Martelo da Paraíba
A Tragédia de Tracunhaém
Vou falar no começo da minha história
Como foi que surgiu a nossa terra
Dos motivos de amor encontrados na guerra
Pois a vida inexata é de honra e glória
Nessa marcha é caminho morte ou vitória
A aventura imbuída a todo humano
Como um quadro infernal e desumano
Faz fluir nosso povo e nossa gente
Nas cantigas tiradas pelo repente
Vou falar de um povo soberano
Ao chegar por aqui o estrangeiro
Viajante do Século Dezesseis
Trouxe tudo na mala aqui se fez
Pra forjar nosso povo, o brasileiro
Tendo aqui se assentado o estrangeiro
Fez engenho esforçado com bravura
Tendo ele encontrado em certa altura
Mão de obra no escambo engenho árduo
Mas não pode aguentar tamanho fardo
Da bravura do índio tão guerreiro
Era assim que fazia o donatário
Ao chegar nessa terra tão vigorosa
Prometia aliança e mar de rosa
Mundo Novo traziam os missionário
O comércio traziam os corsários
Se ajuntando e enganando toda a gente
semelhante ao diabo que em tudo mente
Iludindo uma gente hospitaleira
Explorados pelo ouro ou na madeira
E com eles abatendo adversários
Foi surgindo aqui um povo mestiço
Pela obra engenhosa do escambo
De juntar na troca do esforço humano
Branco e índio a gerar povo mestiço
Sendo um tal mameluco, não mais que isso
Foi semente desse chão, Paraíba
E se Deus é do mundo grande escriba
Escreveu nossa história com engenho e arte
Fez nascer mameluco em toda parte
Fez nascer filho em toda Paraíba
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Foi na aldeia do chefe Iniguaçu
Onde agora a História vai complicar
Quando aqui se chamava Tamaracá
Navegantes traçavam o mar ao sul
Ao cruzar esse céu, lindo e azul
Encontrou por aqui o mameluco
Pra marcar essa terra com Pernambuco
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MARTELO DA PARAÍBA: A tragádia de Tracunhaém
Non-FictionO livro escrito em versos, descreve em forma de martelo agalopado a tragédia de tracunhaém, ocorrida quando no começo do século XVI o rouba da filha do cacique Iniguaçu, culminou com o massacre dos moradores do Engenho ]Tracunhaém e arredores. O ep...