Olá amores! Tudo bem com vocês? Estão lavando bem as mãos? Espero que sim!
Nessa história eu fui indicada pela minha amiga Bibelo a participar desta tag de escrita e foi uma honra participar <3
Meu tema foi: Uma pessoa não vive somente da luz, às vezes precisamos derrubá-la.
A história se passa entre o episódio 1 ao 6 da 1° temporada de Doom Patrol, o 6º é o meu preferido até agora, então contém spoilers. Também, usei de minha licença criativa e a forma como interpretei.
Espero que gostem! Dei meu melhor! <3
— — —
Ah! A Patrulha do Destino! Como descrever aquele grupo?
Aberrações. Pessoas que sofreram uma mutação genética devido a um acidente, um trauma. Uma corja de imbecis fracassados e injustiçados pela vida.
Pessoas distintas com algo em comum: dor e perda.
Perda de amores, amigos, familiares, carreiras promissoras e a principal, perda de si mesmos.
Porém compartilhando um único elo: a admiração por Niles Caulder. Um homem bom a princípio, que os abrigou em sua mansão e os ensinou a serem mais fortes.
As mãos experientes que acreditavam na ciência e que tudo era possível, que trouxeram Cliff de volta a vida num corpo robótico e ajudaram Silas Stone na transição de Victor Stone para Cyborg.
Uma figura protetora e acolhedora.
Entretanto, após omitir a Cliff que sua filha havia sobrevivido ao acidente, consequentemente o privando de participar de sua criação; a descoberta do assassinato de Von Fuchs no Paraguai; os acontecimentos do Descriador e Recriador; a presença de Willoughby Kipling com sua afirmação de que o Chefe faria qualquer coisa, inclusive sacrificar o jovem Elliot, se fosse preciso; somando com a inusitada parceria do Chefe com o seu inimigo, o Sr. Ninguém, para vencerem o Descriador; gerou desconfianças.
Transbordaram Mentiras.
Indícios da suposta verdadeira personalidade do Chefe começaram a emergir naquele mar de incertezas e a sensação de não conheceram por concreto a luz que seguiam se tornou presente.
Após a derrota do Descriador. Sr. Ninguém ordenou para que a Doutora Harrison, uma das 64 personalidades de Jane, procurasse sobre a "Patrulha do Destino" e mais segredos foram descobertos.
Foram para outra mansão com boa aparência. De início, uma escola para jovens heróis, onde os membros da primeira formação da Patrulha do Destino — Rhea, Arani e Mento —, eram os professores. Depois, após as alucinações provocadas por Mento, a verdade veio à tona. A velhice atingiu novamente as faces entristecidas dos ex-heróis.
Lembranças de uma última missão. Um último ataque do Sr. Ninguém. O surgimento inusitado de um balão de nádegas com cordas sustentando um Jukebox. Uma carnificina provocada durante um piquenique entre famílias num lindo parque.
A escola nunca existiu, era uma fachada, assim como as cores fortes que a preenchiam.
Ali era um local onde Niles escondia seus "experimentos" que deram errado, encobrindo seus "fracassos". Um asilo daqueles que um dia combateram o crime e agora estavam velhos e enlouquecidos, longe de seus dias de glória. Um prédio caindo aos pedaços, carcomido pelo tempo e repleto de cores frias.
Choque!
Uma sensação terrível de serem enganados por anos. Aquele homem não era quem demonstrava ser e essa revelação veio de quem menos esperavam.
Todos sentiram, contudo alguém sentiu mais em especial, Jane.
Niles os abandonou porque não eram mais úteis, possivelmente tinha a mesma intenção com ela, como Joshua Clay, o responsável pela antiga Patrulha, falou quando a avistou pisando naquela "escola", que estava a esperando e havia reservado um quarto para si.
Niles cogitava abandoná-la ali, num quarto frio, com paredes mal pintadas, uma cama desconfortável e teias de aranhas aos arredores.
Substituível.
Mento fez um trabalho tão bom quanto Sr. Ninguém ao tentar enlouquecer alguém, utilizando os maiores traumas e pecados de sua vítima ao seu favor.
O estopim, as peças infinitas de quebra-cabeça caindo da porta do armário e inundando a "sala do diretor" e o corredor. A única reação foi correr. O grito agudo e prolongado emitido de sua garganta ao ver a mão daquele homem emergindo e se aproximando e sua voz forte e escrota a chamando, pressionando-a agachada contra a porta trancada.
Assustada.
Aquele homem, seu pai, a abusou e a partir dali sua personalidade começou a se repartir. Depois veio o trauma do estupro de uma de suas personalidades dentro da igreja, se fragmentando mais ainda. Várias personalidades fragmentadas, cada uma com seus poderes, repartindo o mesmo corpo e lidando com traumas.
Fragmentada.
Louca!
Acreditava que Niles era diferente quando o conheceu, sentiu uma áurea boa vinda dele, ao contrário da áurea daquele homem, da áurea dos enfermeiros do hospital psiquiátrico onde viveu maior parte de sua vida. Acreditava que ele era a luz que poderia a ajudar, que a aceitava como era, permitindo-se criar um laço fraternal com ele, um porto seguro. Ele também lhe apresentou uma família, a Patrulha do Destino.
Mesmo assim a luz pareceu se apagar a partir do momento que segredos foram desenterrados e lhe recusou um abraço.
— É horrível quando nos decepcionamos com alguém, não? — Jane questionou baixinho para suas outras personalidades, passando de leve o pincel sob a pintura a óleo que havia feito do Chefe, dando os últimos retoques. Uma lágrima escorreu de seu olho.
Seu coração estava destruído novamente, até o simples ato de respirar parecia arder, como se estivesse sangrando por dentro.
— Esse velho nos enganou por anos! — Hammerhead assumiu o controle, enfurecida. — Ele não merece nossas lágrimas! É mais a porra de um mentiroso! — arremessou o quadro no chão, quebrando-o e abrindo um orifício na face.
Mais uma decepção. Mais mentiras. Mais feridas.
No entanto, era necessário ver isso, para evitar futuras angústias, talvez fosse esse o objetivo de Sr. Ninguém, além de abalar o afeto da Patrulha pelo chefe. Talvez.
Afinal uma pessoa não vive somente da luz, às vezes precisamos derrubá-la.
Niles era um homem fantástico, mas também infame. Uma luz que não valeria mais a pena ser seguida!
— — —
Bom, amores, foi isso!
O que acharam?
Eu adorei escrever nessa categoria, pois adoro a série, e é isso :)
Observação: Hemmerhead e Doutora Harrison são duas das 64 personalidades da Jane (Kay). É meio confuso, mas com o tempo você se acostuma Kkk.
Até! Beijos de luz <3

VOCÊ ESTÁ LENDO
Confiança Fragmentada
FanfictionNiles Caulder, ou simplesmente O Chefe, não era bem a boa pessoa que todos idealizavam ser. Com a descoberta de um segredo, Jane é a que mais sofre com isso. [Crazy Jane centered]