Primeiro Capítulo - Universo não vai com a minha cara

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A capas são todas minhas, ou seja, eu que faço.

Boa leitura ❤️

No fim da esquina, bem do lado de uma de uma loja de tecidos, atravessava como um louco aquele jovem bem conhecido pelo porteiro Fabrício

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No fim da esquina, bem do lado de uma de uma loja de tecidos, atravessava como um louco aquele jovem bem conhecido pelo porteiro Fabrício. Cabelo curto, tingido de loiro em uma loucura do fim da noite, quando a insônia batia e sua sanidade vazava antes das seis da matina, todo desgrenhado com a mochila caindo de seu ombro e o desespero em sua face.

O suor escorria pela sua testa, suas bochechas coradas pelo esforço e o fedor de um corpo trabalhando para manter sua temperatura normal. Estava fedido, atrasado e completamente fudido. Tinha que atrasar exatamente na segunda, e além de ser a aula - que corria para chegar - que estava com a nota mais baixa do seu boletim medíocre.

A maldita aula de inglês.

Seus pés corriam o quanto aguentavam. Namjoon não era muito chegado à corrida, mesmo que fosse algo de vida ou morte. Sua mãe odiaria ter que ir à escola pelo atraso de seu filho irresponsável e ele odiaria ter que ficar de castigo.

Quanto mais se aproximava, mais ele enxergava o quanto estava fudido. O portão estava fechado e o rabugento do seu Fabrício não abriria para ele entrar, não teria escolha se não partir para a chantagem emocional.

O porteiro parecia ter afeição por muitos dos seus colegas da escola, menos por ele. Não o julgava, quase todos os dias implorava sua clemência para deixá-lo entrar.

E Namjoon lembrava de suas palavras tão meigas que o arrepio o pegou desprevenido: "na próxima vez, você ficará junto ao mendigo da esquina. Assim você aprende a não se atrasar de novo."

Merda. Só conseguia xingar pela situação recorrente.

Deu de cara com o portão verde sem cor, pelo sol que maltratava aquele pigmento. Segurou nas barras de ferro e enfiou a cabeça nas brechas do portão. Como aquele cara louco do Iluminado*. Tentou normalizar a respiração para conseguir falar sem se embolar nas palavras.

– Bom dia, seu Fabrício do meu doce e grande coração — Cantarolou com um sorriso desesperado. — Minha bicicleta quebrou e eu não consegui pegar o ônibus a tempo. E cara, eu percebi o quanto minha casa é longe da escola. Eu acabei atrasando, sabe, será que o senhor - que é a bondade em pessoa - pode me deixar passar? Só hoje senhor Fabrício, por favorzinho. — Juntou suas mãos com estivesse rezando para Deus.

As feições do porteiro apodreceu. Ainda mais quando era a décima quinta vez que inventava desculpas sem nexo e implorava para entrar na escola.

— Você está começando a ficar muito ruim em inventar desculpas para seus atrasinhos — Olhou para o loiro que estava pingando de suor e torceu o nariz mostrando sua descrença na história. — Essa história da bicicleta não colar mais comigo, ela 'tá quebrada desde que você veio para essa escola? Você mora a três quarteirões daqui, moleque!

Não acredite no babaca | TaekookOnde histórias criam vida. Descubra agora