A arte do destino.

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Três meses haviam se passado depois de todos acontecimentos. Felizmente consegui o emprego na escola em Cactus, estava perto dos meus pais, ganhava o suficiente para ajudá-los, fazia caminhadas ao fim da tarde e o mais importante de tudo, aprendi a me amar e me aceitar como sou, jamais deixarei que alguém me magoe novamente por causa do meu peso ou minha classe social. Eu amo ser quem sou, eu amo ser Professora.
***

Quando resolvi entregar o apartamento, Alêda pediu para ficar, pois havia conseguido o emprego fixo, aos poucos foi me pagando pelos móveis.

Consegui ligar para todos os pais dos alunos do reforço, alguns lamentaram, outros nem tanto e outro em particular resolvi não ligar, mas pedi a Marlene para avisar, só senti muito por Ana, mas infelizmente os adultos realmente são muito bobos, como eu disse para ela.

***
_Vamos precisar de um professor para acompanhar a equipe na olimpíada de artes e entretenimento. Falou a diretora no momento da reunião. _ Será preciso ficar dois dias no local das apresentações que será no hotel Palácio. Uma das professoras será Antoniete, pois já leciona a disciplina.
... Ahm?! Como assim? Ninguém me disse?
_ Tudo bem. Confirmei. A outra escolhida foi Luzia que lecionava Geografia.

***
_ Quando você vem amiga? Perguntou Lêda ao telefone.
_ Na segunda pela manhã, passarei dois dias, mas a trabalho, você sabe que não posso desgrudar os olhos daqueles adolescentes curiosos. Falei.
_ Você vem me ver?
_ Não, infelizmente, vamos ficar hospedados no hotel Palácio. Falei sarcástica
Ela me chamou de abusada, sorrimos. Amo minha amiga.
Ela sempre se importa comigo, queria muito que seu irmão e eu descemos certo, mas depois do acontecido, não insistiu mais e passou a sempre me falar sobre senhor Davi, pois depois que vim embora ele passou a semana toda indo ao apartamento à minha procura.
Foi o suficiente para ela saber que ele me amava, mas para mim ainda faltava muito, além do mais, desapareceu.

