Morte

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Acredite, eu nunca desejei que minha vida fosse assim, pelo menos nunca passou pela minha cabeça que deuses antigos e forças das trevas de milhares de anos estariam querendo causar a destruição do mundo, mas antes de tudo você precisa entender uma coisa "A morte nunca é o fim e a realidade está a um passo de ser moldada ao nosso bel prazer".


Na escola aprendemos que durante a história da humanidade os gregos antigos dominaram o mundo, que foram uma grande potencia e foram adorados por gerações, e se esses deuses realmente existiram, e se tudo que nó foi ensinado era verdade, acredite também me recusei a crer, pelo menos até aquele dia.


Mais para contar a vocês como um cara de 20 anos que mora com a mãe viria a se tornar a peça fundamental de uma guerra de milênios precisamos partir do começo, vamos até o dia 13/06/2020 o dia da minha morte!

Pra ser bem sincero com vocês eu nunca dei a mínima pra estudos, formei aos 17 e logo em seguida entrei na faculdade, acredito que por pressão da minha mãe, ela se esforça, então não poderia decepciona-la, sempre trabalhou muito e sempre sem tempo, acho que ela tenta compensar a falta de amor com dinheiro, não me leve a mal eu gosto da minha vida só não sinto entusiasmo nela, como se todos os dias fossem iguais, e meu pai você deve estar se perguntando, bom, se você um dia encontrar ele mande ele ir pra *******, ele mandou uns cartões de natal quando eu era criança mais depois de um tempo parou, acho que arrumou uma família melhor, minha mãe dizia que ele nunca se importou de verdade e eu não ligo muito pra isso , somos só eu e ela e pra mim isso basta.

12 HORAS ANTES 13/06/2020

Eu acordei por volta do 12:00 dia não que isso seja novidade, não estava com vontade de ir a faculdade, sentia que cada dia naquele lugar me fazia enlouquecer, eu sempre me senti diferente como se cada passo que eu desse eu tentasse andar dentro de uma pele que não era minha, eu só tentava ignorar e seguir o dia, por volta das 14:00 eu resolvi sair e dar uma volta no parque da cidade, moro em São Francisco, no interior pra ser mais exato, não é uma cidade ruim mas nem de longe a melhor pra se viver.

O dia inteiro tive uma sensação estranha de novo, a mesma sensação de andar em uma pele que não era minha eu sempre me sentia assim e só ignorava, mas hoje está mais forte , como se minha alma estivesse sendo puxada pra fora do meu corpo, cheguei na praça e me sentei ao redor da fonte, muitas crianças e casais estavam lá , brincando e namorando , eu como sempre estava vagando entre milhares de pensamentos.

No final do parque tem um salão escuro e raramente alguém vai lá, já ouvi dizer que era um salão de festas e comemorações, mas que depois de um trágico acidente ninguém o usava mais, eu sempre me sentia atraído a ir lá, como se o local me chamasse, o mais estanho é que pude jurar ter visto algo entre os galhos, um animal com grandes olhos vermelhos me encarando, mas em um piscar de olhos não estava, mas lá, acho que estou fincando louco, só por um segundo eu tenho certeza que vi um cachorro lá. Já passava das 16:00 horas e o dia começou a ficar nublado o que era estranho porque mais cedo o sol estava lindo e as nuvens limpas, logo começou a trovejar e raios cortavam os céus.

Eu sempre gostei da chuva, algo molhado e sombrio sempre me trouxe uma sensação de paz, todos já tinham ido embora e eu apreciava cada gota que caia dos céus, sentia a mesma sensação das outras vezes, olhei novamente pro meio das árvores e o salão parecia ainda mais sombrio, porque não dar uma olhada, nunca teve coragem de chegar perto antes, hoje eu queria ir lá, não sei se foi a coisa mais estupida que já fiz ou a, mas corajosa, fui entrando e me aproximando cada vez mais das árvores que cobriam o salão, ficava cada vez mais frio e mais escuro. Tudo estava fechado com tábuas e pregos, o salão estava vazio e solitário, mais tive a sensação de estar sendo observado, pelas frestas fui olhar mais de perto e meu coração quase parou no meio do salão escuro seis olhos vermelhos e brilhantes me observavam, eu queria correr mais não conseguia , parecia que estava preso ao chão em um segundo os olhos foram se aproximando e pude ver o que era um cão gigantesco com três cabeças e dentes afiados que com certeza poderiam dilacerar uma pessoa em uma mordida, ele veio correndo na minha direção eu simplesmente não ia escapar, fechei os olhos e esperei.


Fiquei pensando que seria meu fim e que não dava pra acreditar que um cão de 3 cabeças ia me matar , o pior provavelmente ninguém iria entender nada, eu lentamente abri os olhos e o cão não estava lá , quando senti uma respiração nas minhas costas, me virei e ele estava me olhando com suas cabeças enormes , pude ver que no seu pescoço do meio havia uma coleira que estava escrito um nome, C E R B E R U S, na hora eu lembrei das chatas aulas de historia da escola esse era o nome de uma criatura grega que se bem me lembro era o cão que guardava a entrada para o inferno ou algo assim, eu ainda não conseguia me mover , o cão me olhou no fundo dos olhos quase como se pudesse ver minha alma e com um suspiro ele pulou, eu lembro da dor, da sensação de ser rasgado ao meio enquanto não podia me mover , lembro de cada mordia que ele dava, lembro do olhar dele , o mais estranho é que não parecia com raiva e sim triste por fazer aquilo, lembro que a última coisa que eu vi foram seus olhos vermelhos vindo em direção ao meu rosto e depois só escuridão.


A propósito meu nome é Mike mais pode me chamar de HADES, bom isso eu ainda iria descobrir, e não de uma forma muito legal.

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