabelos amendoados, ela não olhou nos olhos dele, mas sabia que ele não ousara olhar diretamente para ela, sua pupila parecia agarrada as estrelas. -Bom, creio que tenha mais exper...