***

O hotel Palácios não era tão grande quanto o Imperium, mas também era muito sofisticado. O salão estava reservado para o evento, muitos jovens, conversavam entusiasmados. Na apresentação do cronograma, música exibição de trabalhos artísticos variado e arte tecnológica.
_ Antoniete!? Não acredito, você por aqui.
_ Márcia?! Que bom revê-la.
Dona Márcia estava acompanhando Victor que faria uma palestra. Foi maravilhoso revê-la.
A minha equipe estava muito focada, e muito nervosa. O quarto que ficamos era grande e lindo. Não poderíamos circular por todo o hotel, apenas uma área foi reservada aos participantes do evento.
_ Professora porque a gente não pode ir à piscina? Perguntou Sabrina chorosa.
_ Acho que não preciso explicar isso novamente não é? Vocês sabem o porquê. Respondi sentando à beira da cama tirando a sandália que estava me matando. Já era por volta de seis da noite quando terminou a programação do primeiro dia, eu estava exausta e tudo o que eu queria era tomar banho e me deitar, entretanto eu mal entrei no banheiro e ouvi a porta do quarto sendo fechada, imaginei que as duas garotas estariam no quarto vizinho onde estavam os colegas e Luzia a outra professora.
... Que delícia de chuveiro! E esses sabonetes são muito cheirosos. Me senti uma atriz de cinema, a água escorrendo pelo meu corpo, o vapor no vidro mostrava minhas formas, isso é bom demais, eu poderia me acostumar rapidinho.
Fui interrompida por uma batida desesperada na porta. Era Luzia que disse que os meninos haviam saído do quarto e que ela pensava que estavam comigo.
Me vesti rapidamente, coloquei umas pantufas e fomos pelos corredores enlouquecidas. Lembrei-me que haviam falado sobre a piscina.
_ Não da para passar! Disse Luzia sussurrando pois havia hospede na entrada e algum funcionário poderia nos ver. Cortei a pulseirinha verde do evento que nos identificava no hotel, pedi a ela que me esperasse e no momento de desatenção dos funcionários passei.
_ Não havia muitas pessoas na piscina, mas lá estavam as meninas sentadas com os pés na água.
_ O que estão fazendo aqui? Vocês sabem...
Fui interrompida pela voz de Maiara.
_ Professora a gente não está fazendo nada de errado. Olhei para os lados e perguntei pelos meninos.
_ Foram ao banheiro. Responderam. Mal deu tempo eu olhar em direção ao banheiro e os três já se jogavam na piscina. Coloquei a mão na boca para abafar o grito que dei, mas não adiantou um dos funcionários logo nos chamou atenção e mesmo pedindo educadamente para os garotos saírem, me partiu o coração ver a tristeza em seus olhos.
_ Renato! Não se preocupe eles são meus convidados. Alguém falou e todos nós viramos. E naquele momento uma leva taquicardía me tomou. Com uma toalha no ombro, de camiseta e bermuda, senhor Davi se aproximou com um leve sorriso.
... Meu Deus, não fica feio nunca.
Renato deu um sorriso amarelo, os garotos deram um sorriso de contentamento e eu dei um sorriso tímido.
***
_ Enquanto os meninos e até às meninas se jogavam na piscina
... Eu não tinha percebido que elas estavam de biquíni por baixo, eles me cegam mesmo...
Senhor Davi me convidou a sentar-se a uma mesa no canto, para sustentar que nos conhecíamos a tempos eu sorri e olhando Renato, aceitei.
_ De tantos lugares que esperei revê-la, eu devia imaginar que em um evento de escola a senhorita estaria. Disse ele.
Eu ainda não sabia o que dizer, estava mais sem graça que comida de hipertenso.
_O que o senhor está fazendo aqui? Perguntei e me arrependi.
_ Estou muito bem, obrigada professora Antoniete, obrigada por perguntar, e a senhorita como está? Disse ele ironicamente.
_ Desculpa. Eu não imaginava encontrá-lo novamente e...
_ e. .. o quê?
_ Nada.
_Desde aquele dia, eu fiquei procurando você, queira me desculpar, mas você desapareceu, senhor Ícaro não sabia, sua amiga não dizia, e eu não pude te encontrar, então todas apresentações, eventos que envolviam alunos, professores eu me candidatava para dar palestras sobre comunicação designer, educação, cozinha, futebol, Artesanato. Nesse momento eu não me controlei e cai na risada.
Ele sorriu também, mas de um jeito sexy e continuava me encarando.
_ Como eu senti falta desse seu jeitinho. Disse ele tocando minha mão.
Eu ainda continuava sem saber o que dizer, eu só percebia agora que embora houvesse se passado três meses sem querer ouvir falar dele, eu ainda gostava muito daquele homem, foi então que perguntei.
_ E Ana?
_ Ela está com minha mãe.
_ E... Eu quis perguntar sobre o casamento dele, eu não podia ignorar isso.
_ E Georgina! Disse ele. Nos separamos definitivamente, faz um mês, o juiz nos deu guarda compartilhada, mas ela continua a mesma, e depois de você, eu comecei a cuidar mais de minha filha, não fiz as palestras de tudo, felizmente Arte e tecnológica é uma área bem abrangente, como tive muito experiência nos slogans da empresa do meu pai, tenho domínio para ser quase um professor também. Abri meu próprio negócio e agora minha atenção meio período é só pra ela.
_ Fico muito feliz! Falei com uma alegria que saia do meu coração é refletia em meu rosto.
Ele me olhou fixamente e disse que desejava me beijar. Minha garganta secou, olhei para ele fixamente tentando corresponder a paixão que lhe ardia, olhei para os garotos na piscina que estavam todos escorados à beira nos observando, disfarçei.
_ Então o senhor já sabia que eu estava no hotel?
_ Na verdade não, cheguei hoje a noite para a palestra de amanhã, mas eu tinha esperança que estivesse.
_ Nossa, que loucura. E o saxofone? Falei.
_ Estou tocando com mais frequência e loucura é o que imagino fazer com você.
...
***

Um aMor Fora Do padRãoOnde histórias criam vida. Descubra agora