Pv.Brunna
Sozinha novamente já que Ludmilla voltou a trabalhar, mas eu sabia que assim que ela chegasse, eu não estaria mais só, obviamente né Brunna.
Caminhei para a cozinha, estava disposta a fazer uma sobremesa para o jantar hoje sem destruir a cozinha.
-- Que tal...Pavê de chocolate com biscoito?-- Ouvi a voz de Sofia e eu já não me assustava mais já que havia me acostumado novamente.
-- Boa ideia Sofi, com calda de chocolate?-- Olhei pra ela que assentiu. -- Ótimo, calda de chocolate é ótimo.-- Caminhei até a geladeira e puxei os ingredientes de lá deixando em cima da mesa em seguida.
Caminhei até os armários e peguei o biscoito junto com a caixa média de chocolate em pó.
-- Ludmilla gosta.-- Sofi disse e eu ri.
-- Sim, ela ama chocolate, não sei se vai sair bom.-- Ela estralou a língua.
-- Tem nozes na terceira porta do armário, você pode misturar com o chocolate, a Ludmilla gosta de nozes.-- Olhei para ela.
-- Você parece conhecer a Ludmilla melhor que eu.-- Caminhei até o armário e lá estava o saquinho com nozes.
-- Nós ficamos tempo o suficiente juntas, então conheço o suficiente dela.-- Sorri.
-- Por que nunca me disse que havia sido Austin?-- Olhei para ela que me encarava com uma expressão neutra.
-- Porque eu não sabia.-- Neguei.
-- Você sabe de tudo Sofi, até do que vai acontecer amanhã.-- Ela assentiu.
-- Sim, você e Ludmilla vão ter um balanço amo...
-- Shiu, eu não quero saber se vamos brigar, ou sei lá o que você ia falar, eu prefiro aguardar.-- Ela deu de ombros.
-- Eu ia te contar e você poderia evitar.-- Dei risada.
-- Sofia, você consegue aparecer para a Ludmilla se quiser, por que não faz uma visitinha à ela agora?-- Ela me encarou.
-- Lauren não ficaria feliz em me ver, ela se acharia louca.-- Dei risada.
-- Vai, daqui à alguns minutos você volta, vai vai vai.-- Falei fino e ela riu descendo do balcão e sumindo pela sala em seguida.
Suspirei e pensei: Estou de fato ficando louca. Conversar com o fantasma da minha irmã tinha virado rotina, quando apareceu pela primeira vez, eu achei que estava surtando e que a falta que eu sentia dela estava causando aquilo, e agora novamente, ela estava mais presente do que antes, eu podia vê-la nitidamente como se ela nunca houvesse partido.
Pv.Ludmilla
-- Certo, então estamos quites, marcarmos a reunião as sete, obrigada.-- Desliguei o telefone e suspirei dando um giro na minha cadeira.
-- Você está acabando com o seu fígado.-- Ouvi uma voz e me virei para ver quem havia falado.
-- Oiê?-- Chamei arrastadamente.
-- Credo, juro ter ouvido alguém falar.-- Virei para o bar.-- Claro que você ouviu alguém falar, eu falei.-- Dei um pulo para ver novamente e nada, balancei a cabeça em sinal negativo e voltei para o bar.
Olhei de volta rapidamente e nada, voltei o olhar devagar e depois olhei para trás novamente mas estava me sentindo uma panaca ao fazer isso.
Enchi o copo com whisky e dei dois goles voltando para minha cadeira e me enfiando entre os papéis.
-- Oi Ludmilla.-- Ouvi a voz à minha frente e afastei a cadeira rapidamente vendo a imagem de Sofia sentada à minha frente.
Franzi a testa e penquei a cabeça para o lado à fim de entender por que eu estava vendo sua imagem ali, e como eu estava ouvindo sua voz nítida, olhei para o copo.
-- Já estou bêbada.-- Neguei.
-- Não está, eu estou de fato aparecendo.-- Revirei os olhos.
