Eu: Eu também te amo. – ela me olhou assustada.
Nat: O que?
Eu: Eu também te amo eu sempre amei você. Só que tenho minhas ressalvas quanto a você. Eu sofri muito Natalie. Eu chorei todos os dias desde que você foi embora. Eu estava perdida, eu tinha duas filhas pequenas, que não entendiam nada do que estava acontecendo e estavam sofrendo muito. Eu estava sofrendo muito era meu filho também. Eu sai aquele dia de casa para resolver assuntos do trabalho. A ultima imagem que tenho do meu filho vivo é dele me dando um beijo no carro de manhã e dizendo que me amava e mais tarde íamos brincar de carrinho. Essa é a ultima lembrança do meu filho vivo. Depois eu o vi intubado e com morte cerebral. Doeu e ainda doi muito. Eu te amo. Eu te amo muito e eu fiz tudo para você ficar bem, eu me desdobrei, guardei minha dor no bolso pra tentar cuidar da sua enquanto você estava preocupada só com você e ai quando você não tinha mais nada o que fazer nessa casa, você foi embora. Disse que não poderia ficar e foi embora. Não ligou, não mandou uma mensagem, seus pais fingindo que não sabiam de nada enquanto esses dias você me solta que estava numa clinica psiquiátrica no Sul. Você não tem noção do ódio que eu sinto dos seus pais por fingirem que não sabiam de nada. Achou que eu não entenderia? É claro que eu entenderia se eu soubesse desde o começo. Se você tivesse confiado em mim e me falado o que sentia de verdade, eu a internaria, eu iria com você numa ótima clinica aqui no Rio e deixaria você lá sob cuidados de pessoas sensacionais. E saberíamos onde você estava, suas filhas saberiam disso, e logo teriam a mãe de volta. Mas não. Você fugiu, você foi embora e eu passei os meses que você ficou fora eu passei todas as noites fazendo duas garotinhas pararem de chorar e dormir, uma porque sentia falta da mãe e a outra porque estava magoada. E eu também chorava, e chorava muito, mas pela manhã eu tinha que colocar o meu melhor sorriso no rosto e ser médica, depois levar as crianças no colégio e a noite uma vez por semana tinha um chá de princesas, que você fazia com elas e eu passei a fazer. Mesmo exausta de tanto trabalhar. Elas ficaram com babás, nos meus plantões. Eu passava 24, 36 e 48 horas longe das minhas filhas e eu me sentia péssima, porque elas já não tinham mais a outra mãe até que eu ouvi da minha filha de 7 anos que eu estava abandonado ela e a irmã assim como a mama fez. Eu abandonei o hospital e passei a atender só no consultório pra ficar na parte da manhã com elas o máximo possível. Eu modifiquei toda a minha vida, pra fazer a vida de duas crianças um pouco melhor, porque elas sentiam saudades da mãe. – sequei a lágrima que caia dolorosa. Ela só ouvia e chorando.
Nat: Eu... Eu não era eu. Eu não era a mãe eu não era a Nat que vocês conheciam. Eu não queria mais viver, eu não queria mais respirar, porque tudo me lembrava meu filho e a culpa... a culpa sempre me rondava, me assombrava até que a Heloisa, a psicóloga e psiquiatra da clínica leu todo o laudo da pericia contando passo a passo de como tudo aconteceu. Foi quando eu consegui aceitar, e aceitei meu tratamento e voltei pra casa no primeiro avião assim que tive alta da clínica. Quando eu cheguei aqui, você me recebeu com paus e pedras e logo me esfregou na cara um pedido de divórcio. E eu assinei... Eu assinei morrendo de dor. Eu comprei uma casa no final da rua pra ficar perto das minhas filhas e perto de você, porque eu te amo mais que tudo e sempre amei. Eu tive namoradas e eu não sentia com elas o que eu sempre senti com você. Eu te amo Priscilla Pugliese e eu quero você eu quero minhas filhas, eu e você morando juntas. Sendo uma família de verdade. Minha filha mais velha me odeia, minha filha mais nova arrasta um cilindro de oxigênio para todo canto e está super irritada por isso, eu moro ali na esquina e sinto falta dessa casa todos os dias. Eu te amo e eu errei com você, com as meninas. E sei que amanhã você não vai lembrar de nada disso, porque você está bêbada...
Eu: Não Natalie eu vou lembrar sim. Eu sou uma médica, fico 48 horas num plantão eu sei ficar consciente e atenta em qualquer situação. Não vai ser meia garrafa de vinho que vai me derrubar e fazer perder a memória. – me aproximei dela e a beijei a deitando no tapete. Foi um beijo diferente. Não era um beijo de matar vontade ou tesão como tem sido esses tempos desde o aniversário da Júlia. – Isso não é um beijo de saudade e de tesão... – sussurrei.
Nat: Eu te amo, e eu quero você de volta. – sussurrou e me beijou.
Eu: Vamos subir? – dei uma chupada no pescoço dela.
Nat: Vamos... – subimos para o quarto, tranquei a porta tirei a roupa e tirei a roupa dela. Passei os dedos no corpo todo dela, sentindo seus arrepios. – Saudade desse toque – sussurrava.
Eu: Saudade do seu cheiro, do seu gosto de tudo em você – beijava o pescoço dela e desci para os seios. Ela gemeu.
Nat: Que delícia amor...
Eu: Fala de novo? Me chama de amor de novo – a beijei e a deitei na cama. Nossos beijos ganharam intensidade assim como nossas mãos. Chegando em seu sexo totalmente molhado de tesão, desci os beijos por todo seu corpo até chegar em sua intimidade. Dei uma chupada inesperada nela.
Nat: Ooohhh... Meu Deus...
Eu: Deliciosa como sempre – chupava com vontade. Nossa madrugada foi regada a gemidos, orgasmos e posições que nunca fizemos antes. Fomos para banheira e ela ficou entre minhas pernas. – Volta pra essa casa? – beijei o pescoço dela.
Nat: E a Júlia?
Eu: O que tem ela?
Nat: O que vamos fazer com relação a ela? Ela me odeia.
Eu: Ela não te odeia. Só ficou um caso mal resolvido. E vocês precisam se curar disso, já se passaram muitos anos.
Nat: E como farei isso?
Eu: Praia... Vamos para Angra. Ela ama aquele lugar, ela ama aquele lugar, principalmente ficar sentada na areia, ou correr na praia nos fundos da nossa casa. Confronto... vocês precisam disso. Eu não posso me meter. Vamos para lá esse final de semana. Vai ser bom pra Alice também.
Nat: Ok – me beijou. Foi um beijo intenso acabamos transando novamente. Dormimos nuas e abraçadas como fazíamos antes. Eu amava aquela mulher mais que tudo nessa vida, não dava mais pra negar.
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NATIESE EM: A CULPA
ФанфикMeu nome é Priscilla Álvares Pugliese Felix, tenho 34 anos, sou médica cardiologista e cirurgiã geral, atualmente moro num condomínio na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro. Sou divorciada de Natalie Kate Smith de Almeida 35 anos arquiteta e engenheir...