P.O.V. Vick:
Eu não podia acreditar o Vitor havia acabado de levar um tiro, ele era a minha grande paixão, podia perder ele em questões de segundos, eu podia passar em minha mente a cena da bala vindo daquela janela, estávamos apenas treinando o discurso, que iriamos dizer na delegacia e agora ele estava entre a vida e a morte, era um pé no constante momento e um pé no vale do descanso, eu faria de tudo para que ele soubesse que eu gosto dele, se eu tivesse apenas mais um minuto com ele, eu diria tudo que sinto, o quão importante ele era para mim, eu apenas queria ele aqui e comigo.
Eu podia ver o Igor tentando ao máximo fazendo com que ele vivesse, eu faria o mesmo pela minha irmã, Carol estava ali do lado pós ter ligado para alguém, eu só queria que ele não tivesse ido, pelo menos por agora, eu posso escutar o som da ambulância, mas eu não parecia estar ali, tudo que eu queria era estar viva, não com vida, porque não é a mesma coisa, sei que posso voltar ao meu lugar, mas na minha mente, tem uma confusão que eu não posso explicar, eu apenas não sentia nada, eu lembro de voltar a minha consciência, ao ouvir o doce som da voz da minha irmã que estava dizendo:
– Vick, irmã, ele vai ficar bem, não se preocupe!
– Maria, você não pode querer me consolar, você sabe o quão eu gosto dele, agora imagina ver a pessoa que você gosta, que amou em segredo por tanto tempo, levar um ferimento a bala, em seu corpo, não você, não tem ideia do que isso é, por que nem se amar, você se ama, se não consegue se amar como vai amar a outra pessoa! -Disse com meu rosto escorrendo em lágrimas.
– Não fale assim... Eu estou com alguém, eu entendo se eu tivesse no seu lugar, de ver ela, nessa situação, por mais que não tenhamos ficado muitas vezes, eu sinto algo por ela, e sei que ela sente o mesmo por mim, se ela fosse tomada de mim antes sequer de eu ter sentido o seu toque, o seu calor confortante, eu não sentiria nada, mas eu amo ela, sei o quão ruim seria se ela tivesse sido ferida gravemente, na minha frente, eu entraria em pânico, porque eu amo ela! -Ela me disse tentando me reconfortar, enxugando minhas lágrimas.
– Ela? É uma garota? Ai eu não me importo até porque, quem tem que gostar dela é você, não eu! Se ela te faz feliz, bom que mal tem? -Digo com um sorriso, ainda com aparência de tristeza, mas sincero.
– Sim... Ela é uma garota... Eu me sinto tão bem de você ter me aceitado, sem me julgar, porque é algo bastante difícil ter uma família, ela dizer que ama você, mas dizer que não te aceita, eu sei que você seria a primeira pessoa que eu contaria sobre essa situação que eu estou tendo...
– Irmã, eu quero que saiba que estou tão orgulhosa por você, que não posso nem expressar esse tamanho orgulho... -Falo puxando ela para um abraço, que de fato foi muito reconfortante, tanto para mim quanto para ela, olhava para uma daquelas televisão de anúncio que estava ali, quando eu não podia acreditar na manchete que estava passando...
P.O.V. Igor:
Havia acabado de chegar no hospital, juntamente com a Caroline, vejo meu irmão seguir em direção a sala de cirurgia, enquanto Carol, assinava alguns papeis, eu sai daquele hospital, fui para a área externa e bom... não preciso dizer que as lágrimas escorreram de meu rosto, num fluxo que teria a capacidade de encher um rio, sinto uma mão sobre meu ombro, era a amiga do meu irmão ela me pergunta:
– Está tudo bem? Porque está chorando?
– O Vitor ele... Eu não sei se posso te contar isso... -Contenho um pouco do choro.
– Vocês estavam saindo juntos?
– Não, é só que... -mais algumas lágrimas desciam de meu rosto.
– Eu entendo... Não tem muita confiança em mim, né?
– Eu diria que um pouco disso...
– Eu vou te contar algo sério e logo após você me conta o que tanto esconde, isso também é segredo então não espalhe...
– Tá certo...
– Bom, eu estava beijando uma menina, antes de um dos meus melhores amigos, ir a óbito, eu estava tendo relações com essa mesma garota, e logo em seguida, o meu melhor amigo leva um tiro, eu sei que pode parecer estranho... mas em ambas as vezes eu fiquei preocupada com ela, minha consciência pesava nela, mas o meu corpo e minhas palavras diziam coisas totalmente opostas, eu não sei dizer o que eu sinto, talvez seja paixão...
– Você a ama.
– Não, não a amo.
– Sim, você a ama... porque é isso que você faz com as pessoas que ama, você protege elas, isso foi o que o meu irmão fez, e eu nem sequer pude proteger ele nenhuma vez, agora ele está em uma sala de operações com risco de morte, e não posso fazer nada para proteger ele, diferente de que ele fez me protegendo do Isaque, bom, ele matou ele para que eu pudesse sobreviver...
– Pera... Vitor é seu irmão, e matou o Isaque? Você andou tomando alguma droga enquanto estava preso?
– Não... Ele me disse tudo, ele me mostrou a compatibilidade do meu DNA com o dele, falou tudo que aconteceu e realmente bate, ele me protegeu e eu não pude fazer nada para evitar...
– Eu ainda não acredito que você é irmão do Vitor, não faz sentido, eu te juro...
Somos interrompidos por um interno, que veio dar noticias sobre o mesmo, e logo perguntava se ele consumia algum tipo de droga, então Carol responde:
– Não definitivamente não, ele não tomaria...
– Pois bem... O exame toxicológico dele acusou para narcóticos... 80 horas antes... Essa droga meche com as atividades mentais podendo confundir algumas informações, ou sendo intencionadas através de outra pessoa, afinal a pessoa fica anestesiada, possivelmente melancólico, corpo dormente e bastante sonolento... Mas fora isso ele está bem, isso são apenas resquícios, o corpo dele esta se recuperando... -Essa foi a ultima fala do interno antes dele entrar novamente no hospital
– 80 horas? Isso dá pouco antes da festa do acidente, Carol!
– Que horas ele soube que você era irmão dele?
– Ele disse que... pouco antes da festa...
– Alguém intencionou ele a achar que vocês eram irmãos... Ele matou o Isaque por causa de influência...
– Então, ele não é meu irmão?
– É obvio que não?
Meu celular toca uma mensagem, era da Naclara, dizia o seguinte "Igor, as evidencias da cena do crime foram queimadas... e a arma do crime foi roubada da policia, as queixas foram todas retiradas, acho que estamos em perigo." logo em seguida chegava uma mensagem simultaneamente para mim e Carol que dizia:
"Não foi por acaso que as evidencias foram queimadas e o caso descartado, eu fiz isso, pela justiça que vocês fizeram com as próprias mãos, agora é minha vez de brincar. -Isaque"