Lost?

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-Torturou...matou? VOCÊ MATOU ELE??? -me desesperei andando de um lado para o outro. -FALA UCKERMANN!!!!!

-Abaixa o tonzinho de voz ae faz favor.

-FALA! -o empurrei com o sangue fervendo nas veias. -VAI EMBORA UCKER! AGORA!

-Esquece, não vou te deixar aqui.

-VAI EMBORA UCKER! SOME DAQUI - gritei irritada, ele não tava aqui porque se importava, só queria infernizar a merda da minha vida! -VOCÊ MESMO DISSE QUE NÃO É DO TIPO QUE QUER FAZER UM QUARTINHO DE BEBÊ.

-O menó pode dormir na sala, é sem neurose.

-Ucker....-suspirei sentindo minhas mãos formigando...- SAAAAAAI!

Taquei a mão na estante derrubando aqueles vasos idiotas.

-Isso filhona, mete o pé no que tu quiser, quebra a casa inteira, só faz isso em outro cômodo que eu vou assistir o jogo agora. -sorriu se afastando e corri escada acima batendo a porta do meu quarto. INFERNO!

 
                                *
Anahí

-A de novo não meu amor, por favor dorme Mia! -resmunguei pegando ela com cuidado do bercinho, ela chorava tanto e eu estava como um zombie virando noites e noites.

Alfonso estava escorado no batente da porta com um sorriso de orelha a orelha, revirei os meus olhos chateada quando a bebê parou de chorar e ficou encarando ele com um sorrisinho se formando.

-Grr, eu odeio você Poncho, ela nem parece que me ama!

-Dá ela aqui vai. -se aproximou tirando ela dos meus braços. -a garotinha do papai não quer dormir???

-Ela tem que dormir Poncho! Se não vamos morrer de tanto ficar acordados, eu já estou cheia de olheiras. -me analisei no espelho, eu estava uma completa ridícula.

-Não liga pra sonsa da Anahí tá, você pode madrugar o quanto quiser.

-QUEM É SONSA AQUI ALFONSO???

-Xiii. -ele fez sinal de silêncio me deixando histérica.

-Olha bem como você fala comig..

-Sai Annie, xispa vai. - me provocou rindo e saí.

Ele se sentia nas nuvens só porque ela sempre parava de chorar quando ele chegava, não era ciúmes, mas ultimamente eu não estava valendo nada pra Mia.
Me deixei relaxar na banheira com sais colocando pepinos em meus olhos, nem aqui e nem na China eu poderia dá as minhas caras na ceia de natal com essa pele tão horrível.
Assim que vesti o meu roupão, andei pela casa voltando pro quartinho dela, Alfonso estava dormindo sentado na cadeira com ela nos braços quietinha, ele é um infeliz.

-O seu papai é tão inútil não é minha neném? -Peguei ela com cuidado e ele acordou no pulo. -Ela vai dormir com a gente.

-Annie! Tá no livro que não pode por um tempo.

-Que se dane aquele livro, eu li um documentário que eles podem ter morte súbita sozinhos! - me desesperei sentindo calafrios pelo meu corpo. - A meu Deus!

-Para de ser paranóica caralho. Tem nada disso aqui no livro.

Eu e Alfonso fazíamos terapia de casal pra saber lidar com um filho, e tinha um bendito livro que líamos diariamente com as melhores recomendações para os pais de primeira viagem.
Alfonso sempre fazia o que estava no livro e algumas vezes desobedecia, já eu, fazia tudo por instinto, buscando a melhor forma que não deixasse a Mia triste, ou doente, ou sozinha....
Ela era tão pequenininha, e tão indefesa... Eu gastava horas dos meus dias observando as suas minis unhas, e aqueles pezinhos fofinhos e macios, e nem tenho o que dizer das mãozinhas delicadas que puxava os meus cabelos. Já não suportava a ansiedade de levar ela à um concurso de moda, ou vestir seu primeiro biquíni e brincar com a areia da praia. Não quero que ela cresça nunca....

Linha Tênue (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora