Capítulo 3

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Aoda me acordou e, no mesmo instante, pude ouvir o piano ser tocado.

Pelo visto, ela esperou que eu acordasse para começar a dedilhar o instrumento. Mas é óbvio que faria isso.

Não tive mensagens do Itachi hoje, imagino que esteja ocupado com as reuniões e projetos novos. Bom para ele.

Agora vou tomar meu café, depois verei como ela está. O violino está a caminho, pelo que diz o app de rastreamento. Hoje temos que ir às compras, o que é um marco para mim. Primeira vez fora de casa depois de tanto tempo. Estou nervoso com a ideia, mas... irei mesmo assim.

A música parou abruptamente. Pouco depois, vejo ela adentrar a cozinha.

— Bom dia, Sasuke.

— Bom dia, Sakura.

— Estou animada para as compras.

— Eu nem tanto...

— Se eu não tiver roupas novas, vou andar pelada.

— Não pode fazer isso. Sabe que é indecente.

— Posso sim.

— Pirraça faz parte da sua personalidade?

— Vai fazer.

— Se eu disser que não pode, não fará. Ainda me obedece, não é?

— Sasuke disse que eu sou livre. Pretendo desobedecer Sasuke, se ele me contrariar.

Arregalei os olhos, pois estou perplexo. Ficou rebelde assim de ontem para hoje? Isso é interessante.

— Pensou nisso quando?

— Passei a noite raciocinando sobre isso.

— Então me obedeceu e não usou a internet.

— Apenas porque cheguei à conclusão de que, sem ela, posso pensar melhor. Estou pensando por mim.

— Estou realmente surpreso com isso. Acho que estamos progredindo.

— Em quê?

— No experimento. Minha ideia de te fazer pensar. Bom, vamos às compras, Sakura. — Olhei para ela que estava sorrindo. — Aoda, receba minha encomenda e deixe-a no hall.

Sim, senhor.

— O violino chega hoje! — ela deu um gritinho animado. Bem realista esse entusiasmo.

— Sim, mas você irá tocar depois de ler algum livro. É sua tarefa, para o desenvolvimento do pensamento.

— Tudo bem. Estou animada para conhecer os livros.

— Você anda muito animadinha...

— Aprenderei muitas coisas novas e ganharei presentes.

— É, até eu estaria alegre. Ou talvez não, sou um ranzinza.

— Sasuke é legal. Só precisa se soltar mais.

Arqueei minha sobrancelha, encarando-a, e ela me devolveu seu sorriso meigo.

— Vou me trocar e sairemos. Me espere aqui.

Em casa, uso sempre roupas confortáveis: uma calça de moletom, alguma blusa qualquer, tudo de cores escuras. Mas, como presidente de uma grande empresa, posso ser reconhecido por alguém, portanto irei de terno. Eu só saía de terno antes de me trancar aqui.

Céus! Havia me esquecido de como é desconfortável usar gravata. Nunca gostei.

Me olho no espelho do closet. Estou elegante. Vou até o banheiro, escovo os dentes e ajeito meu cabelo rebelde.

iSakuraOnde histórias criam vida. Descubra agora