Prólogo

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Bom dia, senhor Uchiha. São 7:30 da manhã.

Acordei com a voz de meu assistente pessoal eletrônico. Eles evoluíram muito desde a Alexa.

— Alguma mensagem, Aoda?

Três. Gostaria de ouvi-las, senhor?

— Depressa. — Levanto-me e caminho pelo quarto.

A essa altura, Aoda já abriu as cortinas e ajeitou a iluminação da casa. Sinto cheiro de café vindo da cozinha.

Em pensar que as pessoas tinham que fazer tudo manualmente há alguns anos...

Mensagem número um — Aoda anuncia e logo ouço a voz de minha mãe. — Sasuke, meu bem, gostaria de visitá-lo. Já faz tanto tempo. Por favor, fale comigo.

Quantas vezes terei de dizer que não quero ver ninguém?

— Aoda, escreva uma mensagem dizendo que estou bem e desejando... bom dia à minha mãe. Algo assim.

Certo, senhor. Mensagem número dois. — Agora é a voz de meu irmão. — Sasuke, analise os documentos que lhe enviei e me ligue antes das dez horas. É importante.

Itachi ao menos não insiste em vir me ver. No começo era um saco, mas finalmente compreendeu que sou feliz assim. Sozinho.

Tomo meu café enquanto começo a ler meus e-mails da empresa. Sendo o presidente, tenho um papel importante a realizar na Garuda Automobiles, mesmo me trancando em casa há... três anos? Bem por aí.

Não podem dizer que não estou fazendo minha parte. Trabalho muito bem de casa. Participo das conferências virtualmente... Além disso, Itachi dá conta do resto. Ele sempre foi mais agradável com as pessoas.

— Aoda, e quanto à terceira mensagem? — pergunto enquanto vejo um gráfico levemente preocupante.

Desculpe, senhor. A mensagem foi apagada.

— Remetente?

Itachi Uchiha, senhor.

— Deve ser sobre isso aqui. Toque Mozart, por favor.

Aoda já sabe quais minhas sinfonias preferidas. Iniciou com a 40, conhecida como grande sinfonia em sol menor. Isso me ajuda a concentrar.

Perdi a noção do tempo enquanto trabalhava e bebia a terceira xícara de café.

Senhor, ligação de Itachi Uchiha.

— Atenda.

Ainda não terminou, Sasuke? — A voz dele encheu a cozinha. Adeus, Mozart.

— Estou nas últimas páginas. Já são dez horas?

São quase onze.

Suspirei audivelmente. Era raro me atrasar.

— Desculpe por isso. Posso enviar os relatórios que já fiz. Em quinze minutos termino este último.

Faça isso, irmão.

— Você apagou uma mensagem mais cedo. Devo me preocupar?

Seu aniversário está chegando. Mamãe queria fazer uma surpresa e...

— Nem pensem nisso. Já disse que não quero ninguém nessa casa.

Até quando?

— Não sei. Talvez para sempre. Apenas... controle-a.

iSakuraOnde histórias criam vida. Descubra agora