Capítulo 5

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Acordei no horário de sempre graças ao meu assistente. Após me levantar e realizar a higiene matinal, caminhei até a porta, abrindo-a e me deparando inesperadamente com Sakura parada ali.

— Quer me matar de susto?! — Precisei me controlar muito para não gritar. Ela não costumava aparecer assim. — Há quanto tempo está aí?

— Desculpe, Sasuke. Estava ansiosa para ver você e te falar uma coisa — disse com um sorrisinho.

— Tudo bem, só... não fique aí como um fantasma. Se quiser muito falar comigo, bata e me chame.

— Mas... Sasuke não gosta de ser acordado...

— Bom, não sendo antes das seis da manhã... E, desde que não seja sempre, acho que não seria tão mau assim... Você pode me acordar, nessas condições.

— Certo! — Ela comemorou toda animadinha.

— O que tinha de tão importante para me falar?

— Um dos filmes que eu vi.

— Eu imaginei... Vem, eu preciso de café. — Indiquei para me acompanhar até a cozinha.

— Sabe, um robô, ele queria ser humano...

— Qual o nome do filme?

— A.I. - Inteligência Artificial. É sobre um garotinho... Ele quer ser amado pela mãe...

— Você não devia ver filmes assim. Não fique com isso na cabeça...

— Bom, é um filme triste. É dito que somente a Fada Azul poderia torná-lo um menino de verdade. Um humano.

— Isso tem a ver com Pinóquio. Já pesquisou sobre ele?

— Acabei de pesquisar...

— Sakura, é uma história infantil... Não pode acontecer.

— Eu sei, não me tome como idiota.

Me surpreendi com essa reação.

— Desculpe — foi tudo que pude dizer. — Fico preocupado com você.

— Eu só fiquei pensando... Ao fim do filme, ele é encontrado por alguns seres evoluídos. Eles lhe concedem um desejo. Ele pôde ser amado pela mãe. Esse era o único objetivo do garoto, mas... ele acreditava que precisaria ser humano para isso.

— Me parece um filme muito complexo. Talvez eu assista, assim podemos falar melhor do assunto.

Ela sorriu com a ideia.

— Sabe, não se preocupe. Eu sei que nunca serei humana. Não estou viva.

— Bom, você pensa, logo existe. Isso parece bastar.

— O quê?

— Descartes disse isso há alguns séculos. Não há nada que me prove que eu estou de fato vivo, Sakura. Tudo à minha volta poderia ser apenas ilusão. Eu posso ser uma ilusão sua. Mas, eu sou capaz de pensar, então eu existo. Eu estou aqui e é real para mim. Isso se aplica a você.

Ela pareceu raciocinar sobre aquilo de forma fascinada. Certamente estava pesquisando sobre tudo aquilo. Mas, de repente, ela parou e olhou para mim.

— Sasuke, talvez você tenha pensado que eu me interessei apenas por questões filosóficas, mas... A verdade é que eu fiquei pensando no objetivo dele. Em ter um objetivo... Você tem objetivos?

Fui pego de surpresa, como sempre. Achei mesmo que ela estivesse fissurada com a ideia de ser uma humana ou alguma coisa nesse nível, mas parece que ela tomou outra direção.

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