CAPÍTULO QUARENTA E OITO.

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"⁠Meus defeitos não me fazem o pior dos seres humanos mas, me fazem único."

Zé Domingos (A bela e a Fera).

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Levantei o meu olhar, e o encarei envergonhada pelo meu surto repentino, então me afastei dele imediatamente, e logo percebi que já estávamos distante do salão de festa.

— O que aconteceu? Por que você está assim? — perguntou preocupado.

— Não aconteceu nada. — menti.
— Só estou me sentindo totalmente deslocada no meio dessas pessoas.

Então o seu celular começou a vibrar, e ele me pediu um segundo e se afastou.

Eu não entendia o seu motivo ao me trazer como sua acompanhante se nunca tinha tempo pra ficar comigo.

Depois de alguns segundos ele se aproximou de mim, e guardou o celular no bolso de sua calça.

— Eu só te levo pra casa com uma condição. — falou me fazendo revirar os olhos e eu já podia imaginar sua expressão por debaixo da máscara, como se estivesse aprontando algo.

— Sem brincadeiras Lucien, eu realmente preciso ir. — falei chateada.

— Não é uma brincadeira, eu juro, enfim você quer saber qual é a condição? — falou, então relaxei os ombros me dando por vencida.

— Certo, me diga logo. — respondi então ele segurou a minha mão, e começou a me guiar para onde ele desejava ir, quando cheguei ao topo da escada eu percebi o que ele queria.

Nós encaramos por alguns segundos, e eu balancei a cabeça e dei um sorriso.

— Você aceita? — perguntou.

— Por que não? — então direcionei meu olhar para a pista de dança.

A orquestra começou a tocar My Heart Will Go On de Celine Dion.

Então Lucien soltou minha mão e colocou por cima da minha, e começamos a descer os degraus lentamente, ao instrumental.

Todas as noites nos meus sonhos eu vejo você, eu sinto você
É assim que eu sei que você segue em frente
Longe, atravessando a distância
E espaços entre nós
Você veio me mostrar que continuará.

Eu não sabia se era coisa de minha mente, mas era como se todos estivessem nós olhando, o meu corpo estava bastante tenso, com medo de cometer alguma gafe, que o envergonhasse perante todos.

Assim quando terminamos de descer a escada nos direcionamos para o centro da pista de dança, Lucien se curvou galantemente diante de mim, oferecendo-me sua mão.

Assim quando ele me pegou nos braços começamos a nos mover com a batida, a tensão lentamente se dissipou.

Perto, longe, onde quer que você esteja
Creio que o coração segue em frente
Uma vez mais, você abre a porta
E você está aqui, no meu coração
E o meu coração continuará e continuará.

Então ele se inclinou para frente e sua respiração aqueceu a minha orelha.

— Você percebeu que a atenção está toda em você? — ele falou me deixando surpresa, e enquanto dançávamos olhei ao redor, e percebi que não era mentira, os olhares estavam sobre nós, uns disfarçavam, outros nem tanto.

— Será que eles o reconheceram? — comentei baixinho.

Então ele me puxou para cima e sussurrou em meu ouvido outra vez.

REALIDADE PARALELAOnde histórias criam vida. Descubra agora