NATIESE EM: A CULPA

Capítulo 46

Eu: Acordem... – acendi a luz.

Gabriela: Aiii fiquei cega...

Eu: Desculpa. Trouxe comida – dei um pra cada e me sentei na cama tirando o sapato estava morta.

Lucas: Era tudo que eu queria. Meu Deus – mordeu o sanduiche. Comemos conversando depois fui dar uma volta pelo hospital, vi meus pacientes. Fui falar com a Gabriela.

Eu: Oi... Senta um pouquinho – ela se sentou. – Fez um ótimo trabalho hoje – ela sorriu.

Gabriela: Meio no susto, mas deu certo.

Eu: Deu muito certo viu. Você foi muito bem. O chefe acompanhou seu progresso e ficou muito satisfeito com tudo que fez hoje aqui.

Gabriela: Fico feliz em saber disso e feliz de ter a senhora como minha mentora.

Eu: Vai pra casa, precisa descansar... - Logo os outros médicos chegaram e eu dispensei meus internos e fui embora também. Estava muito cansada. As meninas e a Natalie estavam dormindo. Eu tomei um bom banho e apaguei. Acordei no dia seguinte era hora do almoço com a televisão ligada.

Eu: No seu quarto tem televisão, e na sala, e no cinema de casa também. – resmunguei.

Alice: Eu estou entediada mamãe. A Júlia tá grudada na Hanna lá embaixo a mamãe foi pra uma reunião na empresa e eu estou com fome e a Naná terminando o almoço e eu não aguento mais usar esse negocio no meu nariz.

Eu: Você precisa do oxigênio, para de implicar com a sua irmã e a namorada e a mamãe está cansada filha...

Alice: Chata.

Eu: Eu não bato em você porque eu estou exausta. – ela saiu do meu quarto. Dormi mais duas horas, tomei um bom banho e desci estava faminta. Esquentei comida e almocei.

Nat: Oi – entrou pela porta da cozinha. – Vim ver como as meninas estão.

Eu: Acordei agora pouco.
Nat: Como foi lá?

Eu: Um verdadeiro caos Natalie. Muita gente, ferimentos graves, muita gente morreu, muitos se passarem dessa noite vai ser um milagre. Eu fiz 4 cirurgias seguidas ainda dei noticias a 29 famílias que seus familiares estavam mortos, além dos que estão em estado critico. Foi um horror aquilo lá, mas consegui lidar bem com o caos.

Nat: Desde que tirou licença você só trabalhou – riu.

Eu: É verdade... – ri também. – O chefe está internado, o quadro dele está um pouco melhor.

Nat: Ele corre riscos?

Eu: Corre. Ele pode ter um infarto a qualquer momento. Ele quer ir pra casa, estão pensando na possibilidade de dar alta pra ele. A esposa dele é médica, os filhos também, então vai ter sempre alguém por perto caso ele sofra o infarto. – conversamos longamente.

Hanna: QUE PORRA É ESSA JÚLIA? – assustamos da cozinha.

Eu: Ai Deus – levantei e fui até a sala.

Julia: Essa garota é uma idiota vive me mandando mensagem mas como pode ver eu não a respondo não dou moral.

Hanna: Desde quando ela está atrás de você? – falava brava.

Julia: Tem uns 15 dias.

Hannah: Você é inacreditável Júlia... – pegou as coisas dela.
Julia: Onde vai?

Hannah: Pra casa... – respondeu com voz de choro.

Nat: Drama adolescente – sussurrou.

Eu: É... – suspirei. Ela saiu rapidamente.

Julia: Merda...

Eu: O que foi?

Julia: Aquela Mariana do colégio que descobriu meu numero e fica me mandando mil mensagens por dia e eu a ignoro. A Hannah odeia ela e a reciproca é verdadeira, mas eu não posso fazer nada quanto a isso. Eu simplesmente a ignoro. Agora ela viu a mensagem e está puta comigo.

Eu: Conversa com ela depois filha. E quanto a viagem para Disney, eu não vou, tenho que cuidar da sua irmã, ela não vai poder viajar, então vamos em outubro, se você quiser ir com a Hanna eu faço a autorização para viajar sozinha.

Julia: Se eu ainda tiver namorada né mãe – subiu nervosa e logo escutamos bater a porta.

Alice: Eu queria ir pra Orlando – fez bico.

Eu: Eu sei, mas não vai poder viajar tão cedo filha. É uma viagem longa demais pra você. Sua recuperação é lenta. Mas em outubro nós vamos. E enquanto não podemos ir, a gente faz alguma coisa por aqui. – a abracei e beijei. A Alice dormiu cedo por causa dos remédios, a Júlia acabou dormindo cedo também e abraçada com a irmã. Eu abri um vinho e me sentei no tapete, já tinha tomado metade da garrafa e estava um pouco alterada.

Nat: Estou indo pra casa.

Eu: Toma uma taça? Já bebi quase tudo.

Nat: Ok... Não acha que está bebendo demais não? – a servi e ela sentou ao meu lado.

Eu: Eu também te amo. – ela me olhou assustada.

Nat: O que?