-- Eu estou bêbada, eu não estou ouvindo a voz da Sofia, eu não estou vendo Sofia, isso é só fruto da minha imaginação e...-- Fui interrompida por os papéis sendo puxados na minha mesa. -- Puta que pariu.
-- Eu estou aqui, acredite.-- Neguei engolindo em seco e trouxe o copo até minha boca.
-- Você é um fantasma, fruto da minha imaginação, fantasmas não existem.-- Falei apontando e ela riu.
-- Certo, o que você está fazendo?-- Suspirei bebendo mais whisky do meu copo.
-- Tentando trabalhar.-- Falei olhando para os papéis. -- Ou acho que estou tentando.-- Suspirei rodando a cadeira para um lado e outro.
-- Você gosta de crianças?-- Fechei os olhos.
-- Sofia isso é louco, eu não queria estar conversando com um fantasma mas eu estou me sentindo solitária então vai você mesmo.-- Ela riu -- Sim, eu gosto de crianças, eu amo crianças.-- Sorri.
-- Certo, eu acho que é só isso.-- Se levantou.
-- Você vai embora?-- Ela assentiu.
-- Ah claro, você veio aqui só pra me deixar maluca.-- Gritei jogando os cabelos para trás e quando bebi mais um gole, ela havia sumido. -- Eu estou ficando maluca, eu preciso de um psicólogo urgentemente.Neguei voltando a revisar os contratos na minha mesa.
Pv.Brunna
-- Ela gosta.-- Segurei a bandeja com força quando ouvi a voz de Sofia.
-- Eu já me acostumei, mas você não pode chegar assim do nada porra.-- Ela riu. -- Ela quem?-- Coloquei a bandeja no congelador junto com a calda.
-- Ludmilla.-- Assenti.
-- Gosta de...?
-- Crianças Camila.-- Dei risada.
-- Tá, o que isso importa?-- Perguntei me virando, a cozinha pela primeira vez estava um brinco tirando a louça suja.
-- Nada, é só mais uma qualidade.-- Assenti e ela caminhou para fora da cozinha e eu fui atrás.
Sentei no chão revestido com um tapete felpudo cor mafim e ela sentou perto de mim em cima dos seus calcanhares com os joelhos no chão.
-- Eu consigo sentir energias saindo de você.-- Falei baixinho.
-- Eu também.-- Me encarou e eu deitei olhando para o teto e ela conrinuou me encarando.
-- Eu posso te tocar?-- Perguntei virando-me de lado para olha-lá.
-- Uhum.-- Disse apoiando as mãos nas coxas.
Estiquei meu braço lentamente até chegar no seu rosto e consegui sentir sua pele um pouco quente me fez emocionar, logo meu rosto estava banhado por lágrimas, apenas por estar sentindo a maciez da pele da minha irmã novamente, nem que fosse apenas o fruto da minha imaginação.
-- Eu sinto sua falta.-- Falei suspirando.
-- Eu também sinto a sua.-- Suspirei novamente sentindo as lágrimas virem sem parar.
-- Me promete uma coisa?-- Ela assentiu. -- Todo dia, às cinco e meia, antes do sol se pôr, você vai estar sentada comigo no jardim para ver ele indo embora.-- Pedi sentindo o toque dos meus dedos em seu rosto se dissiparem.
-- Eu prometo, mas se você não estiver lá, eu não irei mais aparecer.-- Sorri.
-- Eu não vou descumprir uma promessa.-- Ela assentiu.
-- De dedinho?-- Ergui meu dedido como antigamente e ela sorriu.-- De dedinho.-- Nossos dedos se cruzaram e eu consegui sentir a energia em nossos dedos antes dela sumir por completo.
Reprimi os lábios e continuei ali no chão, sentindo meu coração doer, todo meu corpo doer, e chorando, acabei dormindo.
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Portrait (Brumilla)
FanfictionLudmilla Oliveira, uma garota de dezessete anos, destinada à estudar em uma das melhores faculdades da grande Londres, tirou a sorte grande por ser aceita na Harvard ao lado da sua melhor amiga Patrícia Cristal. O que ela não sabia, era que o destin...