Maya, mulher de 30 anos, preta, dona de um lindo cabelo crespo dourado, atipicamente alta e atlética, competente e inteligente, visto que é militar do Exército brasileiro, filha de pais pobres, é uma excessão de minoria social que conseguiu se ascender socialmente, dando uma vida melhor para seus pais. Ela convive na base de São Paulo, no Quartel General A, juntos com mulheres incríveis que se tornaram sua família naquele ambiente rigoroso.
Em seu quarto convivia ela e suas três colegas que já tinham a mesma patente de preparação pra cargo de General. Laura, Àgnes e Tereza. As soldadas sempre brincavam as chamando de "quarteto fantástico" pois eram incrivelmente unidas. Todas lésbicas, com um passado difícil por sofrerem homofobia, mas disfarçando suas feridas com sorrisos.
Às 7 da manhã é o horário que todas as militares acordam, exceto aos domingos. Era uma terça comum, quando o sinal tocou e todas se levantaram, arrumando a cama, se trocando e se preparando para o alistamento rotineiro.Tereza jogou seu travesseiro na cara de Maya, que dormia na parte inferior da beliche;
"Vão bora, fia, tá na hora de meter o louco".- Disse, chacoalhando Maya, que ainda estava deitada.
"Ou, eu vou enfiar esse travesseiro no seu-"- Maya ia terminar sua frase, rabugenta como sempre nas manhãs, quando Laura a silenciou:
"Bom dia pra você também, minha Rosa ". Laura dizia que gostava de chamá-la de rosa, pois ela era puramente espinhos de manhã e no restante do dia, uma "flor".
Maya se levantou da cama, se arrumando desesperadamente, já que ouviu a voz externa nos corredores de seus avaliadores. Àgnes, sempre metódica e organizada, zoava Maya;
"Um dia, quem sabe, a sua cama vai ser um terço da organização da minha".
Seus avaliadores chegaram, elas fizeram a reverência de sentido e todas foram aprovadas na vistoria. Mesmo a Maya.
Foram tomar café no refeitório quando, sentadas, Tereza, a brincalhona de sempre, provocou Maya:"Maya, não olha agora..mas sua branquela tá atrás de você". Todas riram e ficaram fazendo brincadeirinhas, deixando Maya envergonhada.
Isabel, de 21 anos, é uma jovem tão alva que chega a ser corada, de cabelos castanhos, simpática, estudante de Educação Física que escolheu se estagiar e especializar na academia do Exército, a fim de manter as militares sempre em forma, ministrando aulas todos os dias da semana de tarde na base paulista há cerca de 2 meses.
Maya se levantou da mesa e suas amigas já começaram a levantar a voz fazendo brincadeiras, até Maya fazer uma cara feia, as silenciando. Foi em direção à cafeteria e comprou um café forte médio com açúcar, como observara que Isabel sempre pedia, pagou e foi em direção à Isabel.
Isabel finalizava um diálogo com uma soldada com dúvidas relativas à um exercício, quando se virou e lá estava Maya:"Bom dia, professora Isa. Tomei liberdade pra te comprar um café".-Mostrou, sorrindo.
Isabel revelava o quanto sua timidez a fazia corar:
"Bom dia, Marechal Maya. Quanta gentilezaa sua..fico até sem graça..você acertou, adoro café forte com açúcar. Você vai participar da aula hoje?""Vai depender se eu vou ter uma reunião em questão, mas farei de tudo pra não perder sua aula".- Sorriu.