C.11 - O Vilarejo Carne - Negociação e Nunca Perca a sua Humanidade parte 1

301 20 2
                                    

Os sobreviventes do vilarejo Carne ficaram aliviados em saber que haviam sido salvos, pelo menos segundo as palavras de seu salvador, mas um pouco de nervosismo ainda podia ser visto em seus rostos. A ansiedade neles podia ser percebida quando seus olhos se encontraram com Momonga, o estranho magic caster, seus companheiros, que estavam equipados com seus estranhos itens, e o Death Knight, que parecia emanar ódio para tudo aquilo que estava vivo.

O medo dos aldeões era justificável. Diante deste tipo de poder superior, o qual havia vencido quase sem nenhum esforço os inúmeros cavaleiros que atacavam o vilarejo, se Momonga e os outros exigissem que os aldeões se tornassem escravos, tudo o que os aldeões poderiam fazer era abaixar suas cabeças e aceitar o fardo de seus destinos.

De um momento pro outro você é atacado por cavaleiros e, de repente, salvo por pessoas que você nunca viu antes, as quais não cobram nada pelo que fizeram. Qualquer um ficaria desconfiado com a forma como esses eventos ocorreram.

Momonga pensou dessa forma com as órbitas vazias de seus olhos, que se encontravam abaixo de sua máscara, voltados para os rostos dos moradores que pareciam mais assustados com o que estava acontecendo. Por fim, pensando em acalmar a situação que suas palavras haviam causado, Momonga decidiu mudar de abordagem.

"Este vilarejo foi salvo... mas isso não foi de graça. Eu cobrarei um preço a altura pelos aldeões que foram salvos."

No momento em que Momonga falou essas palavras ele pôde sentir como o olhar de seus companheiros fuzilavam seu corpo. Momonga começou a sentir que se um olhar fosse um dos ataques em Yggdradil, os oito jogadores de nível cem que estavam ao seu redor teriam causado sérios danos ao seu corpo.

Momonga queria esconder seu rosto debaixo chão, como um avestruz. Ele havia feito isso com o propósito de aliviar os aldeões que pareciam nervosos, mas o olhar dos seus companheiros era extremamente doloroso para ele, ao ponto em que quase o fez retroceder por um segundo.

"Hoh, isso é verdade. Faz todo o sentido."

Porém, adverso ao que os seus companheiros pareciam esperar, e assim como Momonga havia previsto, as expressões dos aldeões que antes estavam tensas agora haviam ficado muito mais aliviadas. Todos agora tinham sorrisos de compreensão em seus rostos enquanto falavam com os seus companheiros que haviam sido salvos e que estavam ao lado de cada um.

Alguém que possui um motivo que você é capaz de entender é mais aceito do que uma pessoa que você não pode. Se dizemos que nós queremos uma recompensa o mistério de "Por quê ajudamos" será resolvido.

Momonga pensou dessa forma, mas ficou calado, sabendo que seus companheiros, que também haviam trabalhado em empresas de diferentes tipos, poderiam entender a lógica que ele havia utilizado.

Olhando para trás, Momonga pôde perceber que os olhares de seus companheiros, que antes pareciam ser tão afiados como facas, não estavam mais voltados em sua direção. Isso permitiu que Momonga sentisse um pouco mais de calma, embora ele ainda se recusasse a relaxar, sentindo que não deveria cometer nenhum erro em seu comportamento diante dos aldeões que eles haviam salvado.

"Eu apenas não sei o quanto nós poderíamos pagar aos nossos salvadores nesse momento. Como pode ver, Momonga-sama, no estado atual do vilarejo nós não sabemos o quanto podemos reunir."

O homem de meia idade falou essas essas palavras e se aproximou de Momonga com passos suaves. Seus olhos estavam voltados para o vilarejo, encarando o estado deplorável em que o mesmo se encontrava.

Muitas casas do vilarejo haviam sido queimadas com o objetivo de obrigar os aldeões a fugirem das chamas e, uma vez que eles estivessem fora de suas casas, capturá-los. Por conta disso, sinais de fumaça e cinzas podiam ser vistas em algumas partes do vilarejo.

Overlord: Os Nove Supremos - Os Reis de NazarickOnde histórias criam vida. Descubra agora