- Capítulo Quarenta e Um -

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O sinal toca e eu arrumo minhas coisas, nossa como minha cabeça dói, termino de guardar tudo e vou passando pelos estudantes desviando para não demorar muito, eu só quero ir para casa e curar essa dor de cabeça terrível depois eu converso com Vin sobre o que Rebeca me mostrou, agora eu só quero descansar. Assim que saio vejo Vin escorado no portão conversando com seus amigos, respiro fundo e caminho pelo campo do lado oposto para não cruzar com ele, eu realmente não quero ter essa conversa agora.

— Oi gatinha. — Escuto sua voz atrás de mim assim que passo pelo portão, mas continuo andando sem olhar para o mesmo.

— Ei que pressa é essa, calma aí — não paro meus passos, eu os apreço —, Verônica, espera. — Ele segura meu braço eu agressivamente o puxo de sua mão, dessa vez nos encaramos, Vin me encarava espantado, mas logo seu semblante é tomado por preocupação e atenção.

— O que aconteceu? — Ele pergunta abaixando sua mão. Um nó se formou em minha garganta, mas eu seguro o choro.

— Rebeca me mostrou, Vin, ela me mostrou você dizendo que somos apenas sexo. — Meus olhos ardem, mas eu não vou me deixar cair ali, não na sua frente.

— Verônica, isso foi antes e foi idiota da minha parte eu confesso, mas... — passa a mão na boca um pouco pensativo, então ele coloca as mãos na cintura me encarando firmemente e pergunta: — Você acredita nisso? Verônica, você acredita que tudo o que eu disse é mentira?

Não, não acredito que sejam mentira, mas eu também não posso me dar o luxo de ignorar tudo isso e me entregar para ele sem ao menos saber o que somos. Sem ao menos saber se é seguro ou, ou que me aguarda, eu tenho que saber suas intenções comigo. Eu tenho que saber o que ele quer de mim?

— Vin, o que você quer de mim? — Pergunto olhando no fundo dos seus olhos castanhos, então eu me viro e vou embora.

Vin narrando

Eu poderia ir atrás dela e falar, mas não consigo, não consigo dizer que o que eu mais quero é dividir meu tempo com ela, e só com ela. Talvez seja melhor assim, eu sou instável e um idiota, vou acabar magoando-a. Que ódio, por que eu disse aquela merda? Acho que acabei ficando com medo de assumir que eu estava com ela, não ela em si, mas com alguém já que tenho fama de incontrolável e livre e de repente estou apaixonado pela garota que me deu o maior soco na cara, que me desafiou, me desprezou e não se importou com a minha existência mesmo eu estando bem ali.

Respiro fundo e vou para o meu carro, nós dois precisamos pensar esse é o mais correto agora a se fazer, não vou ser impulsivo como sempre. Acho que até eu estou ficando um pouco cansado dessa frustração, talvez não seja para ficarmos juntos mesmo, talvez o universo me colocou na vida como um aviso do tipo: "Está vendo, é disso que você tem que fugir na sua vida, você é muito inteligente, brilhante, bondosa e graciosa demais para caras desse tipo."

Por que tudo na minha vida tem que ser tão complicado, queria voltar para aquela época que tudo era mais simples onde eu me sujava de tinta enquanto minha mãe pintava e saia nas suas telas colocando a marca da minha mão, onde minha única preocupação era perder meu desenho favorito, onde meu avô estava vivo.

Verônica narrando

Quando me dou conta do tempo já é de noite, eu havia passado o dia todo comendo porcaria e assistindo filmes no computador, decidi me dar uma folga esse mês. Cansei de ser sempre certa, cansei de fazer o de sempre todo os dias, chegar e fazer as atividades, estudar por um tempo e depois ler e tomar chá, hoje eu quis fazer algo diferente, eu não iria conseguir me concentrar em palavras mesmo, não quando Vin está atormentando meus pensamentos, eu precisava de algo mais fácil e simples para me distrair.

Bebo um gole de água e depois me levanto da cama indo até minha janela, vejo as folhas da árvore que tinha próxima da minha casa se mexerem com o vento. Parece bom estar lá fora, abro a janela e saio ficando sobre o telhado, me sento encostando no vidro. Fecho os olhos e dou um sorriso com a primeira lembrança que aparece em minha mente, Vin e eu naquela linda cachoeira, boiando enquanto víamos o céu azul, com a quela calmaria entre nós. Abro os olhos devagar e me assusto quando vejo um brilho no canto do meu campo de visão, olho para o outro lado da rua e estava vazio achei que tinha visto um flash, mas acho que foi apenas reflexo.

Imagino quantas memórias criaríamos se Rebeca não interferisse, ou eu a deixasse interferir. Por que eu deixo que ela atrapalhe? Eu não deveria me importar muito já que tudo que ela faz é para ter o Vin e ele está comigo, não por pena ou por algum truque, não acredito que aquele brilho nos olhos quando estávamos juntos era mentira. Agora acho que é tarde, ele também deve estar cansado dessas interrupções, agora ele deve estar afogando as magoas no álcool em alguma festa, ou pior, ele não se importou muito.

Vin narrando

Estava no meu décimo quinto short de vodka, eu me sentia dormente, mas ainda consciente. A verdade é que eu estou com um sentimento muito ruim no peito, estou sentindo o peso de ter perdido algo grandioso e acho que perdi mesmo, ou deixei ir tanto faz. Olho para o pequeno copo vazio e pego para colocar mais, mas paro segurando a garrafa e a encarando.

— Quer saber, que se foda. — Jogo o copo longe e bebo direto da garrafa.

Levanto e ligo a caixa de som, entro na minha playlist e coloco Bohemian Rhapsody da banda Queen. Depois de colocar o volume no 89 me afasto e começo a beber e cantar um pouco, paro no meio do da sala e viro todo resto da garrafa, me sentindo péssimo depois, mas ainda não é o suficiente, eu ainda estou pensando nela, ela ainda assombra minha mente, pego uma garrafa de cachaça puro e tomo um grande gole.

(...)

Não sabia que horas eram e muito menos a música que tocava agora, só sei que o cara arrasava, minha mente rodava e não segurava pensamento nenhum por mais problemático que fosse. Como é bom beber sozinho assim, eu só sei que amo ela, eu vou casar com aquela garota vocês vão ver, a não, roubaram ela de mim.

— Eu vou resolver toda essa merda, vocês vão ver. — Falo com a voz arrastada.

— E depois que eu resolver — sinto um pouco de vomito querendo sair, mas voltando —, eu vou comprar um milhão de fitas para ela amarrar aquele cabelo lindo dela, e outras maiores para, bem, você sabe. — Solto uma risada tomando mais um gole da bebida.

— Ela me perguntou o que eu quero dela — mais um grande gole —, eu mesmo só quero que ela me ame!

Me levanto do chão um tempo depois deixando tudo ali, acho melhor eu dormir, amanhã eu tenho mais para beber, sinto minha pressão cair por alguns segundos e tudo ficar preto, mas voltar poucos segundos depois. Vou para a escada cambaleando, subo cada degrau quase apagando e muito devagar, quando ponho o pé no último degrau, já lá no auto eu me desequilíbrio e caio escadaria a baixo.

— Porra. — Resmungo sentindo...  

Puta que pariu😨, será que o Vin está bem?

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Puta que pariu😨, será que o Vin está bem?

Também, ninguém manda bebê tanto. Gente se forem beber um dia, não façam igual o idiota do Vin pelo amor de Deus, isso pode dar um coma que vocês não fazem ideia. 

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Me Ame! (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora