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Ararinhas azuis cantarolavam melodias majestosamente irritantes pelo céu, suas belas penas cor azul cristal contrastando perfeitamente à luz dourada do sol praiano.

O som da música das araras avisava que a manhã estava para chegar.

-Calem a boca aí em cima! - gritou Rio, descendo as escadas de sua casinha (casarão na verdade) na praia e jogando nas araras um coco recentemente caído na areia.

Apesar de Rio ter quase acertado uma delas em cheio, (o que fez algumas penas cristalinas das ararinhas caírem) a ameaça não foi o suficiente, elas, apesar de um pouco confusas, continuaram cantando alegremente.

Rio, puto da vida, abriu suas maravilhosas asas cor diamante prata para intimidar as araras, que logo saíram voando para outro lugar.

-Achei que você tinha sido proibido de se expor assim. - provocou São Paulo chegando atrás de Rio, dando-o um susto bem dado. Mesmo sendo sem querer.

Só São Paulo mesmo para usar um terno quente naquele lugar praiano.

Completamente surtado.

-Cala a boca, elas estavam me irritando - respondeu, fazendo as asas desaparecerem, como se nuca tivessem existido. - Você não tem nada melhor para fazer além de ficar me perturbando? Qual é, não tem ninguém aqui.

-Não deixe isso te enganar, Rio - ele colocou a mão no ombro de Rio para confortá-lo (Rio a tirou no mesmo momento) - Os humanos também são inteligentes e se nos descobrirem podem ser perigosos. Estou apenas preocupado com você. Eu não tenho nada para esconder, já você...

-Tem sim, você é muito mais irritante do que todos os humanos que já conheci, se eles são tão espertos, vão te descobrir na hora que baterem o olho em você!

Ele ignorou a ofensa e apenas seguiu com a conversa:

-Rio, Rio... - ele lamentou, - Não há necessidade nenhuma para isso, mas você vai lembrar de mim quando estiver em um laboratório de cirurgias, onde os humanos tolos tentam descobrir se você tem cidades ao invés de órgãos dentro de você.

-Você está pensando muito pouco nos detalhes, pense só! Como eles vão descobrir que eu sou o estadinho deles, hein? Se descobrirem minhas asas, posso simplesmente dizer que sou um anjo e...

-Um anjo? Bem, primeiramente quero dizer que se eles não acreditarem em você, vão te achar louco, e se acreditarem, vão te matar, isso só na melhor das hipóteses. - Nesse momento, São Paulo olhou Rio de cima a baixo, e então completou, - Francamente, se você fosse um anjo, eu iria preferir ir pro inferno.

-Qual é, Sampa! - ele sorriu - Eu sei que tu me acha bonito. - Rio abriu suas asas magníficas e reluzentes, elas brilhavam como nunca, tampavam o brilho do sol, destacando as penas prateadas. Apelação.

São Paulo achou uma das coisas mais bonitas que já viu, mas não quis demonstrar. Ele disfarçou e deu de ombros.

-Não force suas asas para brilharem desta maneira - ele mudou de assunto rapidamente. - É perigoso.

-Por que, hein?! Ah, que saco... - ele abaixou as asas, mas não as deixou. - Não posso nem mais me mostrar, que você já vem de mimimi! As asas são minhas, droga!

✦ Luau (Remake)Onde histórias criam vida. Descubra agora